SUMÁRIO
2.1.3.1. QUAIS SÃO OS RISCOS ASSOCIADOS AO USO DA CANNABIS?
2.1.5.2. Quais são
os efeitos?
2.1.5.3. QUAIS SÃO OS RISCOS ASSOCIADOS AO USO DE COCAÍNA?
2.1.5.6. Quais são
os efeitos?
2.1.6.2. Quais são
os efeitos?
2.1.6.3. Quais são
os riscos associados ao uso de crack?
2.2. FORMAS DE
CLASSIFICAR UMA SUBSTÂNCIA
1. INTRODUÇÃO
Este capítulo mostra as
diferentes formas pelas quais uma
droga pode ser classificada e define alguns termos relacionados à área.
Os conceitos e definições
aqui utilizados são presentados com o propósito de permitir um melhor
entendimento do público geral, pois definições mais técnicas podem ser obtidas
em outras publicações.
Ao fim deste capítulo, você
encontrará um glossário de termos técnicos que deve ser consultado sempre que
houver dúvidas sobre o significado de alguma palavra ou expressão ao longo do
texto.
2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. O que são as Drogas?
Tecnicamente, as drogas são substâncias químicas que
afetam o funcionamento normal do corpo em geral ou do cérebro. Nem todas as
drogas são ilícitas. A cafeína (encontrada no café ou na Coca-Cola), a nicotina
(em cigarros) e o álcool, por exemplo, são drogas tecnicamente lícitas, embora
geralmente não sejam chamadas assim. Os remédios, prescritos pelo médico ou
adquiridos nas farmácias, são drogas lícitas que nos ajudam a nos recuperar de
doenças, entretanto, a forma como as usamos pode levar a uma relação problemática
ou mesmo de dependência.
As drogas ilícitas são tão prejudiciais que países do
mundo inteiro decidiram fiscalizá-las. Foram aprovadas diversas leis de
abrangência internacional, em forma de Convenções das Nações Unidas, que
especificam as drogas submetidas à fiscalização.
Todas as drogas mencionadas neste material são
ilícitas. Isso significa que, em vários
países do mundo, é contra a lei possuir, consumir ou vender estas drogas. As
drogas costumam ter vários nomes populares e este material apresenta alguns
deles. Contudo, não se trata de uma lista completa, já que as substâncias podem
ter denominações diferentes dependendo do país, cidade ou bairro. Além disso,
esses nomes podem mudar com o tempo. As denominações populares não constituem
nenhum indício do poder ou da pureza de uma droga.
Todas as drogas ilícitas têm efeitos físicos imediatos
abordados neste material. Porém, as drogas também podem afetar gravemente o
desenvolvimento psicológico e emocional de uma pessoa, especialmente dos
jovens. De facto, podem afetar potencialidades que jamais serão recuperadas,
pois as drogas passam a substituir o desenvolvimento de mecanismos naturais de
defesa.
Embora este material apresente as drogas separadamente,
com frequência elas são usadas em conjunto. Essa mistura pode gerar efeitos
físicos ou mentais graves e imprevisíveis.
Finalmente, as drogas afetam a capacidade de
discernimento dos usuários. Isso significa que os usuários de drogas podem
estar mais vulneráveis a, por exemplo, manter relações sexuais sem proteção, o
que pode levar à infecção pelas hepatites ou pelo HIV, entre outras doenças
sexualmente transmissíveis.
Existem diversos motivos pelos quais as pessoas usam
drogas ilícitas. Algumas o fazem para esquecer os problemas, outros porque se
sentem entediados, por curiosidade, ou simplesmente porque querem se sentir
bem. Também podem se sentir pressionadas a usar drogas para “encaixar” em um
determinado grupo ou podem consumi-las como uma forma de se rebelar ou chamar a
atenção.
Os usos de drogas podem ocorrer em todos os tipos de
ambientes e contextos. Entre homens ou mulheres, jovens ou velhos, ricos ou
pobres, com ou sem emprego, da cidade ou do campo – não existem distinções.
