INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA
ÁREA DE CIENCIAS SOCIAIS e HUMANA
Especialidade Psicologia Educacional
FIDEDIGNIDADE
CAXITO - DANDE
2023
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA
ISTA
O USO DA CONSULTA PSICODIAGNÓSTICO NO
AMBIENTE ESCOLAR
Trabalho apresentada ao Instituto
Superior Técnico de Angola (ISTA) curso de Psicologia, como requisito Parcial
para a Cadeira de Psicometria.
Orientado pelo Prof.: Maria
Gonçalves
GRUPO Nº
CAXITO – BENGO
2023/2024
ÍNDICE
2.1-
Fidedignidade/Confiabilidade
2.2- Fidedignidade de
Forma-Alternada
2.3- Fidedignidade com o
Método das Metades
2.4- Fidedignidade de
Puder-Richardson e Coeficiente Alfa
2.4.1- Fidedignidade do
avaliador
2.4.4- Erro-padrão de
mensuração
2.5- A importância da
Fidedignidade
1- INTRODUÇÃO
A
avaliação psicológica pode ser considerada como uma das áreas mais antigas da
psicologia. O estudo pelo desenvolvimento de testes psicológicos se
intensificou no século XIX na Europa e nos Estados Unidos, uma vez que
aumentava gradativamente o interesse pelo tratamento de pessoas que
apresentavam transtornos mentais e emocionais (ANASTASI & URBINA, 2000).
A
Fidedignidade em Psicometria representa a precisão do teste, é a consistência
dos dados (escores) obtidos pelas mesmas pessoas quando são examinadas com o
mesmo teste só que com examinadores diferentes e em condições diferentes. Um
teste é fidedigno se o mesmo for exposto a repetidas mensurações e os resultados
forem sempre os mesmos.
Dentro
da Psicometria há algumas formas para verificar a precisão de determinado
teste, sendo elas: teste-reteste, consistência interna e até mesmo formas
paralelas.
No
entanto, assim como o médico é obrigado a conhecer a potencialidade dos
remédios e a levar em conta suas contra-indicações, da mesma forma o psicólogo
deve saber, não apenas as vantagens dos testes, mas, também os limites de sua
utilidade e validade. Do contrário, correrá o risco de apresentar diagnósticos
falsos ou deformados, pois estariam baseados em resultados falhos e
incompletos.
Os
testes psicológicos não consistem numa exemplar neutralidade e eficácia em 100%
nos seus resultados, mas isto não implica que os mesmos devam ser dispensados.
Desde que atendidas as pré-condições de sua aplicação, e que o psicólogo
examinador tenha conhecimento, domínio da aplicação e da avaliação, os testes
se instalam como referencial que elimina boa parte da “contaminação” subjetiva
das suas percepção e julgamento.
Para a
viabilização do cuidado das pessoas que apresentavam esses transtornos, surgiu
a necessidade de padronizar o processo de admissão e qualificação dos
profissionais que iriam cuidar desses pacientes já diagnosticados a fim de
alcançar o objetivo do tratamento (ANASTASI & URBINA, 2000).
2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A
confiabilidade (precisão, fidedignidade) busca verificar o quanto a pontuação
do indivíduo se aproxima de sua realidade e o quanto ela se mantém
estatisticamente idêntica em diferentes situações, a variar o tempo e/ou a
partir de intercorre lação entre os itens da medida.
Como
mencionado, ao averiguar a fidedignidade dos escores de um teste psicológico
não se pretende encontrar resultados que sejam rigorosamente semelhantes, e sim
verificar quais medidas confiáveis o instrumento pode proporcionar para que os
resultados sejam similares quando houver a aplicação do teste sob as mesmas
condições de contexto, sujeito e objeto de estudo (ERTHAL, 2009).
Com
isso, quanto mais parecidos forem os resultados alcançados por meio de
aplicações distintas do mesmo instrumento, maior será a fidedignidade do teste,
e quanto mais diferentes forem os resultados obtidos, menor será a
fidedignidade do teste (ZANON & HAUCK, 2015).
Segundo
ERTHAL (2009), a fidedignidade apresenta três aspectos fundamentais a serem
observados durante sua mensuração, que são: precisão, estabilidade e
homogeneidade. A precisão busca medir o instrumento sem erro, analisando o
máximo possível do constructo estudado, procurando assim diminuir o erro de
mensuração. A estabilidade visa reproduzir diferentes fenômenos, buscando
apresentar pouco erro de mensuração em momentos diferentes de aplicação.
