INTRODUÇÃO
A elaboração deste trabalho, surgiu da real necessidade de compreendermos
sobre a teoria sociais que é uma ferramenta essencial
para a análise da sociedade, por meio de construções teórico-conceituais
interdisciplinares, incluindo sociologia, antropologia,
geografia,
psicologia,
economia,
ciência política e filosofia.
A teoria
social exclui a pesquisa empírica em qualquer área das ciências humanas e sociais, podendo até mesmo ser uma forma de pôr
os fenômenos em um contexto teórico que os esclareça melhor.
TEORIAS SOCIAIS
O substantivo theoría significa ação de contemplar, olhar, examinar,
especular. Também pode ser entendido como forma de pensar e entender algum fenômeno
a partir da observação. Na Grécia antiga, teoria significava "festa solene,
procissão ou embaixada que as cidades helênicas enviavam para representá-las
nos jogos
olímpicos ou para consultar os oráculos".
O termo é aplicado a diversas áreas do
conhecimento, sendo que em cada área possui uma definição
específica. A génese da modernidade ocidental situa-se nas transformações
sociais ocorridas no século XVIII. Os marcos históricos da modernidade – o
Iluminismo, a Rev. Industrial, a Rev. Francesa – são essenciais para
percebermos uma Nova Era que nascia sob o auspício da racionalidade e da
reflexividade.
Com o advento da modernidade surgiu a crença no
declínio da religião. Este vaticínio ocorreu não só nos diversos campos das
sociedades ocidentais, mas também, e em particular, no campo académico, e veio
informar o próprio conhecimento sociológico emergente. De facto, no século
XVIII, muitas leituras da realidade implicavam uma oposição entre a modernidade
(e a multiplicidade de questões que ela constitui) e a religião.
A modernidade toma o indivíduo como o seu
“actor principal”. O ser humano racional substitui, em grande medida, a
centralidade precedente do “cosmos sagrado”, que era gerido por instituições
religiosas responsáveis, ao longo de vários séculos, pela coesão social e
cultural. A ideia de que a religião deixa de ser a única instituição a cuidar
da coesão social, assim como a noção de que ela perde o monopólio da produção
de sentido, torna-se comum. A realidade já não se ordena sob o dossel sagrado
da religião. A religião autonomiza-se num campo social específico, e parece
perder o seu ascendente sobre os diferentes níveis societais do mundo moderno,
ainda que mantendo importantes níveis de influência e de intercepção com os
diversos campos sociais.
Neste sentido, o termo «secularização» surge na
teoria sociológica como conceito, teoria, ou paradigma (este é outro debate) a
partir dos anos 60. É certo que com a modernidade surgiram as teses do declínio
ou extinção da religião, mas o processo da secularização só se operacionalizou
na teoria sociológica durante o decorrer da segunda metade do século XX.
Thomas Luckmann introduziu o conceito de
diferenciação ou segmentação institucional. O autor considera que com a
modernidade emergiram subsistemas sociais com um grau de autonomia relativo, e
que, deste modo, também a religião se autonomizou numa esfera social autónoma.
Uma das consequências da segmentação institucional será a privatização da
religiosidade.
Os autores da secularização consideram que a
modernidade acarreta o enfraquecimento da dimensão institucional da religião, e
a sua privatização. Os ligames sociais e culturais de cariz religioso, que
foram consistentes durante séculos, desgastam-se, e as instituições religiosas
perdem o seu poder. Os indivíduos sentem-se livres para encontrar, de forma
autónoma e reflectida, o seu próprio universo de significações diante de um
mundo fragmentado (um “mundo de mosaicos”). Assim, a própria multiplicidade de
movimentos religiosos na actualidade, e os trajectos individuais de pessoas de
diferentes grupos religiosos que se cruzam, são o reflexo desta secularização.
A fragmentação religiosa e o seu “mercado aberto”, herético, e sincrético, é um
espelho dessa perda de influência da religião, e sinónimo do que se chama de
processo de secularização.
A secularização reflecte-se enquanto processo
marcado pela emancipação das representações colectivas em relação às
referências religiosas. Isto representa uma clara ruptura com a função
tradicional da religião, que era precisamente a de estabelecer um conjunto
integrado de definições de realidade que pudesse servir como um universo de
significado comum aos membros de uma sociedade. A religião deixa de ser um
“sacred canopy” (dossel sagrado) para sociedade.
