TRABALHO DE GEOGRAFIA
TEMA
OS CONFLITOS INTER-ETINICOS EM ENTRAVE AO DESENVOSVILMENTO
INTRODUÇÃO
Um
conflito étnico ou simplesmente guerra étnica é um conflito armado entre grupos
étnicos, muitas vezes como resultado do nacionalismo étnico. Eles são de
interesse por causa da prevalência aparente desde a Guerra Fria e porque
frequentemente resultam em crimes de guerra, como genocídio. O conflito étnico
é um termo sociológico para definir qualquer conflito de natureza violenta,
bélica, ou militar entre dois ou mais grupos étnicos, grupos ou seja, de
pessoas de diferentes origens culturais, religiosas, raciais ou geográficas.
Os
conflitos étnicos podem estar entre diferentes grupos raciais, como o atrito
entre negros e brancos nos Estados Unidos e África do Sul causado pela
segregação racial e o "apartheid", entre grupos racialmente
homogêneos, mas de grande diversidade religiosa como o conflito entre católicos
e protestantes na Irlanda do Norte; entre grupos religiosos homogêneos, mas de
diversas etnias como o massacre entre os hutus e tutsis (católica) no Ruanda, e
até mesmo entre os grupos étnicos e religiosos diferentes como o conflito
árabe-israelense e sino-tibetano.
Além
disso, em alguns casos, usa-se o termo "conflito religioso", quando
os motivos do conflito possuem pretexto mais religioso que racial como no
Oriente Médio, Irlanda do Norte, Sudão e no Tibete.
Os
conflitos étnicos existem na humanidade desde o início dos tempos. Alguns
antropólogos, por exemplo, acreditam que o Neandertal foi extinto por uma guerra
étnica contra os homo sapiens. Vários povos primitivos também envolveram-se em
muitos os conflitos étnicos, especialmente com a passagem dos nômades e as
sociedades tribais para os grandes impérios das cidade-estados, e da invasão e
dominação de um povo sobre outro.
TEORIA
FUNDAMENTAL
Os Conflitos Interétnicos em
Entrave ao Desenvolvimento
A
Geografia dos Conflitos exibe diversas áreas de tensão espalhadas pelo globo,
tendo como principais causas, as rivalidades étnicas, religiosas e nacionalistas
e ainda os casos em o conflito envolve disputa entre estados ou mudanças de
fronteiras. Um exemplo de conflito entre dois ou mais Estados é o que ocorre
entre a Índia e Paquistão, duas potências nucleares. A Índia - de maioria hindu
- e o Paquistão - muçulmano - onde os dois países disputam a região da Caxemira
localizada ao norte da Índia.
Outro
exemplo de conflito é aquele que ocorre dentro de um país (guerra civil -
guerrilha), onde grupos armados objetivam a tomada do poder, é o que ocorre na
Colômbia, onde a Forças (Forças Armadas Revolucionária da Colômbia), controlam
uma área de 42 mil km2 dentro do território colombiano, instalando uma guerra
civil no país e um dos conflitos mais duradouros e sangrentos da América
Latina.
No
México a luta do EZLN - O exército Zapatista de Libertação Nacional - que tem
sua ação no Departamento de Chiapas, uma região pobre ao sul do país, sua luta
é contra a política neoliberal do governo mexicano, que exclui e marginaliza a
população pobre.
Afeganistão:
Apesar de grupo fundamentalista Taleban ter sido retirado do poder pelos
americanos, isto nunca trouxe estabilidade política ao país, as mulheres
continuam sendo mal tratadas, tribos e clãs (tadjique, uzbeque e hazará)
continuam em luta pelo poder em algumas regiões do país.
Chechênia:
Esta região do Cáucaso de importância estratégica para a Rússia por causa do
petróleo, também é motivo de grande instabilidade em função de conflitos
étnicos.
Coreia
do Norte: O país segue uma rota de isolamento no cenário internacional, em
função de seu programa nuclear hostil aos interesses dos Estados Unidos, Coreia
do Sul, China e Japão.
Iraque:
A coalização anglo-americana que derrubou Saddam Hussein, enfrenta a
instabilidade política e a ação de grupos terroristas contrários a presença de
estrangeiros no país.
Sri
Lanka: Conflitos de origem religiosa onde Tâmeis (hinduístas) lutam contra
cingaleses (budistas), estão em luta desde 1980 (século xx). Ruanda e Burundi.