Segundo
2.1- Fidedignidade/Confiabilidade
Segundo
O
conceito de fidedignidade está relacionado com o conceito do erro demensuração,
já que as diferenças individuais nos resultados dos testes podem dever-se
diferenças “verdadeiras” ou a erros causais. Assim, a fidedignidade permite estimar
que proporção da variância total é uma variância de erro.
Hoje em
dia os psicólogos reconhecem que a presença de variância é inevitável, tentando
procurar as suas fontes. Verifica-se que qualquer condição irrelevante para o
objetivo do teste representa uma variância de erro, sendo que quando os
examinadores tentam manter condições uniformes de testagem ao controlar as
várias partes, estão a reduzir a variância de erro, tornando os resultados mais
confiáveis.
No
entanto, nenhum teste é um instrumento perfeitamente confiável, mesmo com
condições de testagem perfeitas. Assim, cada teste deve será acompanhado por
uma declaração da sua fidedignidade. Esta medida caracteriza o teste quando
este é aplicado em condições-padrão e com pessoas semelhantes à amostra
normativa.
Todos os
tipos de fidedignidade podem então ser definidos com um coeficiente de
correlação. Este coeficiente expressa o grau de correspondência/relacionamento
entre2 conjuntos de resultados (estando o valor entre -1 e 1). A correlação
pode ser:
·
Positiva: em que as 2
variáveis estão diretamente proporcionais
·
Negativa: existe uma
inversão de resultados de uma variável para a outra
·
Zero: completa
ausência de relacionamento entre as 2 variáveis
O
coeficiente de correlação pode ser calculado de diversas formas. Ex: Correlação
de Pearson (tem em conta a posição da pessoa no grupo e o seu desvio da média
do grupo).
Relativamente
à significância estatística, verifica-se que na pesquisa psicológica existe
algum interesse em generalizar os resultados além da amostra de indivíduos
testados para a população que estes representam. Para isso, verifica-se
normalmente se correlação é significativamente maior que zero.
Atualmente
verifica-se que o facto de o coeficiente de fidedignidade ser maior que zero
fornece pouco conhecimento para fins teóricos/práticos. Para isso, tem-se dado
cada vez mais atenção à magnitude real da correlação obtida, estimando um
intervalo desconfiança dentro do qual a correlação da população provavelmente
estará situada num nível de confiança especificado. Os coeficientes de
correlação podem ser utilizados para a mensuração da fidedignidade. Existem
vários tipos de fidedignidade:
Fidedignidade
de Teste-Reteste: descobrir a fidedignidade de um teste ao repetir o teste
em + do que 1 ocasião, correlacionando os resultados pelas mesmas pessoas nas 2
aplicações. Neste caso, as variações podem resultar de condições de testagem
não controladas (ex: certas distrações, condições meteorológicas),por mudanças
nas condições dos sujeitos (ex: fadiga, experiências recentes).
Neste
caso, quanto maior for a fidedignidade, menos suscetíveis estão os resultados
às mudanças do ambiente ou dos sujeitos, podendo os resultados ser
generalizados para diferentes situações. É importante especificar-se o
intervalo ao longo do qual vai ser medido fidedignidade do reteste.
2.2- Fidedignidade de Forma-Alternada
Descobrir a fidedignidade ao
utilizar formas alternadas do teste, utilizando as mesmas pessoas mas testadas
de forma diferente. Esta medida é utilizada tanto para medir a estabilidade
temporal como consistência da resposta a diferentes amostras de itens.
No entanto, por vezes os itens podem
abranger tópicos que “por sorte “temos maior facilidade em responder, o que
leva à presença de erros relativamente à amostragem do conteúdo, podendo outros
itens levar diferentes resultados. (PASQUALI,
2001).
Ou seja,
as experiências passadas dos sujeitos vão influenciar a dificuldade de cada
lista de itens, que varia de pessoa para pessoa. Tal como no tipo anterior,
deve existir uma declaração da extensão do intervalo entre as aplicações dos
testes.
Assim
nesta forma, existe algumas situações a ter em conta: Deve garantir-se que as
formas alternadas sejam paralelas (independentemente construídos para
satisfazer as mesmas especificações). Testes com o mesmo nº de itens, expressos
da mesma forma com o mesmo conteúdo- Igual intervalo e nível de dificuldade dos
itens.
2.3- Fidedignidade com o Método das Metades
Usando
uma única aplicação de um teste, podem usar-se procedimentos para dividir o
teste em metades equivalentes.
De
acordo
Verifica-se que quanto + longo for um teste, mais
confiável ele vai ser.