Bryan Wilson desenvolve uma perspectiva
evolucionista das mudanças estruturais operadas no campo religioso. Ele segue
uma perspectiva inspirada em Weber. Este autor estabelece uma proximidade entre
a secularização e a racionalização. As tecnologias levam à racionalização da
vida em sociedade, e contribuem para o “desencantamento do mundo”. A
diferenciação e a autonomização aparecem-nos como consequências dessa
racionalização e constituem os conceitos base da secularização. Para este autor
é muito importante a noção da passagem da “comunidade” para a “sociedade”,
assim como as mudanças nas relações sociais implicadas nessa mesma passagem.
Deste modo, nas sociedade modernas a religião
tem vindo a enfraquecer e a tornar-se mais periférica. Mas também ressurge:
diferenciando-se e segmentando-se; moldando-se a novos quadros de valores e
modos de viver o religioso; e (sobre)vivendo à intempérie das mudanças sociais
mais recentes.
TEORIA SOCIAL E COMUNICAÇÃO
Tomo como
marco para reflexão a passagem do modo de produção feudal para o capitalista e
os problemas que nasceram com a mudança das sociedades agrárias para sociedades
industriais e urbanas e as diferentes repercussões que trouxeram essas mudanças
no plano econômico, político, social e cultural na sociedade ocidental.
Nos séculos
XVIII e XIX, contextos em que surgem, proliferam e se fortalecem as teorias
sociais, tendo modelo o paradigma da Sociologia, ciência emergente da época,
cujos métodos buscavam pesquisar as causas dos fenômenos com a finalidade de
explicar e compreender os fenômenos sociais advindos das transformações,
introduzidas pelo novo modo de produção capitalista e o desmoronamento da
sociedade feudal. Nessa configuração social, os intelectuais elaboram as
teorias sociais explicativas para as novas questões provocadas por essas
transformações entre as quais a relação entre a sociedade e a comunicação.
Entretanto as questões e os problemas da relação entre a sociedade e a
comunicação tornam-se mais visíveis e complexos a partir do século XX, quando
os meios de comunicação de massa adquirem no mundo social maior espaço,
passando a ocupar uma centralidade na vida social e cultural.
No século
XIX, a teoria social clássica estava preocupada com a formação de uma moral
única para a sociedade, inspirada no positivismo de Comte, a ciência, através
do espírito cientifico, seria a nova religião da humanidade. Assim, a nova
moral da sociedade era constituída com base nos princípios da razão humana,
objetivos e laicos. Nesse processo, o papel das instituições, principalmente
aquelas ligadas à produção do conhecimento e da elaboração das concepções de
mundo, possuía um papel fundamental.
O próprio
marxismo como vertente interpretativa como um todo, contrapondo a filosofia e a
teoria positivista, mas com outros pressupostos, metodologias e categorias
analíticas, se constituiu em uma teoria social gerada com intuito de dar visão
totalizadora que abarcasse e explicasse os diversos fenômenos que compõem as
formas de representar a realidade social.
No século
XX, a intensificação da especialização do próprio conhecimento cientifico e a
conseqüente constituição de novas áreas do conhecimento, bem como os avanços
das tecnologias fizeram com que diferentes vertentes teóricas emergissem e
proliferassem na sociedade, porém sem a preocupação com a formação de uma
“moral” ou pensamento “único” para explicar a complexidade da vida em
sociedade. Hoje as preocupações estão centradas em questões que dizem respeito
à produção dos consensos.
Mas como o
consenso é possível em uma sociedade diversa, plural e global ao mesmo tempo?
Se existe uma multiplicidade de formas de pensamento e formas de representá-lo?
Os meios de comunicação, nesse contexto, assumiram um papel que ultrapassa a de
condição meros veículos das mensagens e dos conteúdos. Além de veicularem
informações aos cidadãos eles, no processo da comunicabilidade da cultura e
seus valores, são responsáveis pela produção dos sentidos que circulam na sociedade.
Isso nos remete à teoria das representações sociais.
