OS GRUPOS ÉTNICOS DE ANGOLA
A identidade
de um povo ou de uma nação manifesta-se pela língua que fala pelos seus nomes,
pelos seus usos e costumes. A língua é o suporte da cultura de um povo; é um
dos troços seguros da personalidade e da identidade cultural. O espaço
geográfico que vai de Cabinda ao Cunene e do mar ao Leste é constituído por
vários grupos etno-linguisticos que re-presentam a sua identidade cultural que
precisa de ser conservada e preservada. Entretanto, lamentavelmente alguns
grupos, talvez, por aculturação tentam negligenciar as suas línguas e os seus
nomes. Agindo assim, esses grupos negam a sua identidade, o que deve constituir
uma preocupação de todos os angolanos de todos os falantes de cada província. O
país habitado por angolanos que são maioritariamente de origem bantu e portanto
as suas línguas também são de origem bantu.
De acordo com
a consulta por nós feita de documentos como: Atlas Missionário Português da
junta de investigação do Ultramar e Centro de Estudos Históricos, Lisboa-1964,
por António da Silva Rego e Eduardo dos Santos; Arqueologia Angolana, Edição
Ministério da Educação, 1978, por Carlos Ervedosa; Angola, Natureza, População
e Economia - Edições Progresso, Moscovo, de L.L.Fituni; A Igreja em Angola,
Editorial Além-Mar, Edição Mardo 1990- de Lawrence W.Henderson; Teologia e
Cultura Africana no Contexto Sócio-Politico de Angola, por Reverendo José
Kipungo e de José REDINHA, O PAÍS É
COMPOSTO PALAS SEGUINTES LÍNGUAS E VARIANTES:
Bacongo: Esse
grupo abrange as províncias de Cabinda, Zaire e Uíje com as seguintes variantes
(ou dialectos): Cabinda, Cacongo, Chicongo, Conje, Laca, Congo, Guenze, Lombe,
Paca, Pombo, sorongo, Sossos, Suco, Sundi, Uoio, Vili e Zombo, totalizando 17. Ambundo: Bambeiro, Bangala, Bondo, Cari,
Dembo, Holo, Hungo, Luanda, Luango, Minungo, Ngola ou Jinga, Ntemo, Puna,
Songo, Kissama, Lubolo, Haco, Sende e Kibala, num total de 20. Ovimbundo:
Baillundo, Bieno(Vie), Caconda, Chicuma, Dombe, Ganda, Hanha, Lumbo, Quissange,
Sambo, Huambo ou Wambo, Phinha ou Mussumbe, Mussele e Omomboim, Perfazendo 14.
Cokwe: Cafuia, Congo
ou Dinga, Lunda, Luena, Lunda-Chinde, Lunda-Dumba, Mataba, Quete e o próprio
Cokwe, 9. Ganguela : Ambuela, Ambuela-Bumba, Bumda, Cangala, Cuamaxia,
Engonjeiro, Ganguela, Gengista ou Luio, Iahuma, Lovale, Luimbe, Lutchase,
Mbande, Ncoias, Ndundo, Ngonielo, Nhemba, Nhengo e Viço, 19.
Nhaneca-Humbe:
Cuancua, Dongena, Gambo, Handa da Mupa, Handa do Quipungo, Hinga, Humbe,
Mumuila, Quilengue-Humbe, Quilengue-Muso e Quipungo,11.
Ambó: Cafima,
Cuamato, Cuanhama, Dombondola e Vale, 5.
Herero:
Chavicua, Cuanhoca, Chimba, Cuvale, Dimba e Gundelengo, 6.
Cuangar: Cusso
e Cuangar, 2.
Grupos não
bantu
Hotentote-Bochimane
(Khoisan): Bochimane, Cassequele, (Camussequele), Cazama, Hotentote e Quede, 5.
Cátua: Cuando,
Cuepe e Cuissi, 3.
Perfazendo um
total de 102 variantes ou dialectos no país.
Posto isso,
gostaria particularizar o Kwanza-Sul que a princípio conta com apenas 9
variantes, mas com o último levantamento feito pelo Instituto Nacional de Línguas
aquando do seu encontro que teve lugar na cidade do Sumbe, de 10 a 12 de Março
de 2008, o quadro sofreu algumas alterações que abaixo porém referencia.
A província do
Kwanza-Sul é constituída por dois grupos etno-logicos que são: Ambundo e
Ovimbundo.
a) Ambundo:
Kissama, Lubolo, Haco, Sende e Kibala.
b) Ovimbundo:
Phinda ou Mussumbe, Omomboim, Mussele e Balundo.
