-INTRODUÇÃO
Quando nos deparamos com uma
criança que não brinca, não se relaciona com as outras, revelando inabilidade
para se comunicar e exprimir suas emoções, que não se aventura na descoberta do
mundo ao seu redor, preferindo isolar-se, temos mais suficientes para nos
preocuparmos, ´pois pedemos estar perante um caso de autismo infantil
O autismo infantil é um
transtorno do desenvolvimento que se manifesta, geralmente, antes dos três anos
de idade comprometendo todo o desenvolvimento psiconeurológico, afetando a comunicação,
interação social e a comportamento da criança.
È inerente ao ser humano a
propensão para nos relacionarmos e nos comunicarmos com os outros e fazemos
desde o dia nascemos. O bebê quando nasce vem equipado com um dispositivo inato
que o impele para a interação com o outro. Desde que não apresente
comprometimento neurológico ou congênito, este está apto desde que nasce a
comunicar e interagir com a mãe. Por exemplo um bebê com fome comunica a mãe o
desconforto através do choro. Ao alimentá-lo, o choro é silenciado porque o
bebê sente-se confortado.Neste relacionamento de estimulo (choro)/ reposta
(alimento). Aprendendo o mundo como algo agradável, com o qual vale a pena
estar em contato.
Sempre que um bebê tem uma
iniciativa ( choro- estímulo) e se este é compreendido e atendido pela mãe (
afeto- resposta), ele vai desenvolver novas iniciativas, cada vez mais
elaboradas. Caso contrário, se não tiver uma resposta do exterior as suas
iniciativas, o bebê deixa gradualmente de as ter. Assim, ao invés de lançar-se
para a descoberta do mundo exterior, fecha-se no seu próprio mundo, comunicando
e interagindo consigo mesmo.
A criança autista não toma
iniciativa de abraçar, não pede colo, nem proteção quando se magoa, evitando a
todo custo estabelecer o contato físico e visual e permanece indiferente aos
abraços e carinhos das pessoas. Não demonstra preferência pelos seus
progenitores em relação aos outros. Usualmente, demonstra sérios problemas na
compreensão e utilização da mímica e da fala. Não responde ao sorriso social.
Os jogos do faz de conta e de imitação social, quase não se fazem notar ou
tomam configurações desapropiadas como: estereotipias ( expressão automática de
sons e de palavras sem finalidade aparente), ecolalia ( repetição de palavras
ou frases escutadas) estereotipias motoras ( balanceio do corpo) flapping (
movimento de bater asas que ocorre em estado de maior excitação).
Estes são apenas alguns
comportamentos que se podem observar em crianças autistas. È importante estar
atento aos sinais e sempre que existam suspeitas, não se deve hesitar levar a
criança a consulta de psicologia clínica. O diagnóstico precoce e a eficácia de
uma intervenção psicoterapêuta revelam-se de extrema importância na obtenção de
resultados satisfatórios na recuperação e reorganização psicológica.
2-
CARACRERÍSTICAS HISTÓRICAS
O termo autismo vem do grego
( autos) e denota o comportamento de voltar-se para si mesmo. Foi utilizado
pela primeira vez em psiquiatria por Eugen Bleuler, psiquiatra austríaco que
primeiro conceituou a esquizofrenia como doença mental diferente das demais
demência, antes dele a esquizofrenia era chamada de Daementia Praecox ou
demência precoce terminologia criada por Ernest Kraepelin que pressupunha em
contimuum entre a demência – perda de lucidez, capacidade de julgamento e de
escolha, características de idades mais avançadas e o fenômeno psicótico que
geralmente acometia pessoas jovens.
Bleuler, identificando
características peculiares na Demência Precoce que a destinguiam de outras demências,
nomeou-a Esquizofrenia ( Schizo= dívida, henos= mente) ou divisão de mente,
como é conhecido até hoje. Na época sugeriu quatro critérios principais para
identificação desta afecção mental, que ficaram conhecidos como os quatro (A s
) de Bleuler.
1- Alucinações
2- Afeto incongruente
3- Ambivalência
4- Autismo
Assim o autismo, durante as
primeiras décadas do século passado, referia-se em psiquiatria à tendência do
indivíduo esquizofrênico em ensimesmar-se, alhear-se do mundo social,
colocar-se em um mundo a parte, como hoje se fala comumente sobre os autistas.
