TRABALHO ELABORADO POR JAY KLENDER WORSES
ÍNDICE
Eeste trabalho tem
como tema principal Angola de 1975 à actualidade, sendo assim a presente
pesquisa centra-se no no subtema a
Interveção Cubana. A República Popular de Angola é um Estado que lutou
arduamente pela suaautodeterminação, tendo-se tornado independente da
colonização portuguesa e um país soberano a 11 de Novembro de 1975. O português
é a sua língua oficial.
A transição para a
independência de Angola foi demasiada complexa por causa da falta de unidade do
Movimento de Libertação Angolano, mais concretamente entre a FNLA, MPLA e a
UNITA, e poroutro lado pela influencia ideológica das potencias que apoiaram
esses movimentos no quadro da luta armada. Isto impossibilitou a materialização
do Acordo do Alvor.
Por ocasião da
independência, Angola vivia uma situação de estagnação económica que decorria
das próprias características da exploração colonial, agravadas pela fraqueza
económica da metrópole.
Em 27 de Julho de
1974, na sequencia doGolpe de Estado de 25 de Abril, foi reconhecido aos
territórios ultramarinos (overseas) o direito à autodeterminação. O ano de 1975
abre com um governo de transição quadripartido (Portugal, FNLA, MPLA, UNITA)
saído do Acordo do Alvor e que não chegará ao dia 11 de Novembro.
A decisão da
intervenção directa de Cuba no conflito de Angola resultou de considerações
enquadradas na estratégia global gizada pela União Soviética, visando obter
garantias de apoio ao MPLA, movimento que proclamara a independência em Angola.
Outro factor importante que terá levado ao emprego massivo de forças militares
cubanas em Angola resultou da necessidade de Moscovo reduzir ao mínimo os
riscos de perder em combate tropas do seu próprio exército.
A intervenção de
Cuba em Angola era um caso insólito na política externa desse país e na
projecção de poder militar a longa distância. As intervenções extra
continentais, até àquele momento, eram de domínio exclusivo de uns quantos
países da Europa Ocidental e da China. Para as autoridades cubanas, a justificação
da intervenção em Angola devia ser vista dentro do princípio da solidariedade
comunista e do internacionalismo Proletário. No período entre Outubro de 1975 e
Abril de 1976 cerca de 30.000 cubanos entraram em Angola. Do mesmo modo que a
intervenção sul-africana terá servido para influenciar uma viragem da maioria
da opinião africana em favor do MPLA, a presença militar de Cuba em Angola
permitiu o estreitamento de relações entre os Estados Unidos e o regime da
África do Sul, justificado na necessidade de conter o expansionismo soviético.
A Intervenção
Cubana em Angola Revisitada Terá sido assim que nasceu a «Operação Carlota».
Esta teve início com «o envio de um batalhão reforçado de tropas especiais,
composto por 650 homens. Foram transportados de avião em voos sucessivos
durante 13 dias, da secção militar do aeroporto José Martí, em Havana, até ao
próprio aeroporto de Luanda, ainda ocupado por tropas portu- guesas. A sua
missão específica era deter a ofensiva para que a capital de Angola não caísse
em poder das forças inimigas antes dos portugueses partirem e depois manter a
resistência até que chegassem reforços por mar. Mas os homens que saíram nos
voos iniciais já iam convencidos de chegar demasiado tarde e só abrigavam a
esperança final de salvar Cabinda. O primeiro contingente saiu em 7 de novembro
às 4 da tarde num voo especial da Cubana de Aviación», com 82 passageiros a
bordo (García Márquez, 1977).
Quando os dois
primeiros aviões aterraram em Luanda, prossegue García Márquez (1977), «as
colunas de Hol- den Roberto estavam tão próximas, que horas antes haviam morto
a tiros de canhão uma idosa nativa, tentando chegar ao quartel do Gran Farni,
onde estavam concentrados os cubanos. Por isso, estes não tiveram sequer tempo
para descansar. Envergaram o uniforme verde- -oliva, incorporaram-se nas
fileiras do MPLA e foram combater»1. Em 8 de novembro, enfim, saíam de Cuba
«três barcos carregados com um regimento de artilharia, um batalhão de tropas
motorizadas e o pessoal da artilharia a reação, que começariam a desembarcar em
Angola a partir de 27 de novembro» (García Márquez, 1977).
A Batalha de Cuito
Cuanavale foi o maior confronto militar da Guerra Civil Angolana, ocorrido
entre 15 de novembro de 1987 e 23 de março de 1988. O local da batalha foi o
sul de Angola na região do Cuito Cuanavale na província de Cuando-Cubango, onde
se confrontaram os exércitos de Angola FAPLA (Forças Armadas Populares de
Libertação de Angola) e Cuba (FAR) contra a UNITA e o exército sul-africano. Foi a batalha mais
prolongada que teve lugar no continente africano desde a Segunda Guerra
Mundial.
Nesta batalha, o mito da invencibilidade do
exército da África do Sul foi quebrado, alterando dessa forma, a correlação de
forças na região austral do continente, tornando-se o ponto de viragem decisivo
na guerra que se arrastava há longos anos.