ALGUNS PROBLEMAS DE TEORIA DAS CLASSES SOCIAIS
Sem
pretender, evidentemente, presidir a uma análise exaustiva dos processos
sociais, o conceito de classe tem o estatuto privilegiado de constituir
referência nuclear nessa análise. Ele situa-se, desde logo, não no terreno das
acções individuais e finalizadas e da interacção, mas no das práticas
colectivas produtoras do social, no das relações sociais.
As classes
funcionam, enquanto instrumento conceptual, como uma mediação entre o conjunto
das estruturas sociais e um conjunto de práticas socialmente significativas. A
operação que consiste em torná-las como variável independente tem como condição
de pertinência o não perder de vista esse carácter mediador, ou seja, que elas
próprias são socialmente produzidas, que constituem efeitos, em termos de
clivagens sociais, de estruturações históricas complexas.
A reprodução
social não se inscreve, com efeito, em terreno virgem. Se as estruturas condicionantes
são resultado de práticas sociais, são-no enquanto cristalizações mais ou menos
duráveis em modos de organização económica e social, em sistemas ideológicos,
em organizações políticas.
É essa
herança multifacetada que determina em cada conjuntura, em cada tempo e em cada
espaço os limites das práticas. É ela que limita as modalidades da sua própria
transformação, os graus de possibilidade de irrupção do novo, que se afirmará
em negação parcial duma inércia.
Se toda a
explicação do social tem assim, por definição, uma componente genética, nem por
isso deixa de ser teoricamente pertinente o fechamento do campo analítico que
remete para o seu exterior, de forma controlada, quer boa parte dos processos
históricos que formaram uma situação actual e que, portanto, contribuem para a
explicar, quer parte das múltiplas conexões que a ligam a outros processos de
diversa localização. Nem de outro modo se poderia proceder em qualquer pesquisa
empírica, com as diferentes opções que a construção dos objectos de conhecimento
imponham.
O duplo
corte, vertical e horizontal, permite isolar o estudo de certas práticas
actuais e dos seus agentes, procurando fornecer explicações parciais por
referências às estruturas mais directamente condicionantes e, ao mesmo tempo, mais
directamente afectáveis pelo desenvolvimento dessas práticas.
Os agentes
pensam o que é socialmente pensável e agem o que é socialmente possível. Mas o
possível e o pensável constituem um campo ambíguo, contraditório e polivalente.
Falar de classes sociais é sempre, e simultaneamente, falar de protagonistas
dos processos sociais, que, ao produzirem e reproduzirem a sua própria
identidade, modelam do mesmo passo as condições sociais que a definem, e falar
das estruturas que delimitam duravelmente o espaço em que esses processos
ocorrem. Boa parte dos equívocos no diálogo de surdos entre o empirismo
subjectivista/idealista e o estruturalismo, um e outro reclamando-se da teoria
das classes, residirá na omissão de um dos termos ou na sua análise separada.
Os
empiristas sublinharão a conjuntura, a capacidade produtora de efeitos do
sujeito; ao privilegiarem as interacções desenvolvidas em contextos
situacionais indeterminados, subestimarão com frequência as resistências
estruturais. A ênfase posta na dinâmica cultural/normativa e na acção dos
protagonistas conscientes e livres fa-los-á centrar explicações do social quer
nas características dos valores sociais prevalecentes, quer na identificação
dos sujeitos históricos.
Protagonistas
dos processos sociais, mecanismos específicos e localizados da sua acção,
campos de alternativa inscritos na própria ambivalência das situações, tudo
isso tende a ser ignorado e excluído do processo de conhecimento do social.
Nem os
acontecimentos na sua singularidade, nem a linha evolutiva dos processos
sociais, podem ser deduzidos. Se é possível prever graus de probabilidade para
uns e outros, é sob condição de tomar como objecto de análise, na pesquisa
empírica, as estruturas e as práticas sociais.
Esta última
distinção poderá parecer obscura e caduca. O conceito de estrutura denota as
noções de totalidade e de interdependência dinâmica dos respectivos elementos.
Ele será, portanto, inclusivo das práticas, enquanto componentes estruturadas
dessa totalidade. E as estruturas, por seu turno, não são mais do que práticas
institucionalizadas e duradouramente reproduzidas.
A NECESSIDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E A URGÊNCIA DA TEORIA
A consolidação do neoliberalismo como o
enquadramento dominante da vida política, econômica e organizacional, numa
escala global, tem consequências de longo prazo importantes para as ciências
sociais. Na imaginação neoliberal, há apenas uma ciência social, a economia
neoclássica. Cada problema, ou quase cada problema, tem uma "solução de
mercado"; e se os mercados para uma dada área da vida social não existem
ainda, os neoliberais são assombrosamente bons em criá-los - mercados para
educação, para água, para créditos de carbono, para tecidos humanos, e muito
mais.
Em tal contexto, as outras ciências sociais tornam-se
residuais ou cosméticas, e têm pouca presença nas principais políticas
públicas. A sociologia tem um lugar no mundo neoliberal: por um lado, como
pesquisa de mercado, e por outro, como a ciência responsável por descobrir como
gerenciar e controlar grupos que são falhas do mercado - os pobres, os
desprezados, os incompetentes, os criminosos, os não empreendedores.
Mas há outras possibilidades para as ciências
sociais. A ciência social pode dar voz aos marginalizados, pode fazer críticas
das estruturas de poder, e pode circular ideias sobre novas possibilidades
sociais. Isso pode acontecer, por exemplo, na sociologia da educação, como
evidenciado na "pesquisa socialmente engajada" sobre escolas na
África do Sul. Se uma democracia ativa e participativa deve ser desenvolvida, o
conhecimento científico-social é necessário, e é mesmo um componente chave para
o autoconhecimento da sociedade.
Atualmente, o conhecimento produzido por grande
parte das pesquisas de mercado - o maior volume de pesquisa social, vale
lembrar - é apropriado pelos ricos e poderosos. É utilizado taticamente pelos
seus representantes na gerência corporativa, ao mesmo tempo que é preservado
dos olhos do público e dos competidores, na forma de "informação
confidencial". Mas, a princípio, a produção de conhecimento social pode
ser alargada na forma de um empreendimento transparente e cooperativo. Ela pode
ser usada para guiar um processo de decisão coletivo que, entre outras coisas,
pode ser direcionado para resistir às manipulações de mercado. Para que a
democracia participativa floresça em uma escala mundial, um dos requisitos é a
produção de conhecimento social acessível na mais ampla escala possível e que
seja gerado a partir das preocupações da maioria das pessoas. Uma ciência
centrada no Sul, de fato.
Em tal projeto, a teoria é central - entendida
como trabalho diretivo no processo de produção da formação de conhecimento. Mas
esse próprio trabalho deve ser descentralizado e democratizado, caso não se
deseje que esse processo caia em armadilhas vanguardistas ou tecnocráticas.
Minha definição da teoria na abertura deste artigo é historicamente específica,
e pode ser ultrapassada, caso o trabalho diretivo na formação de conhecimento
seja feito de baixo para cima, em processos participativos de definição da
agenda. Isso, eu sugiro, é a essência da revolução iminente na teoria social.
Não se trata apenas de relocalizar esse trabalho no Sul global, que, de
qualquer modo, não é um "centro". Trata-se de democratizar todo o
processo dirigido pela teoria, isto é, a produção e circulação de conhecimento
social.
A TEORIA DE MAX
WEBER
Em
uma introdução à teoria de Max Weber, precisamos entender alguns
conceitos-chave de suas obras, como “ação social”, “racionalização” e “tipos
ideias”.
Entre os grandes pensadores da
Sociologia, Max
Weber (1864-1920) é considerado um dos autores mais influentes.
Seus trabalhos possuem enorme abrangência de assuntos e voltam-se para áreas do
pensamento político, do Direito, da História e da Economia. Essa característica
acabou tornando-se altamente valorosa por razões aparentes: o mundo social está
em contato direto com todos esses ramos aos quais Weber dedicou seus trabalhos.
Tendo sido precedido por
outros dois grandes pensadores da área da Sociologia, Karl Marx e
Émile Durkheim, Weber também tentou compreender as mudanças sociais que se
desenvolviam no cerne das grandes cidades que viviam a Revolução
Industrial. Por meio de estudos com base em observações empíricas, Weber
identificou pontos centrais sobre os quais construiu conceitos-chave que
serviram como base do restante de suas teorias.
