INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA
ISTA
CURSO DE PSICOLOGIA
IMPORTÂNCIA DA
PSICOLOGIA DIFERENCIAL
CAXITO-DANDE
-2022
INSTITUTO SUPERIOR
TÉCNICO DE ANGOLA
IMPORTÂNCIA DA
PSICOLOGIA DIFERENCIAL
Trabalho científico
apresentado ao professor Manuel Zua, como requisito necessário para a
avaliação na cadeira de Psicologia Diferencial.
AUTOR:
NELMA MARTINS ANTÓNIO
2º
ANO
SALA:
04
PERÍODO:
TARDE
CAXITO-DANDE
-2022
Podemos dizer que a
psicologia diferencial tem como importância a avaliação do conhecimento e das
habilidades do ser humano em termos numéricos. Este trabalho teve como objectivo
entender a importância desta área do conhecimento permitindo assim, a percepção
a noção dos seus pressupostos pretendidos. Como sendo, o estudo da psicologia
diferencial ou personalidade deve ser compreendido no seu aspecto de psicologia
geral, isto é, como meio de se estabelecerem leis gerais sobre o funcionamento
da personalidade o que existe em comum em todas as personalidades humanas,
independente de factores culturais, grupais ou circunstanciais.
Palavras
chaves: Psicologia
Diferencial, Personalidade, Comportamento, Estudos e indivíduo.
SUMÁRIO
2.1- Definições de termos e conceitos
2.2- Importância da psicologia diferencial
2.3- Estudos denominados de ATI
1. INTRODUÇÃO
Com base ao tema em
analise, queremos aqui reiterar que o estudo da psicologia é abrangente o
conhecimento do comportamento humano. No entanto, ela permite avaliar as
habilidades e atitudes no seu todo.
Portanto, a psicologia
diferencial, como importância no meu entender, seguindo a lógica do pensamento
de autores referenciados mais abaixo, como abordagem Diferencial por se acreditar
que só podia estudar aquilo que era observável. A inteligência nesta abordagem
seria um composto de habilidades que poderia ser medida por meio dos conhecidos
testes psicológicos de inteligência.
Lógico que, cada pessoa
se desenvolve de forma diferente, esta vertente da psicologia concentra os seus
estudos na variabilidade do ser humano. Entende-se diferenças individuais como
as inteligências, os estilos cognitivos e a personalidade. Cada indivíduo
possui uma maneira de acomodar as ideias e assimilar mentalmente um conteúdo, e
isto é possível pois cada um possui determinadas habilidades mentais.
2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
2.1- Definições de termos e
conceitos
A psicologia
diferencial é o campo da psicologia que estuda as diferenças individuais e as
diferenças intergrupos, em variáveis psicológicas. Existem três grandes
domínios de investigação em psicologia diferencial: as diferenças individuais,
as variedades das diferenças psicológicas Inter grupos e a explicação das
diferenças psicológicas.
Segundo Jonassen &
Grabowski (2001), a psicologia diferencial é o campo da psicologia que estuda o
papel das diferenças individuais no comportamento humano. Os objectivos
fundamentais desta área da psicologia são o estudo dos comportamentos humanos,
a compreensão dos processos mentais, e a procura de causas e compreensão das
consequências das diferenças psicológicas entre cada um de nós.
Para estes autores, a
personalidade influencia a estabilidade emocional do aprendiz e a motivação
para aprender. A fim de descrever as diferenças individuais, tais autores
utilizaram o termo “metáfora geográfica”. Esta vê as diferenças entre os
indivíduos como um mapa da mente, no qual cada indivíduo tem um “terreno”
diferente. A mente humana pode ser vista como uma paisagem de traços e
habilidades que varia de indivíduo para indivíduo. Tal paisagem possui picos e
vales. Os picos representariam os traços fortes (resistentes), e os vales a
ausência de habilidades específicas de aprendizagem. E, finalmente, a
combinação de traços e aptidões de um indivíduo compõe o estilo e a
personalidade.
2.2- Importância da psicologia
diferencial
Psicologia diferencial ou
Psicologia da personalidade é a parte da psicologia que se dedica a descrever e
explicar "as particularidades humanas duradouras, não patológicas e que
influenciam o comportamento dentro de uma determinada população".
A psicologia
diferencial tem como importância de aspirar ao conhecimento da psique humana
através do estudo de suas diferenças em diferentes grupos e indivíduos. Assim
como a psicologia básica estuda as leis e os processos da mente e do
comportamento comuns a todos os homens, a psicologia diferencial estuda a mente
e o comportamento concentrando-se nas diferenças individuais ou de grupo.