Embora alguns efeitos físicos provocados pelas drogas possam parecer
agradáveis, estes não duram muito tempo. Depois do consumo, muitas pessoas
ficam deprimidas e solitárias e começam a se sentir mal. Não há como saber se
haverá o risco da dependência.
2.1.1. O que é?
A Cannabis é uma substância de cor esverdeada ou
acastanhada, parecida com o tabaco e produzida por meio da secagem dos brotos
floridos e folhas da planta de Cannabis (cânhamo).
A resina de Cannabis ou “haxixe” é a secreção seca, preta
ou marrom, dos brotos floridos da planta de Cannabis, transformada em pó ou
comprimida em tabletes ou tijolos. O óleo de Cannabis ou “óleo de haxixe” é um
líquido extraído do material da planta seca ou da resina.
2.1.2. Como se usa?
Em geral, todas as formas de Cannabis são fumadas. A
resina e o óleo de Cannabis também podem ser ingeridos em forma de alimento ou
infusão.
2.1.3. Quais são os efeitos?
A Cannabis pode produzir uma sensação de bem-estar e
relaxamento bem como, em alguns casos, euforia. O usuário também pode
experimentar uma intensificação dos sentidos da visão, do olfato, do paladar e
do ouvido.
2.1.3.1. QUAIS SÃO OS RISCOS
ASSOCIADOS AO USO DA CANNABIS?
No curto prazo, a Cannabis aumenta o apetite e acelera o
pulso. Os usuários também podem ter problemas com a execução de tarefas físicas
e intelectuais, como dirigir ou pensar logicamente.
Se consumida em grandes quantidades, pode aguçar a
percepção do som e da cor, enquanto o pensamento torna-se lento e confuso. Se a
dose for muito alta, os efeitos da Cannabis são semelhantes aos dos
alucinógenos e pode provocar ansiedade, pânico e até episódios psicóticos. Os usuários regulares da Cannabis arriscam o
desenvolvimento de dependência psicológica até o ponto de perder interesse em
todas as outras atividades, como o trabalho e as relações pessoais. Estudos
recentes, realizados no Reino Unido, mostram o vínculo entre o uso de Cannabis
e o aumento de casos de esquizofrenia.
2.1.4. Outros riscos
A fumaça da Cannabis contém 50% mais alcatrão do que os
cigarros com elevado teor de alcatrão, o que expõe os usuários a riscos maiores
de desenvolver câncer de pulmão, entre outras doenças respiratórias.
2.1.5. O que é a Cocaína?
A cocaína é um pó fino de cor branca ou esbranquiçada,
que atua como forte estimulante. É extraída das folhas da planta de coca. Na rua, pode ser diluída em água ou
“misturada” com outras substâncias para aumentar a quantidade. Nas primeiras
etapas do processo de fabricação da cocaína é possível obter substâncias como a
pasta de coca e a merla, drogas geralmente fumadas. Há ainda o crack.
2.1.5.1. Como se usa?
A cocaína pode ser aspirada, injetada ou fumada.
2.1.5.2. Quais são os efeitos?
A cocaína pode produzir uma sensação de exaltação e
euforia. Muitas vezes, os usuários experimentam um aumento temporário do estado
de alerta e dos níveis de energia, perdem o apetite e não sentem fadiga.
2.1.5.3. QUAIS SÃO OS RISCOS
ASSOCIADOS AO USO DE COCAÍNA?
Os efeitos de curto prazo incluem perda de apetite,
respiração acelerada e aumento da temperatura corporal e da frequência
cardíaca. Os usuários podem se comportar de maneira estranha, errática e às
vezes violenta.
2.1.5.4. O que é?
A cocaína é um pó fino de cor branca ou esbranquiçada,
que atua como forte estimulante. É extraída das folhas da planta de coca. Na rua, pode ser diluída em água ou
“misturada” com outras substâncias para aumentar a quantidade. Nas primeiras
etapas do processo de fabricação da cocaína é possível obter substâncias como a
pasta de coca e a merla, drogas geralmente fumadas. Há ainda o crack.
2.1.5.5. Como se usa?
A cocaína pode ser aspirada, injetada ou fumada.