AÇÃO SOCIAL PARA MAX WEBER
Talvez o conceito mais
importante da teoria weberiana seja o de “ação social”, que, segundo o
autor, deveria ser o principal objeto de estudo da Sociologia. Weber estava
mais preocupado com aspectos mais próximos ao indivíduo
justamente por acreditar que não era apenas a estrutura das instituições ou a
situação econômica do sujeito que motivaria suas ações. Para Weber, as ideias, as crenças e os
valores eram os principais catalizadores das mudanças sociais.
Ele acreditava que os indivíduos dispunham de liberdade para agir e modificar
a sua
realidade. A ação social seria, portanto, qualquer ação que
possuísse um sentido e uma finalidade determinados por seu autor. Em outras
palavras, uma ação social constitui-se como ação a partir da intenção de seu
autor em relação à resposta que deseja de seu interlocutor.
As relações humanas e, por sua
vez, as ações que estão inseridas no contexto dessas relações possuem sentido
graças aos seus atores. Para que se compreenda o processo de comunicação e de
interação social, é necessário que se compreenda o sentido das ações que ali
existem e, ainda mais importante, o objetivo do autor da ação em seu esforço
comunicativo. Para melhor clarificar a explicação, podemos exemplificar com a
ação de um aperto de mãos, que, genericamente, pode conter uma infinidade de
significados. No entanto, o autor da ação, ao realizá-la, pretende que seu
interlocutor apreenda o sentido que desejou incutir em seu ato, e não apenas
que ele entenda o sentido genérico do ato de apertar as mãos.
TIPOS DE AÇÕES SOCIAIS
Weber ainda salientou quatro tipos de ações
sociais: a ação racional com relação a fins, a ação racional
com relação a valores, a ação afetiva e a ação tradicional. A ação racional com
relação a fins refere-se às ações tomadas com um fim específico em mente, isto
é, o autor busca atingir um objetivo e age racionalmente para atingi-lo. Já a
ação racional com relação a valores refere-se a ações que são tomadas segundo
os valores morais do sujeito que a pratica. A ação afetiva configura-se quando
um sujeito age com base em seus sentimentos sem levar em consideração o fim que
deseja atingir. A ação tradicional está relacionada com o agir baseado no
costume e no hábito, isto é, o sujeito age pelo pressuposto da tradição sem o
apoio da razão.
RACIONALIZAÇÃO DO MUNDO SOCIAL
O trabalho de Weber estende-se
também a um fenômeno que ele acredita ser de grande importância para o mundo
moderno e que está relacionado com as mudanças estruturais, culturais e sociais
que as sociedades modernas passaram no decorrer do tempo. Trata-se da “racionalização do mundo
social”, isto é, mudanças profundas no cerne do pensamento do
indivíduo moderno e das instituições do Estado, como a gradual construção do
capitalismo e a monstruosa explosão do crescimento dos meios urbanos, que se
tornaram as bases da reordenação das organizações tradicionais que predominavam
até então.
A preocupação de Weber estava
em tentar apreender os processos pelos quais o pensamento racional, ou a racionalidade,
impactou as instituições modernas, como o Estado e os governos, e, ainda, o
âmbito cultural, social e individual do sujeito moderno. Em sua denominação das
diversas formas de racionalidade, Weber fez distinção de duas principais
formas: a racionalidade formal e a racionalidade substantiva.
TIPOS DE RACIONALIDADE
A racionalidade formal
relaciona-se com as formas metódicas e calculistas do sistema jurídico e
econômico das sociedades modernas. Está ligada aos aparelhos institucionais que
se estruturam de forma burocrática, organizando-se em uma hierarquia delimitada
por regras fixas. A racionalidade substantiva aproxima-se da racionalidade
formal, mas se difere em sua conduta, que não é voltada para fins. Isso quer
dizer que ela leva em consideração o contexto social em que se insere, sendo
racional quanto à disposição dos valores que orientam aquele mundo social
específico.
CLASSE SOCIAL: MARX
A definição de classe social, tal
como vemos atualmente, é segundo a ótica de Marx. Ele separava as classes pelo
seguinte aspecto: a relação dos donos do capital e os vendedores de força de
trabalho, que é o patrão e o proletariado. Em nossa sociedade, as demais
classes, independente da situação econômica, partilham de um mesmo objetivo
corriqueiro: lucrar.