Entretanto o
encontro de Março introduziu as seguintes alterações: -Descobriu mais uma
variante falada por um pequeno grupo de pessoas que se encontra no centro da
cidade de Porto-Amboim com o nome de Ndongo, outrossim os representantes dos
municípios do Amboim, Porto-Amboim e Sumbe, defenderam-se como sendo os
pertencentes ao grupo Ambundo e não Ovimbundo assim como os participantes
corrigiram os termos: Omomboim, para Mbuim e Mussele para Hele. Por isso, o
grupo Ambundo foi acrescido de mais três (3) variantes tendo ficado assim:
Ambundo no K.Sul- Kissama, Lubolo, Haco, Sende, Kibala Mbuim, Phinda ou
Mussende e Ndongo(8) e Ovimbundo com apenas duas variantes no Kwanza Sul, que
são: Hele e Balundo. Finalmente, o professor Doutor Watumene Kukanda director
geral do instituto nacional de línguas dizia a dado momento, e eu cito: “ A
variante com maior número de falante, é a variante da região”, fim da citação.
Posto isso, não encontramos em nenhum documento a suposta língua Ngoya. O termo
Ngoya é altamente pejorativo: (Bárbaro, Sujo, Ignorante e Guloso). A variante
com maior número de falantes chama-se Kibala. Ela abrange os municípios de
Waku-Kungo, Ebo (Hebo), e atinge uma parte da Kilenda e a parte sul do Libolo.
Factos e contra factos não há argumentos.
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DOS
GRUPOS ETNOLINGUÍSTICOS DE ANGOLA
Angola como
sabemos, é um país africano imenso, que tem a extensão territorial de 1.246.700
Km2, rodeado pela República Democrática do Congo, pela Zâmbia a leste e pela
Namíbia a sul, ocupada por cerca de uma centena de etnias e subetnias, de
origem Bantu. Segundo Herlânder Felizardo, por seu turno, tenta fazer uma
abordagem sobre os Bantu. Para ele, ‘’o termo Bantu foi proposto na África do
Sul, em 1856, pelo alemão Wilhehm Bleek, para se referir a uma ‘’família’’ de
línguas que usavam uma raiz ntu para ‘’pessoa’’; muntu, singular, e bantu,
plural na grande maioria’’. A sociedade angolana é plural, composta por vários
grupos culturais. A maior parte dos povos de Angola são falantes de língua
Bantu, integrando um grupo que ocupa um terço do continente africano.
Os principais
grupos etnolinguísticos entre os povos angolanos são os seguintes:
1º OS OVIMBUNDU –
grupo etnolinguístico Umbundu . Com mais de um terço da população (33%), sendo
o maior de todos e o mais homogéneo de Angola, incluía as províncias de:
Benguela, Huambo e Bié. Em finais do século XIX estavam organizados
politicamente em 12 reinos, dos quais o do Bailundo, Bié, Chyaka, Galangue e
Andulo eram os mais poderosos. O seu idioma é o Umbundu. As três funções mais
importantes desempenhadas pelos reis consistiam em comunicar com o mundo
espiritual, relacionar-se com os outros povos e administrar a justiça.
O rei era o
sacerdote supremo do seu povo, uma vez que os seus antepassados eram as
principais divindades comunais. Ele e os seus curandeiros ofereciam sacrifícios
no altar régio com o objectivo de controlar os elementos e assegurar a
fertilidade e o sucesso nas caçadas. Cada rei umbundu exercia a sua autoridade
sobre uma série de sub-reinos, ou atumbu. O reino maior de todos, o Bailundo,
era composto por cerca de 200 atumbu, governado cada atumbu, entre três a
trezentas aldeias. Os Ovimbundu eram temidos durante muito tempo pelos seus
vizinhos por causa das suas incursões de intuitos escravocratas. Estes
agricultores que por algum tempo se transformaram em caravaneiros de longo
curso, raramente se sentiam tentados a rejeitar os moldes europeus e, por esse
facto, foram frequentemente usados para colaborar com os portugueses.
2º OS KIMBUNDO Os M’bundu (Kimbundu), situados entre os rios
Cuanza e Dande, com cerca de 26% da população, abrangendo Luanda, na costa, até
à bacia do Cassange, na parte oriental do distrito de Malange. Faziam parte
deste grupo Kimbundu vinte povos: Ambundu, Luanda, Luango, Ntemo, Puna, Dembo,
Bangala, Holo, Cari, Chinje, Minungo, Bambeiro, Quibala, Haco, Sende, Ngola ou
Jinga, Bondo, Songo, Quissama e Libolo. Exprimem-se em Kimbundu.