A primeira acção
militar da campanha do governo angolano, foi a ocupação da antiga base
portuguesa de Mavinga, onde estavam sediados 8.000 guerrilheiros da UNITA,
porem até a chegada das forças angolanos, Mavinga recebeu um reforço de 4.000
tropas da SADF (South African Defence Force), vindo a confrontar uma força de
18.000 soldados angolanos. Mavinga foi o primeiro passo no caminho para a Jamba
e para penetrar a Faixa de Caprivi.
O ataque a Mavinga
foi uma derrota total para as forças angolanas, com baixas estimadas em 4000
mortos. A manobra de contra-ataque das SADF, nomeada Operação Modular foi um
êxito, forçando as tropas das FAPLA e das FAR a retroceder 200 quilómetros de
volta a Cuito Cuanavale numa perseguição constante através da Operação Hooper.
Sabendo que caindo
Cuito Cuanavale o inimigo seguiria para Menongue, uma base aérea importante do
governo, as FAPLA restabeleceram-se ai, retendo com dificuldade o avanço da UNITA
e das SADF . As três brigadas sobreviventes da força original barricaram-se a
leste do Rio Cuito, do outro lado da povoação de Cuito Cuanavale, aguentando as
forças rivais durante três semanas, sem blindagem nem artilharia para se
defenderem e sem provisões. O presidente de Cuba Fidel Castro, a pedido do
governo angolano, enviou mais 15.000 soldados de elite para ajudar ao esforço
da batalha, dando o nome a essa movimentação de tropas de Manobra XXXI
Aniversário da FAR. Com o reforço cubano, o número de tropas no país passava de
50.000. A 5 de dezembro de 1987 o primeiro reforço militar chegou ao posto das
FAPLA em Cuito Cuanavale.
Entretanto, os
soldados angolanos recebiam um novo treino para se adaptarem às novas armas
mais avançadas fornecidas pela União Soviética, enquanto os seus colegas das
FAR preparam as defesas para resistir às investidas do inimigo. Os defensores
cavaram trincheiras, barricadas, e depósitos para helicópteros, embora a pista
de aviação estivesse intacta, os observadores das forças inimigas impedia a
aterragem de aviões em Cuito Cuanavale. A ponte sobre o rio havia explodido a 9
de janeiro e para poderem atravessar o rio, os cubanos construíram uma outra
ponte de madeira, apelidada de "Pátria ou Morte". Os defensores aproveitaram
todas as armas que disponíveis, desde as dos tanques imobilizados, às dos
soldados sepultados pela terra nos ataques de artilharia.
Entretanto as SADF aproveitaram o impasse
para trazer reforços, levando a cabo cinco assaltos contra os postos angolanos
nos meses seguintes, não conseguindo vencer os defensores. Uma das situações
que ajudou imenso a UNITA, foi a estação das chuvas que atrasou o avanço das
tropas vindo de Menongue, através de caminhos lamacentos, carregados de minas
anti-pessoais pela UNITA e de emboscada. Quando o grosso dos reforços chegaram,
já tinha começado a batalha final.
Os assaltos de
UNITA prosseguiram até 23 de março de 1988, levando os tropas defensoras a
recuaram para os arredores de Cuito Cuanavale, onde sofreram bombardeamentos de
artilharia da SADF, localizadas nas colinas de Chambinga, nos meses seguintes.
O impasse militar
de Cuito Cuanavale foi reclamado por ambos lados como uma vitória. O lado
angolano afirmou que com a defesa de Cuito Cuanavale, em situação precária e
situação inferior, impediram a invasão do território angolano, pelas forças da
África do Sul. Porém na África do Sul os partidários da guerra proclamavam como
triunfo o facto de o exército deles menos equipado mas melhor treinado ter
impedido o avanço do comunismo.
Os Cubanos que apoiavam as forças do Governo da República Popular de
Angola, estavam ao serviço da União Soviética - os Cubanos eram no período da
Guerra Fria "ponta de lança" da URSS e em troca Cuba recebia da União
Soviética, enormes remessas financeiras para o financiamento da sua economia.
As mudanças encetadas por Mikhaiel Gorbachev a partir de 1985, levaram à
grandes transformações na vida política da URSS (abertura democrática, economia
de mercado), assim como o seu desmembramento e concomitantemente o fim do
comunismo, pondo também fim a influência e a ajuda que a URSS prestava em
várias partes do mundo, como foi o caso de Cuba. As transformações políticas
que tiveram lugar no final da década de 80 do século XX, rapidamente se
disseminou por toda Europa de Leste e pelo mundo fora.
O derrube do muro de Berlim em Junho de 1989, marcava o fim do Império
Soviético, assim como o fim da Guerra Fria. (Dados indicam que os Cubanos
chegaram à Angola antes da proclamação da independência, ou seja, antes de
Angola se tornar um Estado soberano).
Departamento de
Informação e publicidade da SWAPO; Nasce uma Nação: A Luta de Libertação da
Namíbia, Zed Press, 1981, Londres/Inglaterra
MANUEL, Jaime
Miguenji Duzentos, A Conflitualidade na África Austral (1975-1988); Angola
versus África do Sul, Luanda (tese de Licenciatura não publicada), 2005
SLIPCHENKO,
Serguei, No Sul da África, Edições Progresso, Moscovo/URSS, 1987
URNOV, A., África
do Sul contra África, Edições Progresso, URSS, 1988
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