Em 1943, Kanner estudou e
descreveu a condição de 11 crianças consideradas especiais. Nessa época, o
termo esquizofrênia infantil era considerada sinônimo de psicose infantil, mas
as crianças observadas por Kanner tinham características especiais e diferentes
das crianças esquizofrênicas. Elas exibiam uma incomum incapacidade de se
relacionarem com as outras pessoas e com os objetos, concomitantemente,
apresentavam desordens graves no desenvolvimento da linguagem. A maioria delas
não falavam e, quando falavam era comum a ecolalia, inversão pronominal e
concretismo.. O comportamento delas era salientados por atos repetitivos e
estereotipados, não suportavam mudanças de ambiente e preferiam o contexto
inanimado. O termo autismo se referia a características de isolamento e auto
concentração dessas crianças, mas também sugeria alguma associação com
esquizofrenia
No final da década de 70
Rutter descreveu o transtormo autista como sendo uma síndrome caracterizada de
início e principalmente, pelas perturbações das relações afetivas com o meio.
Dizia que o autista possuía uma incapacidade inata para estabelecer qualquer
relação afetiva, bem como para responder aos estímulos do meio. Daí em diante,
vários pesquisadores foram revelando uma distinção cada vez evidente entre o
autismo e a esquizofrenia.
O próprio Kanner viria a
reconhecer que o termo autismo não deveria se referir nestes casos, a um
afastamento da realidade com predominância do mundo interior, como se dizia
acontecer com a esquizofrenia. portanto, mesmo para ele não haveria no autismo
infantil um fechamento do paciente sobre si mesmo, mas sim, um tipo particular
e específico de contato do paciente com o mundo exterior.
Na década de 50 os autores
norte-americanos, por mero pudor da palavra psicose, denominavam essas crianças
como possuidoras de um desenvolvimento atípico ou excepcional. A partir da
década de 60 definiram-se as psicoses infantis em dois tipos, as psicoses da
primeira infância e as psicoses da segunda infância. Dentro as psicoses da
primeira infância foi colocado o autismo infantil precoce. Portanto, foi
entendido como um transtorno primário, diferente das outras formas de
transtorno infantil secundários a lesões cerebrais ou retardamento mental.
Na Europa, notadamente na
França, o conceito de esquizofrenia infantil foi substituído pelo o conceito de
psicose infantil, bem onde se enquadra o autismo. Portanto, para os franceses,
o autismo infantil ´r uma psicose.
3-
O QUE É AUTISMO
Caracteriza-se por uma
interiorização intensa - uma espécie de fechamento sobre sei mesmo e por um
pensamento desligado do real. A incapacidade de se relacionar normalmente com
pessoas e situações pode aparecer desde os primeiros tempos da vida e constitui
o principal sintoma dessa perturbação que faz a criança viver num mundo todo
particular.
Teorias interpessoais e
orgânicas foram sugerias para explicar o autismo, mas nenhuma delas até agora
plenamente aceita.
No momento do nascimento, a
criança é de aparência normal, só aos 08 meses é que se observa a ausência dos
movimentos antecipadores habituais.. Quando chamamos uma criança normal de 8
meses para vir ao colo, ela estende os braços e se adapta ao nosso corpo, o
autista não estende os braços e nem se acomoda no colo.
Além do recuo nas relações
interpessoais, as crianças autistas apresentam uma preocupação intensa com
objetos materiais e diversas anormalidades de linguagem e de movimentos
físicos. São freqüentes elas serem diagnosticadas erroneamente como casos de
retardamento mental, surdo- mude, afasia e outros síndromes.
4-CAUSAS
DO AUTISMO
A casa específica, ainda é
desconhecida mais há várias suspeitas de que podem compreender alguns desses
fatores:
1-Influencia Genética
2-Vírus
3-Toxinas e poluição
4-Desordens metabólicas
5- Intolerância imunológica
6- Infecções virais e
grandes doses de antibióticos nos primeiros 3 anos
5-
SINTOMAS COMUNS
Uma criança autista prefere
estar só, não forma relações pessoais íntimas, não abraça, evita contato de
olho, resiste às mudanças, é excessivamente presa a objetos e repete
continuamente certos atos rituais. A criança pode começar a falar depois de
outras da mesma idade, pode usar o idioma de um modo estranho, ou pode não
conseguir por não poder ou não querer falar nada. Quando falamos com a criança,
ela freqüentemente tem dificuldade em entender o que foi dito. Ela pode repetir
as palavras que são ditas e ela ( ecolalia) e inverter o uso normal de
pronomes, principalmente usando o tu em vez de eu ou mim ao se referir a si
própria.