Como afirma
Segundo Teresa Neto: ‘’ grupo Kimbundu constitui o grupo étnico, no centro do
país, que mais assimilou os costumes coloniais portugueses’’; e, Lawrence
W.Henderson corrobora afirmando também que ali foi o centro da assimilação
porque na abordagem dele: ‘’os Kimbundu aprenderam o português ao serem
assimilados, como foram eles quem produziu as primeiras obras das literaturas
escritas angolana’’.
3º OS BACONGO Com cerca de
13% da população, era o terceiro maior reino de Angola. Era composto por oito
povos, relacionados entre sí, os quais ocupavam Cabinda e distrito do Zaire e
Uíge.
Aquando à
chegada dos portugueses em Abril de 1482, era o mais forte e estruturado nessa
região da África Central. Mas ao fim de dois séculos de colaboração intensa com
os portugueses, no comércio de escravos, o que de início constituiu um factor
de enriquecimento das linhagens aristocráticas, teve gradualmente como
consequência o enfraquecimento das estruturas sociopolíticas.
4º OS OVAMBUS – grupo
etnolinguístico Ambo – Criadores de gado e lavradores
Este grupo
representava menos de 3% da população, possuíam a maioria do gado em Angola,
sendo os principais fornecedores do planalto central. A sua economia devia
classificar-se como agro-pastoril, uma vez que dependiam tanto da agricultura
como da criação de gado, dando preferência em possuir uma grande manada, e que
para eles o gado constituía uma parte importante da vida, embora envolvam mais
na agricultura do que os seus vizinhos Herero. Os Ambo ocupavam a fronteira
entre Angola e a Namíbia. Em Angola aquela dominação aplicava-se ao grupo
etnolinguístico que incluía os Cuanhama, Cuamata, Dombandola, Evale e Cafima. Os
Ambo não viviam em aldeias como os Umbundu. A população rural dividia-se em comunidades
ou distritos, tendo cada comunidade um numero que oscilava entre as cem e as
trezentas famílias, que ocupavam uma área de limites mal definidas, chamadas
chilongo. Os Ambo não tinham um tipo centralizado de monarquia, mas todos os
povos tinham o seu rei. Entre os Ambo de Angola, os reis dos Cuanhama
desempenharam um papel preponderante.
5º OS NHYANECAS-HUMBI –
grupo etnolinguístico Lunhaneca – Conservadores: Os Nhanekas-Humbe, situando-se
geográfica e culturalmente entre os Umbundu e os Ambo, representavam cerca de
5% da população angolana. Dispersaram-se pelos distritos de Huíla e Cunene,
desde as vilas de Chongoroi e Quilengues, a norte, até à fronteira da Namíbia,
a sul. Este grupo é composto por dez povos. Os Muílas, os Gambos, os Humbes, os
Donguenas, os Hingas, Cuancuas, Handa de Quipungos, Quilengues-Humbes e
Quilengues-Musos.
O grupo
Nhaneka-Humbe era o mais conservador de todos os povos de Angola, são acima de
tudo pastores, deixando para as mulheres todas as atividades agrícolas que praticam.
Eles tinham sido menos influenciados do que os outros pela cultura europeia,
apesar de um número relativamente grande de colonos portugueses ter invadido o
seu território em meados do século XIX. Este conservadorismo que resistiu à
urbanização fez com que Sá da Bandeira/Lubango, situado em pleno território
Nhaneka-Humbe, fosse a única cidade em Angola a ter uma maioria branca.
6º OS HEREROS – grupo
etnolinguístico Tcherero - Verdadeiros pastores
Os Hereros
podia disputar com os Nhaneka-Humbe a classificação de «o mais conservador»,
mas como os povos Herero eram pouco numerosos, o seu lugar na cena angolana
revestia-se de menor importância. Os
poucos milhares de Dimbas, Chimbas, Chavicuas, Hacavonas, Cuvales, Dombes,
Cuanhocas e Guendelengos ocupavam o território situado nos distritos de
Benguela, Moçamedes e Huíla, chegando ao interior a partir do deserto de
Namibe.