Conflitos entre Ruanda e Burundi, na região dos Grandes Lagos Africanos, já
deixaram um milhão de mortos, em consequência da antiga rivalidade entre as
etnias tutsi e hutu. O conflito entre cristãos ao sul e muçulmanos ao norte faz
parte do cotidiano da Nigéria. A Nigéria é o principal exportador de petróleo da
África, mas a esmagadora maioria da população, de 112 milhões de pessoas, vive
na pobreza. As péssimas condições de vida são responsáveis por boa parte das
tensões religiosas do país, composto de cerca de 250 grupos étnicos.
Somália.
A Somália não tem um governo efetivo, não há nenhum serviço público e nenhuma
força de segurança. Esta situação se prolonga desde 1991 quando os
"senhores da guerra" derrubaram o ditador Mohamed Siad Barre,
provocando o colapso do Estado e a guerra civil. O conflito ocorre entre grupos
insurgentes islâmicos acusados de ter ligação com a Al Queda e forças do
governo apoiadas por tropas etíopes, que tentam manter o controlo sobre a
capital Mogadício.
Argélia.
A Argélia é um país árabe do norte da África que sente a volta do ambiente de
terror que dominou este país nos anos 1990, marcado por conflitos entre o
Exército e grupos islâmicos radicais. Em janeiro de 2007 o Grupo Salafista para
a Predicação e o Combate (GSPC) passou a se chamar Al Queda nos Países do
Magreb Islâmico, assumindo a autoria de uma série de atentados.
Conflito
Árabe-Israelense, onde os palestinos reivindicam o reconhecimento de um Estado
independente nos territórios ocupados por Israel - Faixa de Gaza e Cisjordânia.
Os maiores entraves para uma solução do conflito são; o status de Jerusalém; o controlo
dos mananciais hídricos; os refugiados palestinos e judeus; a delimitação das
fronteiras e o terrorismo.
A
diversidade ética de conflito ainda mais por, muitas vezes, ter que ocupar o
território com o inimigo. Os conflitos são constantes na luta por parte do
território. Os conflitos armados também ocorrem por questões política e
econômica, como a ocorrida no Congo (ex-Zaire), a guerra civil em Serra Leoa e
a guerra na Angola.
QUESTÕES
SOBRE CONFLITOS MUNDIAIS
A
Caxemira é um dos focos de conflito na actualidade. Ela é o pivô de uma disputa
entre os seguintes países:
a)
China e Índia
b)
Paquistão e China
c)
Paquistão e Índia
d)
Índia, Paquistão e Afeganistão
e)
China, Índia e Paquistão.
O
continente africano exerce importante papel estratégico nas relações políticas
e ideológicas entre os países que compõem os blocos econômicos mundiais.
Os
conflitos ocorrem por conta do interesse de diversas tribos em constituírem um
espaço comum africano para agregar as diversas comunidades em um mesmo grupo
étnico-linguístico-cultural. As atuais fronteiras foram traçadas pelos
colonizadores europeus sem respeitar a antiga organização tribal e a
distribuição geográfica das etnias no continente. As comunidades étnicas
optaram por entrar em conflitos armados estimulados pela inserção do
capitalismo neoliberal e, principalmente, por conta dos diversos produtos
industrializados disponíveis nos mercados africanos.
Além
disso, variados conflitos no mundo nos últimos tempos têm sua origem em
divergências religiosas. Jerusalém é a cidade sagrada de três grandes religiões.
Os três credos têm em Jerusalém marcos básicos de sua doutrina e de sua
história. (In.: Atlas Geográfico Mundial para conhecer melhor o mundo em que
vivemos.
O
texto acima apresenta Jerusalém como a cidade sagrada de três religiões. São
elas:
a)
Judaísmo, hinduísmo e islamismo
b)
Judaísmo, cristianismo e islamismo
c)
Judaísmo, budismo e islamismo
d)
Judaísmo, confucionismo e islamismo
e)
Judaísmo, xintoísmo e islamismo
Quem perde e quem Ganha com esses
Conflitos
Os
confrontos dispersos pelo mundo fazem milhões de vítimas, sem contar os
refugiados, pessoas que fogem da violência, o número de refugiados vem
crescendo progressivamente desde as últimas décadas do século XX, que em 1995
já chegava a 27 milhões de pessoas. Nas diversas regiões do globo alguns povos
se destacam, como no Oriente Médio (curdos, palestinos e afegões), na Ásia
Meridional (indianos e paquistaneses), na região dos Bálcãs (refugiados das
repúblicas da ex-Iugoslávia) e na África Negra (Ruanda, Sudão, Etiópia,
Somália, Serra Leoa, etc.).
Mas
há também quem sai ganhando com tantos conflitos. As vendas de armas aumentaram
8% no ano passado (2000), chegando a 37 bilhões de dólares, confirmando a
condição dos EUA como o maior fornecedor de armas ( US$ 26 bilhões ) para o
mundo, principalmente para os países em desenvolvimento, na sequência os
maiores fornecedores são, EUA, Rússia, França, Alemanha, Inglaterra, China e
Itália.