Conforme –ASA ( Autism Society of American). A
maioria dos sintomas está presente nos primeiros anos de vida da criança
variando em intensidade de mais severo a mais brando.
Vejamos:
• Dificuldade de relacionamento;
• Riso inapropriado;
• Pouco ou nenhum contato
visual
• Não quer tocado;
• Isolamento, modos
arredios;
• Gira objetos;
• Cheira ou lambe os
brinquedos, inapropriada fixação em objetos;
• Perceptível hiperatividade
ou extrema inatividade;
• Ausência de respostas aos
métodos normais de ensino;
• Aparente insensibilidade a
dor;
• Acessos de raiva-
demonstra extrema aflição sem razão aparente;
• Procedimentos com poses
bizarras ( fixar objetos ficando de cócoras, coloca-se de pé numa perna só, impedir
a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determinada
maneira os alisares;
• Ecolalia ( repete palavras
ou frases em lugar da linguagem normal)
• Insistência em repetição,
resistência á mudança de rotina;
• Age como se estivesse
surdo;
• Dificuldade de comunicação
em expressar necessidades- usa gesticular e apontar no lugar de palavras;
• Não tem real noção de
perigo;
• Irregular habilidade
motora- pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos.
5.1
IDADE DE MANIFESTAÇÃO DOS SINTOMAS
Por definição, os sintomas
do autismo se manifestam sempre antes dos trinta meses de idade. Entretanto,
pode ser difícil determinar de forma retrospectiva o início dos sintomas, a não
ser os que os que cuidaram da criança nos primeiros anos possam relatar a
história e dar informações sobre o desenvolvimento da linguagem,sociabilidade
ou de sua capacidade de brincar nessa fase.
Pais de folhos únicos podem
não perceber o problema até o comparem a outras crianças. Muitas vezes datam o
início a partir desta comparação.
5.2
EVOLUÇÃO
A doença é crônica, algumas
crianças eventualmente podem levar uma vida independente com sinais mínimos.
Apenas uma em seis acaba conseguindo um ajustamento adequado, realizando até
algum tipo de trabalho regular a vida adulta. Também só uma entre seis crianças
conseguem ter um funcionamento considerado razoável , e dois terços permanecem
gravemente incapacitados, não conseguindo levar uma vida independente.
5-
MANIFESTAÇÕES SOCIAIS
Muitas vezes o início é
normal, quando o bebê estabelece contato visual, agarra o dedo, olha na direção
de onde vem uma voz e até sorri. Contudo, outras crianças apresentam desde cedo
as manifestações do autismo. A mais troca de afeto é muito difícil como pó,r exemplo,
o próprio olhar nos olhos que é uma das primeiras formas de estabelecimento de
contato afetivo. Toda manifestação de afeto é ignorado, os abraços são
simplesmente permitidos, mas não correspondido. Não há manifestações de
desagrado quando os pais saem ou alegria quando voltam par casa. As crianças
com autismo levam mais tempo para aprenderem o que os outros sentem ou pensam,
como por exemplo, saber que a outra pessoa está satisfeita porque deu um
sorriso ou pela sua expressão. Além da dificuldade de interação social,
comportamentos agressivos são comuns especialmente quando estão em ambientes
estranhos ou quando se sentem frustrados.
6-
DISGNÓSTICO
Os pais são os primeiros a
notar algo diferente nas crianças com autismo, o bebê desde o nascimento pode
mostrar-se indiferente a estimulação por pessoas ou brinquedos, focando sua
atenção prolongadamente por determinados itens. Por outro lado certas crianças
começam com um desenvolvimento normal nos primeiros meses para repentinamente
transformar o comportamento em isolado. Contudo, podem se passar anos antes que
a família perceba que há algo errado. Nessas ocasiões os parentes e amigos
muitas vezes reforçam a idéia de que não há nada errado, dizendo que cada
criança tem seu jeito de ser.
Infelizmente isso atrasa o
início de uma educação especial, pois quanto antes se inicia o tratamento,
melhor é o resultado. Não há testes laboratoriais ou de imagem que possam
diagnosticar o autismo. Assim o diagnóstico deve ser feito clinicamente, pela
entrevista e histórico do paciente, sempre sendo diferenciado de surdez,
problemas neurológicos e retardo mental.