Do ponto de
vista económico, os Herero eram, entre todos os angolanos, os que mais se
dedicavam à criação de gado. Os grupos vizinhos, os Ambo e os Nhaneka-Humbe,
davam mais importância à sua riqueza pastoril do que à agrícola, tudo porque o
grande valor que davam ao gado não era apenas fundamental para a economia mas
também para o seu sistema cultutal de valores, pois repudiam quaisquer atividades
sedentárias, não descartando a sua longa tradição agrícola. Em 1958, o membro
mais velho Herero lembrava-se ainda do tempo antes da agricultura ter entrado
na economia do seu povo.
7º OS LUNDA-TCHOKWE
– grupo etnolinguístico Tutchokwe -Caçadores por excelência
Conhecidos
pelo seu talento artístico, estes povos têm-se deslocado para Angola a partir
da região do Congo-Catanga ao longo dos últimos 150 anos, sobretudo como
caçadores e comerciantes. Os povos do grupo Lunda-Chokwe incluíam os Lunda, Lunda-lua-Chindes,
Lunda-Ndembo, Mataba, Cacongo, Mai, e Chokwe. Na denominação composta deste
grupo, «lunda» refere-se ao grande império da África Central, que no século
XVIII enviou chefes políticos de Katanga/Shaba, no Zaire, para as zonas mais
populosas do Leste de Angola. Entre os povos que os chefes lunda foram
encontrar, estavam os Chokwe, que viviam para lá da religião banhada pelos rios
Kasai, Cuango, Zambeze e Cuanza, no Centro-Leste de Angola.
A organização
sociopolítica dos Chokwe assentava em doze clãs matrilineares, governados por
chefes de linhagens menores. Os Lundas impuseram-se como dirigentes políticos
aos governantes locais e fundaram reinos, segundo o modelo que vigorava no
império lunda.
Em finais do
século XIX, os Chokwe eram o povo mais agressivo e mais independente em toda a
Angola, mostrando sê-lo ao século passado, no terem começado a expandir-se em
direcção ao Centro de Angola. O poder económico reforçava ainda mais a sua não
dependência, visto que o marfim, a cera e a borracha, que constituíam os
produtos principais das trocas comerciais em finais do século XIX, se
encontravam essencialmente na parte leste de Angola em áreas controladas pelos
Chokwe.
Eram também
bons caçadores, tendo acumulado armas de fogo. Por trocas que efectuavam ou por
ataques que perpetravam, adquiriam muitas mulheres e escravas, que iam aumentar
em grande número a população Chokwe, não só pelo facto de serem muitos, mas por
estarem em idade de conceber. Os Chokwe, para além de serem conhecidos como
caçadores-guerreiros orgulhosos e independentes, eram ainda famosos como
artistas. Os seus escultores executavam em madeira elegantes figuras humanas e
máscaras para os rituais. Uma outra parte em que os Chokwe foram verdadeiros
mestres era a pintura mural.
8º OS GANGUELAS – grupo etnolinguístico
Tchinganguela Pescadores
Os Ganguelas
representavam cerca de 7% dos angolanos: os Luimbe, Luena, Lovale, Lutchazi,
Bunda, Ganguela, Ambuela, Ambuila-Mambumba, Econjeiro, Ngonielo, Nhemba e
Avico. O antropólogo americamo, George Murdock, inclui a maioria destes povos
num agrupamento Lunda, juntamente com os Chokwe. O grupo Ganguela era o mais
heterogéneo de Angola. Os anteriores grupos etnolinguísticos descritos, que
representavam mais de 95% da população em finais do século XIX, eram todos
bantos. Os restantes grupos eram os Khoisans, que eram representantes dos povos
que viviam em Angola antes da invasão dos Bantos, depois os portugueses e os
mestiços.
9º O GRUPO KHOISAN – Os nativos de Angola Os
Bosquímanos Kung, a sul de Angola, chamavam-se a sí próprios o «povo
inofensivo», ou seja, zhu twa si. Aos não bosquímanes, eles chamavam zosi, o
que quer dizer «animais sem casco». Segundo eles, os não bosquímanos eram maus
e perigosos como as hienas e os leões. Quando os Bantos, ou os «animais sem
casco», entraram em Angola, quatro a dez séculos atrás, foram encontrar
populações que se dedicavam à caça e que eram de tal modo inofensivas que
depressa se deixaram dominar. Khoisan é uma palavra composta a partir de
khoikhoi, que era o nome hotentote que eles se davam a sí próprios, e san, que
era o nome que atribuíam aos Bosquímanos. Em finais do século XIX, alguns
milhares de bosquímanos dispersaram-se pela parte sul de Angola e pelo deserto
da Calaári, em bandos constituídos por famílias pouco numerosas. Os
Bosquímanos, de constituição frágil e de pele amarelada, viviam uma vida nómada
sem se fixarem permanentemente.