2.1.5.6. Quais são os efeitos?
A cocaína pode produzir uma sensação de exaltação e
euforia. Muitas vezes, os usuários experimentam um aumento temporário do estado
de alerta e dos níveis de energia, perdem o apetite e não sentem fadiga.
Os efeitos de curto prazo incluem perda de apetite,
respiração acelerada e aumento da temperatura corporal e da frequência
cardíaca. Os usuários podem se comportar de maneira estranha, errática e às
vezes violenta.
As doses excessivas de cocaína podem causar convulsões,
acidente vascular cerebral, hemorragia cerebral e insuficiência cardíaca.
O uso prolongado de cocaína apresenta diversos riscos à
saúde, dependendo do modo de uso. A inalação de cocaína danifica severamente a
mucosa nasal. Fumada, a cocaína pode causar problemas respiratórios, enquanto a
injeção pode levar a abscessos e a doenças infecciosas.
Outros riscos, independentemente do modo de uso, incluem
forte dependência psicológica, subnutrição, perda de peso, desorientação,
apatia e um estado parecido com psicose paranoica.
2.1.5.8. Outros riscos
Misturar cocaína com álcool é perigoso e aumenta
enormemente o risco de morte súbita.
2.1.6. O Crack, o que é?
O crack tradicional é um derivado da cocaína em pó
processada com amoníaco ou bicarbonato de sódio e parece com pequenos flocos ou
pedrinhas. Em alguns países, a pasta base de cocaína, misturada com ácidos,
bases e solventes, também é conhecida como crack.
2.1.6.1. Como se usa?
Em geral, as pedras de crack são fumadas em “cachimbos”,
muitas vezes artesanais.
2.1.6.2. Quais são os efeitos?
O crack pode produzir uma sensação de intenso prazer e
bem-estar. Também provoca perda de apetite, falta de sono e agitação motora.
A maioria dos usuários de crack experimenta surtos de
paranoia, alucinações e um desidratação e gastrite. Há sintomas físicos como
rachadura nos lábios pela falta de ingestão de água e de salivação, cortes e
queimaduras nos dedos das mãos e às vezes no nariz, provocados pelo ato de
quebrar e acender a pedra, além da exposição ao risco social e de doenças como
hepatites, aids e outras DSTs e tuberculose. O usuário de crack corre o risco
de sofrer um ataque cardíaco, paradas respiratórias, derrames, dores abdominais
e náuseas.
2.1.6.3. Quais são os riscos associados
ao uso de crack?
Os efeitos do crack são rápidos e intensos – entre 10 a
15 segundos depois do primeiro trago. Cada pedra provoca sensações por cerca de
cinco minutos, o que leva o usuário a um consumo compulsivo. Muitas vezes, o
usuário não consegue sair do local onde compra e consome a droga (daí a relação
com a rua).
Fisicamente, os efeitos são visíveis. A dificuldade de
ingestão de alimentos pode levar à desnutrição, desidratação e gastrite. Há
sintomas físicos como rachadura nos lábios pela falta de ingestão de água e de
salivação, cortes e queimaduras nos dedos das mãos e às vezes no nariz,
provocados pelo ato de quebrar e acender a pedra, além da exposição ao risco
social e de doenças como hepatites, aids e outras DSTs e tuberculose. O usuário
de crack corre o risco de sofrer um ataque cardíaco, paradas respiratórias,
derrames, dores abdominais e náuseas.
Assim, é importante ficar
claro que o significado de droga como substância proibida, nociva ao organismo,
é na verdade uma distorção do real significado da palavra. Por outro lado, essa
é a forma simplificada como popularmente são conhecidas as substâncias utilizadas
para alterar o estado de consciência e produzir sensações prazerosas (por isso também
chamadas de drogas recreacionais), com grande potencial de causarem malefícios para
o reganismo. Neste capítulo, vamos chamá-las de drogas de abuso para distingui-las
das drogas utilizadas com finalidade médica.
2.2. FORMAS DE CLASSIFICAR UMA
SUBSTÂNCIA
Há diferentes maneiras pelas quais podemos classificar uma substância (Tabela 1)
e muitas vezes essas classificações se sobrepõem.