Entretanto, a medição
das diferenças de aptidões e habilidades mentais e comportamentais e da
diferença de personalidade tornou-se uma de suas preocupações mais claras. O
uso da estatística e a influência da abordagem evolutiva, com a importância que
essa abordagem dá às diferenças entre indivíduos de uma mesma espécie, levou
Galton (1822-1911) à criação da primeira psicologia diferencial.
Para tal, entender a
nossa personalidade e a dos outros, portanto, é importante porque nos capacita a
dar sentido ao mundo em que vivemos, predizendo os comportamentos e ações
alheios. Os estudiosos da personalidade têm estudado comportamento normal, ou
padrões de pensamento, e emocionalidade encontráveis em 90% da população.
2.3- Estudos denominados de ATI
Estudos denominados de
ATI (aptitude-by-treatment interaction Research) investigam o efeito das
atitudes e dos traços do aprendiz nos resultados de aprendizagem, a partir das
diferentes formas de instrução. “Aptitude” se refere às variáveis de personalidade,
estilos cognitivo, habilidades mentais; “Treatment” consiste da estrutura e
forma de apresentação das estratégias instrucionais (entendendo como
estratégias instrucionais o conjunto de decisões que resultam em um plano,
método, ou uma série de actividades com objectivo de atingir uma meta-
Jonassen, Grabinger & Harris, 1990 In: Jonassen & Grabowski, 2001); e
“Interaction” é o que ocorre entre “aptitude” e “treatment”. Então, diferenças
individuais resultam em diferentes desempenhos, resultados. Portanto,
diferentes estratégias instrucionais podem facilitar ou inibir, prejudicar, a
aprendizagem, dependendo dos efeitos das características estruturais dos tipos
de aprendizes. Exemplificando, aprendentes com diferentes traços não respondem
similarmente a uma mesma forma de instrução.
O estudo da ATI é útil
para entendermos as diferenças individuais no processo de aprendizagem, logo é
útil para compreendermos os diferentes estilos de aprendizagens e para
analisarmos os diferentes tratamentos de informação.
Cada aprendiz tem sua
história de vida, algumas experiências de aprendizado bem-sucedidas, outras nem
tanto. Este conjunto de experiências serve como pano de fundo para seus
aprendizados. Em relação ao ambiente de aprendizagem, os pontos que devem ser
ressaltados são (Jonassen & Grabowski, 2001):
·
Cada
aprendiz é único na forma como recebe, processa informações, lida com
diferentes situações de aprendizagem e aprende.
·
Uma
única forma de apresentar informações não vai atingir a todos os aprendizes da
mesma maneira. E aqui não estou me referindo somente ao formato dos materiais
didáticos, mas à utilização de diferentes mídias, como a impressa e a digital.
·
A
combinação de diferentes dinâmicas de trabalho em sala de aula beneficia
diversas “preferências” de aprendizagem (estilos de aprendizagem).
·
O
conhecimento por parte do professor das suas próprias preferências de
aprendizagem e a de seus alunos, deve refletir no planejamento das atividades
pedagógicas e na orientação para o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem.
·
O
aprendiz precisa conhecer suas próprias preferências de aprendizagem para
desenvolver estratégias que o auxiliem a lidar com as mais diferentes situações
de aprendizagem na escola ou na vida.
Somente nos últimos
anos se tem dado ênfase ao modo de aprender dos indivíduos, sob o ponto de
vista daquele que aprende (Berbaum, 1993). Silva e Sá (1993) descrevem a
aprendizagem como caracterizada pela organização e ativação de conhecimentos
nos momentos apropriados, pelo recurso das estratégias cognitivas e sua
aplicação eficaz.
Mc Keachie, 1966 (apud:
Bordenave, J. D., Pereira, A. M.), a partir de sua experiência com alunos e
professores de física, afirma que o ensino se torna mais eficaz quando o
professor conhece a natureza das diferenças entre os alunos.
Serafini (1996)
compreende a aprendizagem condicionada por diversas variáveis do indivíduo.
Para esta autora, cada pessoa tem um estilo de aprendizagem e obtém melhor
rendimento quando o segue.
Sadler-Smith e Smith
(2004) entendem que a forma de comunicação professor-aluno e as diferenças
individuais, estas últimas do ponto de vista dos alunos, interagem modificando
o processo de aprendizagem 1 e o seu respectivo resultado 2.
Sohn, Doane e Garrison
(2006) estudaram o impacto das diferenças individuais e do contexto de
aprendizagem na aquisição de habilidades cognitivas de comparação visual e na
transferência desta aprendizagem para novas situações. O estudo foi realizado
em um grupo de estudantes da Universidade do Mississipi, e foi visto que, dependendo
do treinamento inicial oferecido aos alunos, o resultado de desempenho em uma
segunda etapa (de transferência do aprendizado para uma nova situação) variava.