Uma vez feito o diagnóstico
à criança deve ser encaminhada para um profissional especializado em autismo,
este se encarregará de confirmar ou negar o diagnóstico. Apesar do diagnóstico
do autismo não poder ser confirmado por exames as doenças que se assemelham ao
autismo podem e assim se descartar outros possíveis diagnósticos.
Dentre vários critérios de
diagnósticos, três não podem faltar: poucos ou limitadas manifestações sociais,
habilidades de comunicação não desenvolvidas, comportamentos interesses e
atividades repetitivas. Esses sintomas devem aparecer antes dos três anos de
idade.
7.1
COMPLICAÇÕES
A maior complicação é o
aparecimento de convulsões epiléticas secundárias e distúrbios físicos
subjacentes. Cerca de 25% ou menos dos pacientes desenvolvem convulsões na
adolescência ou quando adulto- jovens. A maioria das crianças com QI abaixo de
50 tem convulsões, porém poucas com inteligência normal manifestam este
sintomas.
7.2
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
O diagnóstico diferencial
dos quadros autísticos inclui outros distúrbios evasivos do desenvolvimento,
como a síndrome de Asperger, a síndrome de Rett, transtornos desintegrativos e
os quadros não especificados. Esses diagnósticos diferencial é uma das grandes
dificuldades do clínico. Os quadros de síndrome de Asperger são reconhecidos
antes dos 24 meses, apresentando também maior ocorrência no sexo masculino,
inteligência próxima da normalidade, déficit na sociabilidade, interesses
específicos e circunscritos com histórias familiar de problema similares e
baixa associação com quadros convulsivos.
Por outro lado, os quadros
de síndrome de Rett ocorrem preferencialmente no sexo feminino, sendo
reconhecido entre 05 e 30 meses e apresentando déficit no desenvolvimento, com
desaceleração do crescimento craniano, retardo intelectual e forte associação
dos quadros convulsivos.
Os transtornos
desintegrativos são observados antes dos 24 meses, com predomínio no sexo masculino,
padrões de sociabilidades e comunicação pobre, freqüência de síndrome
convulsiva associada e prognóstico pobre.
Os transtornos abrangentes
não especificados tem idade de início variável na área da predomínio no sexo
masculino, comprometimento variável na área da sociabilidade, bom padrão
comunicacional e pequeno comprometimento cognitivo.
8-
TRATAMENTO
O tratamento é complexo,
centrando-se em uma abordagem medicamentosa destinada a redução de sintomas a
como agitação, agressividade, e irritabilidade, que impedem o encaminhamento
dos pacientes a programas de estimulação e educacionais. Considera-se assim o
uso de reurolépticos como vinculado, eminentemente, a problemas
comportamentais. Cabe lembrar que o tratamento se estende por longos períodos,
exigindo dos profissionais envolvidos monitoração constante, para que tenham
uma dimensão exata do problema.
8.1
MEDICAMENTOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO
As principais drogas são:
• Os neurolépticos,
utilizados para reduzir que, tem-se uma boa resposta e conseqüente melhoria do
aprendizado, embora possa apresentar efeito colaterais como: sadação excessiva,
reações diatônicas ( rigidez muscular), discinesia ( alteração do movimento
muscular) e efeitos parkinsonianos ( tremor);
• As anfetaminas, utilizadas
na tentativa de diminuir a hiperatividade e melhorar a atenção, mas tem como
efeitos colaterais o aparecimento de excitação motora, irritabilidade e a
diminuição do apetite;
• Os anti-opióides,
utilizados no tratamento de dependência a drogas, tem sua ação principalmente
em quadros de auto agressividade, provoca tranqüilizarão, diminuição da
hiperatividade, da impulsividade, da repetição persistente dos atos, palavras
ou frases sem sentido ( estereotipias) .
• A utilização de complexo
vitamínicos como vitamina B6 associada ao aspartato de magnésio, bem como o uso
de ácido fólico, embora descritos por diversos autores, apresenta aspectos e
resultados conflitantes.