Consequências dos Conflitos Étnicos
na África
São
30 milhões de km² de caos. A África possui o pior Índice de Desenvolvimento
Humano, o maior Índice de Pobreza Humana e o menor PIB per capita do mundo. Tem
as maiores taxas de natalidade, subnutrição, analfabetismo, mortalidade, mortalidade
infantil e crescimento demográfico. Não bastasse isso, o continente está
assolado por epidemias, principalmente de HIV, e pela fome.
A
principal consequência do neocolonialismo foi a Partilha da África, a divisão
dos territórios africanos entre as principais potências europeias durante a
Conferência de Berlim. Nessa época, a África era composta por diversas etnias
diferentes na língua, na religião e nos costumes. A confecção artificial de 53
países juntou diversos grupos etnoculturais, muitos deles rivais, que foram
forçados a coexistir sobre a mesma fronteira. Tal fato acentuou os conflitos
tribais no continente, situação que se perpetua até hoje.
A
descolonização africana, iniciada após o fim da Segunda Guerra Mundial, acendeu
a esperança pelo fim dos conflitos étnicos na região. Porém, com a Guerra Fria,
emergiram nas políticas nacionais ditadores, patrocinados ou pelos EUA ou pela
URSS, que pouco contribuíram para apaziguar as tensões na região. Ao invés
disso, decidiram adotar o princípio da intangibilidade das fronteiras, isto é,
manter as fronteiras herdadas do período colonial. Tal iniciativa contribuiu
sobremaneira para a eclosão de novos conflitos, guerras civis e movimentos
separatistas que mataram milhões de pessoas, feriram outras tantas e causaram
um gigantesco número de refugiados.
Desenvolvimento local em Área de
Conflito Interétnico
A
posse da terra é o grande motivo do conflito que se estende por mais de 50 anos
na região/alvo. Para os Kaiowá significa a sua própria continuidade de identidade,
de modo de ser, uma questão extremamente significante. Sob este aspecto, não se
observaram mudanças ou acomodações culturais, o que se detectou foi a
instituição de um conflito que deve persistir até a demarcação da área já
reconhecida como indígena.
Se,
por um lado, não é possível falar em etno desenvolvimento sem a garantia do
reconhecimento do direito à terra, e pode-se perceber que este modelo passa a
ser entendido como instrumento de política ideal, abordado no início deste
capítulo, por outro, o desenvolvimento local pode contribuir na investigação
sobre lógicas espaciais diversas89, tanto dos índios como dos colonos, numa
tentativa de desvendar o confronto em sua complexidade atual.
Condicionalismo
da distribuição da população A explicação da irregularidade na distribuição da
população africana é complexa, dado o número de factores físicos e humanos
(económicos históricos e sociais) intervenientes e que se inter – relacionam.
Factores Físicos As condições são os principais factores que condiciona a
repartição especial da população. A influência do clima manifesta-se de forma
directa sobre o organismo humano, condicionando a sua saúde e a actividade
física e intelectual; de forma directa, condiciona a fixação e desenvolvimento
da vida animal e vegetal, a natureza e qualidade de solo e, por consequência, a
actividade agrícola e pecuária.
Relevo
As regiões de elevada altitude não são, geralmente, atractivas para a fixação
humana. Este facto atribui-se, por um lado, à diminuição da temperatura e por
outro ao encarecimento do oxigénio com a altitude. A malária e a febre-amarela
são algumas das doenças que se desenvolverem nestas áreas. A estas condições
difíceis, associa-se a infertilidade dos solos, o que contribui para reforçar o
seu carácter desagradável.
CONCLUSÃO
Depois
da pesquisa cheguei a concluir que o desenvolvimento em situações
diferenciadas, como a de conflito interétnico, requer uma abordagem igualmente
diferenciada, que abranja a totalidade do território, suas possibilidades e
capacidades de efetivações (realizações) coletivas, por mais insipientes que
sejam.
Um
novo enfoque que permita traçar, a princípio, apenas esboços, considerações,
para um novo caminho que possa vir a minimizar as relações de intolerância e as
contradições locais. Há poucos anos Le Goff (1997) afirmou que o grande desafio
do historiador, dos intelectuais, seria o de preparar os povos para o contato
entre as culturas, chegando até as raias da mestiçagem: “se quisermos evitar a
incompreensão, a guerra, o genocídio, é preciso preparar os povos e as culturas
para a única via possível de paz e justiça, que não é outra senão a
mestiçagem.”
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