Então foi observado o efeito do nível de habilidade cognitiva na performance do
estudante em diferentes treinamentos.
Ao trazer a experiência
obtida através da pesquisa realizada por Sohn, Doane e Garrison (2006) para a
realidade deste estudo, é possível pensar que, ao conhecer os estilos de
aprendizagem dos alunos, o professor poderá optar por diferentes recursos de
apresentação dos conteúdos de sua disciplina, e, simultaneamente, os alunos, ao
conhecerem seus estilos preferenciais de aprendizagem, poderão fazer uma
escolha mais consciente do contexto de ensino no qual melhor se adaptem.
Portanto, conhecendo e respeitando tais diferenças, o processo de
ensino-aprendizagem poderá acontecer de forma mais harmoniosa.
Quando o professor
ensina, deseja que o aluno aprenda e cresça como pessoa humana. E para ensinar,
o professor define objectivos, escolhe determinados conteúdos e actividades,
mas os alunos não são todos iguais, são pessoas diferentes e singulares. Logo,
reagirão de maneira diferente aos professores, aos objectivos das aulas, aos
conteúdos (matérias), aos métodos de ensino, e às formas de avaliação. Tais
reações diferentes os levarão a aprender de forma diferente. Portanto, as
características pessoais dos alunos devem merecer a atenção do professor.
A compreensão deste
tema nos leva a dizer que o professor e o aluno necessitam conhecer seu modo de
aprender e mediar as possíveis diferenças que surgem de sua relação, uma vez
que sabemos que há benefício no aprendizado quando os estilos de aprendizagem
dos alunos são respeitados, e quando tais alunos se sentem motivados para
aprender. Portanto, o professor, como um mediador do processo de aprendizagem,
deve ficar atento aos estilos de aprendizagem de seus alunos, e procurar
facilitar a aprendizagem destes utilizando diferentes formas, recursos, de
apresentação do conteúdo.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para terminarmos com o
pretendido, entendemos, portanto, que, os estilos cognitivos e o tipo de
controlo cognitivo refletem o modo de pensar do indivíduo e sua personalidade. No
processo de aprendizagem os indivíduos apresentam diferentes modos de
comportar-se, assim, uma vez respeitadas tais diferenças, é possível promover a
igualdade de condições e oportunidades para o aprender.
Certamente que, cada
indivíduo tem uma maneira de acomodar as ideias e assimilar mentalmente um
conteúdo, ou seja, constroem significados diferentes para um mesmo conhecimento
compartilhado, e aplicam tal conhecimento de forma diferente em novas situações
e contextos. Isto é possível, pois que cada um possui determinadas habilidades
mentais para processar as informações. E, portanto, os estilos cognitivos e o
tipo de controlo cognitivo refletem o modo de pensar do indivíduo e sua
personalidade.
Entende-se ser pela
consciência de todos estes aspectos, por uma constante retomada de suas
próprias preferências, das vantagens e limitações das mesmas, que o aprendiz
conhece seus processos de aprendizagem, tornando-se mais eficiente.
Assim, a importância da
psicologia diferencial tem a ver com estudo das diferenças individuais dos
sujeitos, as suas consequências e as suas causas. Como qualquer indivíduo se
desenvolve de forma diferente, esta vertente da psicologia incide os seus
estudos nessa variabilidade do ser humano.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
·
BERBAUM,
J. Aprendizagem e Formação. Porto: Porto Editora, 1993.
·
BORDENAVE,
J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de Ensino-Aprendizagem. Petrópolis: Editora
Vozes, 1998.
·
GALTON,
Francis - Biografia, Livros e Teorias". Famouspsychologists.org.
Recuperado. 1874, pág. 227-236.
·
JONASSEN,
David H.; GRABOWSKI, Barbara L. Handbook of individual differences: learning
& instruction. Lawrence Erlbaum Associates, Inc., Publishers, Hillsdale,
New Jersey, 2001.
·
SADLER-SMITH,
E.; SMITH, T. J. Strategies for accommodating individual’s styles and
preferences in flexible learning programmes. British Journal of Educational
Technology, vol. 35, nº 4, 2004, pág. 395-412.
·
SERAFINI,
M. T. Saber estudar e Aprender. 2ª ed. Lisboa: Presença, 1996.
·
SILVA,
A.L. da e SÁ, I. de. Saber Estudar e Estudar para Saber. Porto: Porto Editora,
1993.
·
SOHN,
Y.W.; DOANE, S. M.; GARRISON, T. The impact of individual differences and
learning context on strategic skill acquisition and transfer. Learning and
Individual Differences, vol. 16, nº 1, 2006, pág. 13-30.
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