Essa ideia é a raiz do capitalismo,
a oferta e a procura, que geram a concorrência, promovendo a liberdade
econômica de escolha, mas que tudo ao final se resume em ganhar dinheiro para o
gozo do consumo dos diversos bens materiais, lazer, etc. Os que têm mais
recursos são considerados como classe dominante, devido não só à influência,
mas ao poder dado ao dinheiro. Já os que possuem menos são a classe dominada,
grosso modo, os engrenagens dessa máquina chamada de capitalismo.
De acordo com a história e os
preceitos de Karl Marx e Friedrich Engels, a origem da humanidade está
fundamentada tão somente na luta de classes. Tal luta se deu no decorrer dessa
linha do tempo, em que os burgueses oprimiam os proletariados. Quando surgiu a
ideia de propriedade privada e dos meios de produção, a sociedade começou a ser
desmembrada em classes, que foram as duas já mencionadas anteriormente. Dessa
forma, o capitalismo está ligado diretamente com as classes sociais.
A divisão de classes sociais na
sociedade, segundo Marx, só acabará quando o capitalismo for extinto do sistema
político-econômico da organização social. Antigamente, nas sociedades mais
primitivas, não havia a hierarquização da sociedade, que permite a divisão da
mesma em classes; entretanto, todas as pessoas participavam do processo de
produção. Com isso, não havia quem oprimisse, ou seja, não havia exploração de
força de trabalho.
No entanto, a demanda se
excedeu, e então, abriu brecha para o início do jogo político. O excedente
formou um grupo mais forte, uma minoria, que exerceria poder sobre os
"mais fracos". Então, foram criadas barreiras, grosso modo, muros
sociais, em que se separavam duas classes, por tarefas sociais – assim chamados
por Marx e Engels. Formou-se uma sociedade dicotômica: a classe dos senhores e
dos trabalhadores.
É visível que a ideia antiga,
abordada pela perspectiva de Marx, em nada muda dos tempos atuais. Ainda hoje,
existem as diferenças, quanto à ocupação e em relação à distinção de rendas.
Essas, são classificadas como camadas que, na verdade, são classes sociais. As
grandes revoluções dos trabalhadores, a Revolução Industrial
e a Revolução
Francesa, traduzem a questão da luta de classes, consideradas a engrenagem
do sistema capitalista. Não há como separar o conceito de capitalismo da
expressão “classe social”, uma vez que são definições que se completam.
Marx, ao perceber que a
sociedade mudou, desde que foi implementado o capitalismo como sistema
político-econômico, decidiu pensar num sistema totalmente igualitário e oposto
ao capitalismo. Em primeiro lugar, Karl Marx, em sua ideologia, decidiu que não
haveria mais divisões em classes por nenhum motivo. Nem de renda, riqueza,
educação, cultura, rede social ou outras que podem surgir numa sociedade.
DIFERENTES
PONTOS DE VISTA SOCIOLÓGICOS
Para Comte o comportamento
humano poderia ser entendido por uma ciência, que ele chamou inicialmente de
“Física social”. Segundo Comte, os fenômenos sociais poderiam ser percebidos
como os outros fenômenos da natureza, regida por leis e princípio. A partir daí
ele criou uma nova teoria da sociedade, o Positivismo, que partia do princípio
de que os homens deveriam aceitar a ordem existente, determinado que o certo
seja definir “o que a sociedade é“ e não “o que ela deveria ser”.
Já Émile Durkheim, considerado
um dos pais da Sociologia, mesmo influenciado pelo positivismo, procurou
explica a sociedade pelos “Fatos Sociais”. Durkheim afirmava que “os fatos
sociais eram coisas”, qualquer coisa própria da sociedade, que é exterior ao
indivíduo e que tem o poder de coerção sobre ele. Émile via a sociedade como um
todo e mantida por regras morais, mesmo que a interação das pessoas não sejam
as mesmas, estas regas estavam sempre presentes, se não fosse assim não haveria
sociedade. Comte e Durkheim tiveram seus pontos de vista diferentes, enquanto
um acreditava que a sociedade podia ser associada às ciências físicas e
biológicas, o outro focalizava na explicação da vida e dos problemas sociais.
LEI DOS TRÊS ESTADOS
O
primeiro estado, o teológico,
os fenômenos sociais e da natureza seriam explicados enquanto resultados das
ações divinas.