Inicialmente, podemos
separá-las em drogas lícitas (cuja venda e consumo são permitidos) e ilícitas
(cuja venda e consumo são proibidos). Os medicamentos diversos, as bebidas
alcoólicas e o cigarro são substâncias lícitas, embora o uso essas substâncias
possam ser controladas em algumas circunstâncias (proibição da venda de bebidas
alcoólicas e cigarro para menores, necessidade de receita especial para a
Compra de certos medicamentos).
A nicotina, presente no tabaco,
e a morfina, proveniente do ópio (extraído da papoula), são exemplos de substâncias
naturais. A partir das substâncias presentes no ópio é possível produzir em laboratório
a heroína, nesse caso, portanto, uma substância semissintética (já que a morfina
serviu de matéria-prima para sua produção). Mas a indústria química e farmacêutica
é capaz de criar novas moléculas, nexistentes na natureza, através de reações químicas
feitas em laboratório, sem a necessidade
de matéria-prima Natural.
3. CONCLUSÃO
Neste trabalho
tratei da definição e classificação das drogas, partindo da origem da palavra e
sua abrangência até aprofundarmos na nomenclatura para drogas de abuso. Começamos por entender a
diferença entre medica mento e droga de abuso. Vimos que há diferentes maneiras
de se classificar uma substância: do ponto de vista legal, quanto à origem, estrutura
química, mecanismo de acção e efeitos.
Como visto
anteriormente, o uso de drogas obtidas da natureza pelo homem para diversas
finalidades é uma prática milenar. Desde a antiguidade, o ser humano utiliza-se
de plantas, minerais, e até mesmo animais ou partes destes, seja para tratar
diversos males e problemas de saúde ou para alterar sua mente e sua percepção
da realidade, muitas vezes em rituais e cerimônias religiosas.
A palavra droga, de origem possivelmente francesa
(drogue) ou holandesa (droog), inicialmente referia-se a folhas secas, que por
muito tempo consistiram no principal e recurso para o tratamento das doenças.
Daí também a origem da palavra drogaria, o local onde obtemos a droga
(medicamento), e que nos tempos mais antigos era conhecida como botica, cujos
produtos eram, na sua maioria, de origem natural, principalmente minerais e
vegetais.
Entretanto, o termo droga,
hoje em dia, é utilizado de forma muito mais abrangente e defne qualquer
substância, natural ou sintética, que introduzida no organismo modifca suas
funções e, portanto, é capaz de causar
algum efeito.
Observamos por essa
definição que uma droga pode tanto causar um efeito benéfico como maléfico. No
primeiro caso, isto é, quando a droga pode ser utilizada com finalidade
terapêutica, para tratar ou prevenir uma doença, ela pode ser parte de um
medicamento. Entende-se por medicamento o produto na sua forma final, incluindo
os demais componentes necessários para sua produção na forma de um comprimido, cápsula, xarope ou qualquer outra
formulação farmacêutica.
Portanto, a droga como substância que não tem um emprego
terapêutico, refere-se às substâncias que podem ser utilizadas de forma abusiva
pelo ser humano, por isso chamadas, muitas vezes, de drogas de abuso, como é o caso
do álcool, tabaco e maconha.
REFERÊNCIAS
·
ALMEIDA,
Reinaldo Nóbrega; BARBOSA FILHO, José M. Drogas psicotrópicas. In: ALMEIDA,
Reinaldo Nóbrega. Psicofarmacologia:
fundamentos práticos. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006. p. 3-24.
·
ERTOLOTE, José Manoel.
(tradução). Glossário de álcool e drogas.
·
CEBRID
– Página do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas
psicotrópicas. Disponível em:
<http://www.cebrid.epm.br/index. php>.
Acesso em: 01 mar. 2013.
·
Droga
psicoativa. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Droga_
psicoativa>. Acesso em: 01 mar. 2013.
·
Droga
alucinógena. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/ rogas_alucin%C3%B3genas>. Acesso em: 01 mar. 2013.
·
SEIBEL,
Sergio Dario; TOSCANO Jr, Alfredo. Dependência de drogas. São Paulo: Editora Atheneu, 2001.
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