2.4- Fidedignidade de
Puder-Richardson e Coeficiente Alfa
Este
tipo de fidedignidade é atingido através da avaliação da consistência das
respostas a todos os itens, sendo influenciado pela amostragem do conteúdo e
pela heterogeneidade do domínio comportamental amostrado.
Assim,
quanto + homogéneo for um domínio, maior será a consistência entre os itens,
levando a resultados menos ambíguos. No entanto, um único teste homogéneo não é
um preditor adequado de um critério heterogéneo.
2.4.1- Fidedignidade do avaliador
Deve
assegurar-se que os procedimentos sejam seguidos cuidadosamente e verificados
de forma adequada, sendo que esta fidedignidade pode ser medida comparando-se
uma amostra de protocolos dos testes pontuados independentemente por 2
examinadores. Este tipo de fidedignidade é muito importante em testes em que
seja necessária alguma intervenção na avaliação.
Técnicas
para medir a variância e fontes de variância – p. 96 (quando o coeficiente
fidedignidade é 0.85 isto significa que 85% da variância dos resultados dos
testes depende da variância verdadeira no traço medido e 15%depende da
variância de erro).
Verifica-se
que delineamentos experimentais que produzem + do que 1 tipo de coeficiente de
fidedignidade para o mesmo grupo permitem a análise da variância total dos
resultados em diferentes componentes. Relativamente aos testes de rapidez, este
é um teste em que as diferenças individuais dependem inteiramente da velocidade
do seu desempenho, utilizando itens com dificuldade baixa (dentro das
habilidades de todos os sujeitos), com um limite de tempo curto para que
ninguém termine todas as questões.
Por
outro lado, um teste de habilidades tem um limite de tempo suficientemente
longo para permitir que realizem todos os itens, com uma dificuldade crescente.
Para cada um destes testes são utilizadas diferentes formas de medir fidedignidade
(ex: para os testes de rapidez pode ser utilizada a técnica do teste-reteste).
Verifica-se uma influência da variabilidade e habilidade
na fidedignidade:
2.4.2- Variabilidade
O
coeficiente de fidedignidade é influenciado pela natureza do grupo medido (ou
seja, pelo intervalo total das diferenças individuais no grupo). Assim, um
grupo homogéneo traz respostas muito semelhantes, o que faz com que a
correlação entre resultados de 2 testes seja muito baixa. Assim, o coeficiente
de fidedignidade influenciado para variabilidade da amostra.
2.4.3- Nível de habilidade
O
coeficiente de fidedignidade é também então influenciado entre grupos que
diferente no nível médio de habilidade, sendo que estas diferenças podem ser
descobertas segundo uma prova empírico de teste em grupos que diferem em idade
ou nível de habilidade. Assim, cada coeficiente de fidedignidade deve ser
acompanhado de uma descrição do tipo de grupo em que foi determinado, aplicando
o teste a amostras similares àquela em que foi calculado.
2.4.4- Erro-padrão de mensuração
Verifica-se
que a fidedignidade pode ser expressa em termos do erro-padrão de mensuração,
sendo que este erro-padrão é independente da variabilidade do grupo em que é
calculado, expressando em termos de resultados individuais (assim, não existe
influência se o grupo é homogéneo ou heterogéneo).Desta forma, este erro não
poderá ser comparado de teste para teste (devendo utilizar-se o coeficiente de
fidedignidade para comparar testes).
Para
Relativamente
aos testes de maestria (testes que avaliam o desempenho em termos de maestria e
não em grau de realização), existe supostamente uma baixa correlação, uma vez
que, já que a maestria se atinge através do treino e aquisição de competências
numa determinada actividade, todos os indivíduos com um determinado treino
deveriam conseguir dominar essa atividade, levando à existência de um grupo
homogéneo.
2.4.5- Validade
Para
Assim,
deve determinar-se as relações entre o desempenho no teste e outros factos
independentemente observáveis relativos às características do comportamento em
consideração. Existem várias formas de medir a validade de um teste.
Segundos
Para
Além
disso, surge também a importância de evitar qualquer sobre generalização sobre
o domínio amostrado pelo teste, evitando também incluir fatores irrelevantes
nos resultados dos testes.
Para isso, deve ter-se alguns passos em conta:
1. A escolha de itens apropriados com base em informações
recolhidas.
2. Realização de especificações de teste (que apresentam as
áreas de conteúdo a serem abrangidos, objetivos a ser testados e importância
dos tópicos).
3. Decisão ponderada sobre o nº de itens para cada tópico.
4. Assegurar-se que o conteúdo do teste é apropriado e
representativo.