Por sua vez,
Boubacar N. Keita, aborda que: ‘’os Khoisans, pequenos pela estatura – 155
centímetros para os homens e 145 para as mulheres, ter-se-iam formado como
entidade particular durante o Paleolítico Superior…as suas características
antropológicas, têm suscitado o mais vivo interesse e provocado apaixonante
debates entre vários especialistas ’’.A organização social dos Bosquímanos,
assentava simplesmente na família nuclear, a qual, muito raramente, ia para
além das vinte pessoas, podendo ser composta por um homem já velho, pela
mulher, as suas filhas, genros e netos e talvez ainda por um ou dois filhos
solteiros.
HABITOS CULTURA E COSTUMES
Angola é um
país onde existe uma variedade de hábitos e costumes culturas oriundo de povos
de varias etnias, desde as danças, a musica, a língua, gastronomia, vestimentas
etc. A esmagadora maioria dos angolanos -- perto de 90% -- é de origem bantu. O
principal grupo étnico bantu é o dos ovimbundos que se concentra no centro-sul
de Angola e se expressa tradicionalmente em umbundo, a língua nacional com
maior número de falantes em Angola. Por seu lado, os ambundos, falando kimbundu,
a segunda língua nacional com mais falantes, estabelecem-se maioritariamente na
zona centro-norte, no eixo Luanda-Malanje e no Kwanza-Sul. O Kimbundo é uma
língua com grande relevância, por ser a língua tradicional da capital e do
antigo reino dos N'gola. Legou muitas palavras à lingua portuguesa e importou
desta, também, muitos vocábulos. No norte (Uíge e Zaire) concentram-se os
bacongos de língua kikongo que tem diversos dialectos. Era a língua do antigo
Reino do Congo. Ainda nesta região, na província de Cabinda, fala-se o fiote.
Os kiocos
ocupam o leste, desde a Lunda Norte ao Moxico, e expressam-se tradicionalmente
em tchokwe, língua que se tem vindo a sobrepor a outras da zona leste do país. Kwanyama
ou oxikwnyama, nhaneca (ou nyaneca) e mbunda são outras línguas de origem bantu
faladas em Angola. O sul de Angola é também habitado por bosquímanos, povos não
bantus que falam línguas do grupo khoisan. De referir, ainda, a existência de um número
considerável de falantes das línguas francesa e lingala, explicada pelas
migrações relacionadas com o período da luta de libertação e pelas afinidades
com as vizinhas República do Congo e República Democrática do Congo. Embora as
línguas nacionais sejam as línguas maternas da maioria da população, o
português é a primeira língua de 30% da população angolana - proporção que se
apresenta muito superior na capital do país, enquanto 60% dos angolanos afirmam
usá-la como primeira ou segunda língua.
ETNIA ANGOLA
A cultura
angolana é por um lado
tributária das etnias que se constituíram no país há séculos - principalmente
os Ovimbundu,Ambundu, Bakongo, Côkwe e Ovambo. Por outro lado, Portugal esteve presente na região de
Luanda e mais tarde também em Benguela a partir do séculos XVI, ocupando o
território correspondente à Angola de hoje durante o século XIX e mantendo o
controle da região até 1975. Esta presença redundou em fortes influências
culturais, a começar pela introdução da língua língua
portuguesa e do cristianismo. Esta influência nota-se particularmente nas
cidades onde hoje vive mais de metade da população. No lento processo de
formação uma sociedade abrangente e coesa em Angola, que continua até hoje,
registam-se por tudo isto "ingredientes" culturais muito diversos, em
constelações que variam de região para região.
tenho um trabalho de filosofia e por acaso este material ajudou-me muito. Obrigada!
ResponderEliminarMuito conhecimento neste post, na verdade esse contributo deveria estar nos manuais de ensino para que todo o Angolano saiba a sua etnia e História de Angola.
ResponderEliminarPor outra, deveriam criar um novo livro ou editar o que existe, porque é muito vazio. Gostaria que um dia Angola ensine aos seus filhos a verdadeira história.
Acredito que a maioria dos Angolanos sobre tudo a camada juvenil não têm noção sobre origem e etnia, por isso nos perdemos, e pensamentos que imitar o Ocidente é ser Homem Moderno e Civilizado.
Contudo, muito obrigado pela pesquisa e acesso livre a este grande conhecimento.
Obrigado por abrir a minha mente.
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