9.0
DOENÇAS RELACIONADAS AO AUTISMO
Podemos listar uma série de
doenças das mais diferentes ordens envolvidas nos quadros autístico:
• Infecções pré-natais-
rubéola congênita, sífilis congênita, toxoplasmose, citomegaloviroses;
• Hipóxia neo-natal(
deficiência de oxigênio no cérebro durante o parto) ;
• Infecções pós – natais,
herpes simples;
• Déficits sensoriais (
dificuldade visual ( degeneração da retina) oi diminuição da audição (
hipoacusia) intensa;
• Espasmos infantil-
Síndrome de west;
• Doenças degenerativas –
Doença de Tay - Sachs
• Doenças Gênicas –
fenilcetonúria, esclerose tuberosa, neurofibromatose, Síndromes de Cornélia de
Lange, Willians, Moebius, Mucopolissacaridoses, Zunich;
• Alterações cromossômicas-
Síndrome de Down ou Síndrome X frágil ( a mais importante doenças genéticas
associadas ao autismo );
• Intoxicações diversas.
10- PROGNÓSTICO
Muitos especialistas
acreditam que o prognóstico é fortemente relacionado a quanto idioma utilizável
a criança adquiriu até os sete anos de idade. Crianças autistas com inteligência
subnormal- por exemplo, aquelas com QI abaixo de 50 em testes padrão-
provavelmente irão precisar cuidados institucional em tempo integral quando
adultos.
Crianças autistas na faixa
de QI próximo ao normal ou mais alto, freqüentemente se beneficiam de
psicoterapia e educação especial. Fonoterapia é iniciada precocemente bem como
a terapia ocupacional e a fisioterapia.
11-
CASOS CLÍNICOS
Nome fictício
PAULO
Quando criança pequena era
afetuoso e brincalhão. Aos seis meses senrava-se e engatinhava, aos 10 começou
a andar e aos 13 meses já podia contar. Um dia aos 18 meses sua mãe o encontrou
sentado na cozinha brincando com as panelas de forma estereotipada 9 repetindo
sempre o mesmos movimentos e de forma tão concentrada que não respondeu as
solicitações da mãe. Desse dia em diante a mãe se recorda que foi como se ele
tivesse se transformando. Parou de relacionar-se com os outros. Freqüentemente
corre ziguezagueando em volta da casa Tornou-se fixado por lâmpadas elétricas,
corre em volta de casa apagando e acendendo as luzes e se alguém tenta
interrompê-lo ele torna-se agitado batendo e mordendo quem estiver pela frente.
LAURA
Desde o dia que nasceu Laura
apresentou comportamento anormal, parecia diferente das demãos crianças. Numa
idade em que a maioria das crianças é curiosa e quer ver tudo, Laura mexia-se
pouco no berço e não respondia aos ruídos dos brinquedos, Seu desenvolvimento
não se deu na ordem esperada ficou de pé antes de engatinhar, e quando andava
era na ponta dos pés. Aos dois anos e meio de idade ainda não falava apenas
agarrava as coisa ou gritava pelo o que queria. Era capaz de focar sentada
durante horas olhando para um de seus brinquedos. Durante uma sessão de
avaliação passou todo o tempo puxando os tufos do agasalho da psicóloga.
12- CONCLUSÃO
O autismo infantil
corresponde a um quadro de extrema complexidade que exige que abordagens
multidisciplinares sejam, efetivadas visando-se não somente a questão
educacional e da socialização, mas principalmente a questão médica e a
tentativa de estabelecer etiologias e quadros clínicos bem definidos, passíveis
de prognósticos precisos e abordagens terapêuticas eficazes. Com o maior grau
das pesquisas clínicas, grande número subsíndrome ligadas ao complexo autismo
devem ser identificadas nos próximos anos, de forma que os conhecimentos sobre
a área aumentam de modo significativo em um futuro próximo.
Concomitantemente, o
desenvolvimento de vias de pesquisa biológicas e cognitivas deve trazer futuras
implicações não somente na questão diagnóstica mas principalmente, na questão
terapêutica da síndrome.
A descrição de casos e o
estudo das populações afetadas contribuem, de forma afetiva, para que pouco a
pouco o autismo possa ser mais bem compreendido e analisado.
Somente a partir de uma
visão médica, embasada em modelos científicos claros, é que poderemos
contribuir para o estudo da questão, ao mesmo tempo que dispomos a pensar
realisticamente o problema dessa população afetada.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
JOSÉ, Elizabete da Assunção.
COELHO, Maria Tereza. Problemas de Aprendizagem
Série Educação. 12 ed. São
Paulo: Àtica, 2004.
GAUDERER, E Cristian.
Autismo e Outros Atrasos do Desenvolvimento: Uma atualização para os que atuam
na área; do especialista aos pais: Brasília –DF: CORDE, 1993.
www.psicosite.com.br- acesso
em 18/04/2007
www.autismoinfantil.com.br-
acesso 18/04/2007
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