Índice
INTRODUÇÃO
O
presente trabalho visa desenvolver o tema consequência económica do trabalho de
escravão, dando assim inicio a transportação dos escravos africanos para a
América nas Antilhas espanholas em1510, para trabalharem na produção da
cana-de-açúcar. Em 1515 como a chegado do primeiro carregamento a
Espanha de açúcar produzindo na América, isso dá início ao Comércio Triangular.
Portugal
faz do Brasil sua colónia preciosa desde muito como sendo o fundo da economia
portuguesa, mais com o decorrer do tempo o Brasil alcança a sua independência
em 1822. Portugal vê-se na necessidade de procurar novos mercados para
poder sustentar a sua económica, recorrendo assim aos pequenos núcleos
existentes no atlântico (costa de África) e no Índico (costa da Ásia).
CAPÍTULO I- A ABOLIÇÃO DO TRÁFICO
A
abolição do tráfico de escravo não foi feita por motivos filantrópicos, pena e
amor aos africanos, pese embora existiram movimentos contra este mal a que os
africanos estavam sujeitos, mais o verdadeiro motivo foram interesses
económicos devido a revolução industrial que se desenvolvia na
Europa.
1.1-Consequências
Com a abolição do tráfico, foi notória a diminuição dos
escravos. O preço dos escravos vendidos inter e intraprovincial aumentou de
forma significativa, fazendo com o que os senhores procurassem a tratar
“melhor” seus escravos, inclusive construindo hospitais nas fazendas, não com
uma visão humanitária, mas sim econômica. Além dessas medidas de preservação do
bem que produzia suas riquezas, os senhores recorrem a mãos-de-obra
alternativas: o trabalhador livre nacional e os imigrantes.
De acordo com COSTA (2008), o trabalhador nacional vivia
nas periferias dos latifúndios, em pequenas propriedades, dedicando-se à
economia de subsistência e só esporadicamente se dispunha a trabalhar nas
fazendas. No entanto, o trabalhador recusava-se a trabalhar de forma regular nas
fazendas, afinal ele não era escravo. Desta maneira, os senhores recorreram aos
imigrantes europeus. A intensificação econômica com as mudanças de paradigma
político- econômico ocorridas na Europa, sobretudo na França e Inglaterra,
repercutiram no Brasil também.
Em 1831 é sancionada a Lei que proíbe o tráfico de
escravos para o Brasil. Navios fiscalizadores são estrategicamente posicionados
para esta averiguação em alto mar. No entanto, a resistência em abolir o
tráfico foi tão grande por parte dos conservadores, que esta lei ficou
conhecida na história como a famosa lei para “inglês ver”, pois sua proposta
não saiu dos papéis.
Traficantes, por causa das dívidas contraídas pelo
fornecimento de escravos, confessou a pressão exercida de 1831 a 1850, pela agricultura
consorciada com aquele comércio, sobre todos os governos e todos os partidos.
CAPÍTULO II-A ECONÓMIA
Neste
período a economia angolana encontra-se dividida em dois eixos, fruto da
independência do Brasil e dos decretos da abolição do tráfico de escravo:
2.1-Comércio ilícito:
É o
comércio ilegal que surge como consequência da resistência dos traficantes à
abolição do comércio de escravo, que em muitos dos casos contava com a ajuda de
muitos chefes africanos, vendendo o seu próprio povo em troca de míseras
coisas.
Com a
abolição da escravatura essa actividade por ser considerada ilegal passou-se a
realizar de maneira clandestina com a abertura de novos portos de embarque de
escravos em Benguela e Moçamêdes.
Em
contra partida no Brasil também é decretada uma lei em protesto do tráfico
negreiro por Eusébio de Queiroz a 4 de Setembro de 1850, na qual esta lei
mandava encerrar todos os portos brasileiros abertos ao comércio de escravos e
mandava apreender todos os navios que fossem encontrados com escravos.
Com
todas essas leis e decretos proibindo o tráfico de escravo, alguns traficantes
viram-se na necessidade de mudarem de actividade económica, virando-se assim no
comércio agrícola, caça, cultivo do algodão, café, tabaco, amendoim, óleo de
palma, borracha, marfim, etc.
2.2- Comercio Lícito:
Chamamos
a este comércio de comércio legal, permitido ou mesmo aprovado. O comércio lícito influenciou de uma forma positiva
para o crescente desenvolvimento da colónia de Angola em vários âmbitos tais
como:
Desenvolvimento das navegações a
vapor ao longo do rio kwanza;
Desenvolvimento
dos transportes;
Activação das antigas rotas feitas
pelas caravanas comerciais do interior para o litoral (permitindo o controle
das terras férteis);
Eliminação
dos intermediários africanos;
Com do desenvolvimento da agricultura surge a
construção das linhas férria
- Caminho – de - ferro de Luanda (1914);
- Caminho – de - ferro de Benguela (1903 – 1929);
- Caminho – de - ferro de Moçâmedes (1905 –
1961).