5. Ter em conta os principais resultados (resultados totais
e desempenho em determinados itens, principais erros, etc.)
Segundo
2.4.6- Validade aparente
Aquilo
que um teste aparenta medir, sendo que esta validade, apesar de não substituir
a validade objetivamente determinada é importante, já que vai influenciar a
adesão dos outros aos testes (ex: se o conteúdo de um teste parece irrelevante
ou inadequado, existe pouca cooperação). Pode alterar-se a validade aparente,
por exemplo, ao reformular os itens dos testes.
2.4.7- Validade preditiva
Predição
ao longo de um intervalo de tempo Validação concorrente: relevante para os
testes de diagnóstico do status existente e não para a predição de futuros
resultados. Utilizada como um substituto da validação preditiva, já que por
vezes é impraticável estender procedimentos de validação ao longo do tempo,
aplicando-se os testes para grupos onde já existem dados de critério (tem-se em
conta dados atuais e compara-se os resultados do teste com a atualidade).
Deve
apresentar-se a precaução de não contaminar as avaliações do critério como
conhecimento do avaliador sobre os resultados do teste, sendo essencial que
nenhuma pessoa que participa nas avaliações do critério tenha conhecimento dos
resultados do teste aplicado. Esta contaminação poderia aumentar a correlação
entre os resultados dos testes e o critério de forma falsa.
Verifica-se
que um determinado teste pode ser validado consoante muitos critérios, de
acordo com a sua função, sendo que qualquer método para avaliar comportamento
pode fornecer uma medida de critério para um determinado objetivo. Um dos
critérios + utilizados será o real desempenho da atividade (avaliado de forma
prolongada).
A
validade de predição de um critério é normalmente usada em estudos locais,
estudando-se a efetividade de um teste para um programa específico. Verifica-se
alguma dificuldade relativamente à generalização da validade de um teste para
situações diferentes.
2.5- A importância da
Fidedignidade
A
fidedignidade é essencial em qualquer tipo de relacionamento, seja ele pessoal
ou profissional. Quando confiamos em alguém ou em uma empresa, nos sentimos
seguros e confortáveis em estabelecer parcerias, fazer negócios ou compartilhar
informações sensíveis. Por outro lado, quando percebemos que alguém ou algo não
é fidedigno, nossa confiança é abalada e podemos nos afastar ou buscar alternativas
mais confiáveis.
A
fidedignidade é especialmente importante no mundo dos negócios, onde a
reputação de uma empresa pode ser construída ou destruída com base em sua
capacidade de ser confiável. Empresas que são vistas como fidedignas têm mais
chances de conquistar e manter clientes fiéis, além de atrair investidores e
parceiros de negócios.
3- CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa propiciou
aprofundar o conhecimento em relação aos instrumentos psicológicos, formas de
aplicação e implicações éticas a respeito da área de avaliação e testagem
psicológica. Compreender desde os conceitos psicométricos dos instrumentos
psicológicos a desafios atuais da área sob a perspectiva de peritos em
avaliação psicológica enriqueceu a pesquisa, uma vez que promoveu um espaço de
interlocução entre a teoria e a vivência dos profissionais peritos em avaliação
psicológica.
A
fidedignidade é um atributo essencial para o sucesso de qualquer pessoa,
empresa ou organização. Ser fidedigno significa ser confiável, honesto,
transparente e digno de confiança. Construir fidedignidade demanda tempo e
esforço, mas os benefícios são inúmeros, incluindo a conquista de clientes
fiéis, a atração de investidores e parceiros de negócios, e a construção de uma
reputação sólida no mercado.
Embora
se associe o psicólogo ao uso de teste psicológico, no entanto é apenas a
minoria desses profissionais que aceitam testes psicológicos na sua práxis.
Muitos desprezam esses instrumentos, mais por não saber ou não querer utilizá-los
do que a partir do seu conhecimento. Como diz Nascimento (2005), os testes
continuam sendo alvos de críticas por muitos colegas e, em certos meios chegam
a ser considerados uma área desprestigiada da psicologia.
Mesmo
com as pequenas limitações de pesquisa, o objectivo foi atingido a fim de
compreender a percepção dos peritos a respeito dos conceitos de validade,
fidedignidade e suas respectivas implicações na testagem psicológica e também
de compreender a importância do papel do psicólogo durante o processo
avaliativo e quais os desafios atuais da área.
4- BIBLIOGRAFIA
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conceito, métodos e instrumentos. São Paulo: Casa do Psicólogo.
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Psicólogo.
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