O segundo estado, o metafísico, a busca por explicações
recorreria a uma reflexão sobre a essência e o significado abstrato das coisas.
Por fim, no estado positivo, as explicações sobre o mundo
natural e social seriam fabricadas através da observação dos fenômenos, da
elaboração de hipóteses e da formulação de leis universais. Ou seja,
basicamente utilizando as regras do método científico.
Levando essa percepção em conta, a
missão de Comte torna-se elaborar uma ciência positiva capaz de explicar os
fenômenos sociais através da aplicação da metodologia científica em busca de
leis universais que fossem válidas para as dinâmicas humanas em todos os tempo
e sociedades. O nome que Conte deu a essa ciência, a “física social”, revela
que, para os positivistas, seria possível estudar a sociedade e formular suas
leis de funcionamento com a mesma precisão e objetividade que se estuda o
efeito da gravidade sobre os corpos ou o movimento dos astros no sistema solar.
Uma vez conhecidas essas leis universais, a expectativa de Comte era de que os
conflitos sociais pudessem ser eliminados através de reformas e intervenções comandadas
pelo Estado. O positivismo de Comte se apresenta, portanto, não apenas enquanto
teoria, mas também como projeto político para a gestão da sociedade.
Apesar da grande influência que teve
o positivismo, a ideia do progresso científico como destino comum a todos os
povos e da história como um caminho de sentido único, atualmente é encarada
como uma estratégia colonizadora que pretende impor a força os modos de vida
ocidental para outras culturas.
DURKHEIM E A TEORIA DO FACTO SOCIAL
No que conhecemos hoje enquanto
teoria do fato social, Durkheim parte do princípio de que os homens são animais
selvagens, igualmente aos demais, e que aquilo que nos difere, dando-nos
humanidade é nossa capacidade de tornarmo-nos sociáveis, ou seja, aprender
hábitos e costumes capazes de nos inserir no convívio de determinada sociedade.
Ele chama esse processo de aprendizado dessocialização, o que formaria nossa
consciência coletiva, nos dando orientações em termos de moral e
comportamento nessa vida em sociedade. A todas essas informações ele chamou
“fatos sociais”, apontando-os como verdadeiros objetos da sociologia. Nosso
comportamento, moral, noção de coletividade e sociedade, e tudo aquilo que
aprendemos nesse processo de inserção na vida social.
No entanto, nem toda ação humana
configura-se num fato social. Para tanto deve atender a três características
apontadas pelo sociólogo: generalidade,
exterioridade e coercitividade.
- Generalidade
relaciona-se a existência desse fato para o coletivo social, e não apenas
ao individuo.
- Exterioridade
refere-se ao fato de esses padrões culturais serem exteriores ao individuo
e independentes de sua consciência.
- Coercitividade
trata da força que esses padrões exercem , obrigando seu cumprimento.
Isso tudo então diz respeito a todo
comportamento ou ação que independe da vontade do individuo, e que no entanto
não lhe fora imposto de maneira particular. Assim, fato social é toda aquela ação que responde a normas
sociais externas e muito anteriores a sua individualidade, vontade e
consciência individual.
Desse modo, percebemos que as
instituições sociais como a igreja, escola, polícia e etc. apenas servem como
um aparelho para a constituição dessa consciência coletiva que mantem a ordem
da sociedade. Durkheim aborda também essa questão, o papel dessas instituições
na propagação das normas sociais e morais que regem o convívio, e inclusive
defende suas ações dentro da sociedade uma vez que ele acreditava que de fato
os homens necessitam sentir-se seguros, regidos e amparados, quando isso falta
a uma sociedade certos fenômenos surgem com maior força, como por exemplo a
criminalidade e o suicídio.
CONCLUSÃO
Segundo a
pesquisa feita o grupo nº05 chegou às seguintes conclusões: As teorias sociais
oferecem um conjunto de possibilidades do ponto de vista teórico-metodológico
que pode suscitar a reflexão, e o debate, bem como inspirar os pesquisadores a
enfrentar as novas questões contemporâneas.
Em suma conclui-se que as mesmas procuram oferecer uma
nova perspectivas de trabalho contemporâneo, para o Karl e Engel defendem as classes dos
trabalhadores, só assim seria possível mudar as relações interno de certos
conflitos.
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