.
Em torno do comércio de escravos, estabeleceu-se o
comércio de outros produtos, tais como marfim, tecido, tabaco, armas de fogo e
peles . Os comerciantes usavam como moeda pequenos objetos de cobre, manilhas e
contas de vidro trazidos de Veneza.
Mas a principal fonte de riqueza obtida pelos europeus na
África pode ter sido mesmo a mão-de-obra demandada nas colônias americanas e
que pareceu-lhes uma boa justificativa para os investimentos em explorações
marítimas que, especialmente os portugueses, vinham fazendo desde o século XIV.
Dessa forma, embora no século XV os escravos fossem vendidos em Portugal e na
Europa de maneira geral, foi com a exploração das colônias americanas que o
tráfico atingiu grandes proporções.
Desde muito antes da chegada dos portugueses a Gana, a
escravidão articulada com a expansão do Islã sempre esteve calcada em
interesses sexuais. Os árabes vendiam os homens e ficavam com as mulheres, que
eram absorvidas pelas comunidades e, conforme incorporavam valores das
sociedades de seus senhores, ganhavam maior liberdade. Os filhos eram
assimilados pela sociedade muçulmana. Além disso, as mulheres faziam quase todo
o trabalho agrícola.
A preferência dos traficantes africanos por cativos do
sexo feminino foi um fator decisivo para que, no início de seus negócios nessa
área, os europeus comprassem muito mais homens do que mulheres. Outro fator
importante foi a constatação de que os homens eram mais resistentes às péssimas
condições de salubridade a que eram submetidos nas longas viagens de travessia
do oceano Atlântico em navios negreiros.
Também por isso, as populações de escravos, tanto na
África como nas Américas, não tinham como se sustentar por meio da reprodução
biológica, o que gerava uma constante substituição dos escravos por novas levas
e girava a máquina dos negócios dos traficantes. Dessa forma, "o trabalho
escravo estava diretamente relacionado à consolidação da infraestrutura
comercial que era necessária para a exportação de escravos".
2.3-A Costa do Ouro
Ao longo dos séculos XVI e
XVII, novas perspectivas de negócios surgiram para os portugueses com o
comércio de cabotagem realizado entre portos não muito distantes, na região
conhecida como Costa do Ouro. Para que mercadorias valiosas, como noz de cola
(semente com propriedades medicinais, que mastigada refresca a boca, reduz o
cansaço, a fome e a sede), obtivessem bons preços era preciso percorrer longas
distâncias.
Entre
o produtor e o consumidor final havia uma série de intermediários, o que
encarecia os produtos, embora garantisse a vitalidade do comércio interno
africano. Os portugueses se deram conta do funcionamento dessa rede e do valor
do escravo como moeda de troca.
Passaram então a comprar
africanos para vender a outros africa-nos, beneficiando-se da velocidade das
caravelas no transporte ao longo da costa. Ao sucesso comercial dos portugueses
passou a corresponder o infortúnio do continente africano. No litoral, avenda
de escravos passou a determinar a prosperidade e a força militar de uns e a
miséria de outros grupos africanos.
O comércio com os europeus
reforçou o poder de chefes dispostos a guerrear contra povos inimigos com o
único intuito de fazê-los cativos. A presença portuguesa redimensionou a vida
de populações litorâ-neas que, até então, não tinham poder econômico e político
significativo e que passaram a ter na captura de cativos uma atividade
corriqueira, sistemática. A guerra produzia o cativo e o comércio distribuía o
escravo.
CONCLUSÃO
Chegamos a uma conclusão
que as medidas protecionistas adotadas por Portugal afastaram os negociantes
para outros portos menos controlados, e a exclusão do intermédio português no
tráfico então foi conquistada. Assim que
pagavam suas dívidas os colonos abandonavam as fazendas, outros saiam antes
mesmo de pagarem o investimento que o senhor fizera. Neste sentido, restava
apenas ao tráfico existente no país que a cada dia encarecia mais.
A escravidão entre nós não
teve outra fonte neste século senão o comércio de africanos. Têm-se denunciado
diversos crimes no Norte contra as raças indígenas, mas semelhantes factos são
raros.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, Emília Viotti da. A abolição. 8ºed. ver. e
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COSTA E SILVA, Alberto. A manilha e o limbambo – a África e a escravidão de
1500
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REIS, João José. “Notas sobre a escravidão na África pré-colonial”. Estudos
Afro-
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THORNTON, John. A África e os africanos na formação do mundo Atlântico
(1400-
1800). Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
VAINFAS, Ronaldo e SOUZA, Marina de Mello e. “Catolização e poder no tem-
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