LINGUAGEM, COMUNICAÇÃO E PENSAMENTO

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INSTITUTO SUPERIO TÉCNICO DE ANGOLA
ISTA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS





PSICOLOGIA EXPERIMENTAL





LINGUAGEM, COMUNICAÇÃO E PENSAMENTO




GRUPO nº
SALA:1
ANO
CURSO:PSICOLOGIA

DOCENTE

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CAXITO/2018


INSTITUTO SUPERIO TÉCNICO DE ANGOLA








LINGUAGEM, COMUNICAÇÃO E PENSAMENTO





NEISSER (2 1967) argumenta que registramos na memória os processos ativos fundamentais na construção da realidade. Numa linguagem Piagetiana a representação mental e a simbolização (pensamento) é o resultado da internalização de ações físicas.





INTEGRANTES DO GRUPO

1.    Arsénio Soeiro da Costa Joaquim
2.    Ana Francisco Panzo
3.    Domingas da Silva de Carvalho
4.    Laurinda Capita Joaquim
5.    Maria Sebastião Gouveia Leite
6.    Natalia Cecilia Ernesto Mendes













CAXITO/2018









SUMÁRIO















1-INTRODUÇÃO

O processo da Linguagem, Comunicação e Pensamento tem uma variedade de abordagens enquanto fundamental e importante para o entendimento entre os seres vivos sobre tudo os animais com destaque para o Homem. Para perceber e explicar os diferentes caminhos usados no processo da comunicação implica um esforço para perceber diferentes abordagens de diferentes contextos enquanto este processo dinâmico.

O presente trabalho faz uma abordagem de três elementos que intervém  neste processo nomeadamente: Linguagem, comunicação e Pensamento. Fazendo uma análise lógica sobre o tema, pode-se perceber uma hierarquia lógica da relação entre estes três elementos, segundo a qual, um pensamento manifesta-se através de uma expressão por meio de linguagem.

Baseado em pesquisa bibliográfica sobre autores que falam sobre o tema em destaque, o trabalho está subdividido em três itens (linguagem, comunicação e Pensamento) e em cada um deles faz uma definição ou conceituação sobre o item, sua caracterização e alguma relação que se possa encontrar entre um e outro item.

No final, os membros do grupo apresentam uma conclusão que se possa ter depois de uma leitura minuciosa e atenta sobre o trabalho.

 







            A presente pesquisa centrou-se nas contribuições de Jean Piaget e Lev Vygotsky no que diz respeito à linguagem, Comunicação e consequentemente, também a alguns elementos do pensamento, visto que os três se relacionam de maneira muito evidente nos trabalhos de ambos os autores. A linguagem humana estrutura o mundo imaginário das ideias. Nela é possível formular novas ideias a partir de ideias anteriores, pois nem todas as ideias estão directamente associadas a objectos e situações visualizadas num dado momento. Um animal, por mais complexa que seja sua linguagem, não é capaz de se referir à comida do dia anterior; saber se ela foi saborosa ou se saciou completamente sua fome. Estes são actos que requerem a construção de ideias como comida, fome, dia etc, é capacidade exclusiva da espécie humana.
As palavras são ideias codificadas e são a matéria prima do nosso pensamento. Integrando palavras em frases, expressamos ideias e pensamentos. A linguagem humana é o testemunho da maneira como nosso pensamento lida com as ideias, articulando-as umas às outras na construção de significados. As reflexões feitas por Vygotsky contribuiu com o desenvolvimento infantil e com a aprendizagem no meio social, e também com o desenvolvimento do pensamento e da linguagem, entretanto, a relação entre o desenvolvimento e a aprendizagem estão atrelados ao facto do ser humano viver em meio social.
Segundo Ferdinand de Saussure:
“A língua é um produto social da faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adoptadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos”.Então, entendemos que a língua é um conjunto de sinais baseados em palavras que possui um carácter social, pois, é um veiculo de comunicação das pessoas.
2.2.2- Conceituação

As linguagens aparecem num contexto social e são definidas como “ repertórios de signos , regidos por leis arbitrariamente escolhidas por seus usuários para regulamentar a sua funcionalidade”.
                 
Os elementos constitutivos da linguagem são os signos que podem ser representados através de: gestos, sinais, sons, símbolos ou palavras, usados para representar conceitos de comunicação, ideias, significados e pensamentos emitidas pelo expressor para o receptor enquanto o significante, que é a estrutura construída, evocar ao receptor algo já conhecido. Vygotsky, por sua vez, destaca a importância dos factores sociais e culturais na aquisição das diferentes e cada vez mais complexas formas de linguagem e pensamento, dando ênfase a apropriação dos signos como base para o desenvolvimento operações mais características do aparelho cognitivo humano bem como para a formação dos conceitos. Para Piaget, a linguagem é uma forma particular da função simbólica (Piaget, 1994). A faculdade da linguagem se encaixa dentro da arquitectura maior da mente/cérebro. Para Vygotsky, a própria estrutura da língua era um factor determinante na construção do pensamento.

Sengundo Piaget, em seus estudos sobre a origem dos processos cognitivos com crianças, destacou o carácter senso-motor na percepção do espaço numa fase anterior à aquisição da linguagem, colocando que o desenvolvimento começa a partir de uma ‘’multiplicidade de espaços heterogéneos’’ (bucal, tátil, visual etc).
A linguagem, segundo estudiosos, é uma função inata que permite ao indivíduo simbolizar o seu pensamento e descodificar o pensamento do outro. Através dela facilita-se a troca de experiências e conhecimentos, interferindo na percepção da realidade. O pensamento precede a linguagem, que também é considerada outra forma de pensamento.
Segundo Vygotski (2010) a linguagem desempenha algumas funções importantes como: coordenação social, e o mais importante, é um instrumento do pensamento.  Segundo o citado autor (2010) a linguagem acontece de fora para dentro, isto é, acontece pelo discurso interior, neste momento o sujeito incorpora o plano simbólico no aparato psicológico unido a linguagem.
            Ao pensarmos desenvolvemos uma comunicação interna, isto é, desenvolvemos equilibração. Num simples acto de pensar reproduzimos inteligências, as inteligências é um intercambio entre o sujeito e meio. Lev Vygotsky (1896-1934) dizia que  é a capacidade humana de unir a linguagem ao pensamento para organizar a realidade. Para Vygotsky, o pensamento deixa de ser biológico, como o dos primatas, para se tornar histórico-social, diferenciando o homem dos outros animais. Sua principal marca é a construção dos significados das palavras. A linguagem definida pelo grupo também está associada aos signos pigmentados na pele do sujeito, estes signos vêm simbolizar suas entidades reais nas relações sociais.
Quando se fala em linguagens, cabe sempre lembrar que elas só existem na situação de comunicação. Uma linguagem surge e se desenvolve em função da necessidade de comunicação entre os membros de um grupo. Existe uma tendência de ver a comunicação como uma mera transmissão de mensagens.
A nível filogenético, a grande diferença entre o ser humano e o resto de espécies animais está na capacidade para utilizar símbolos: o homem é o único capaz de produzir e utilizar símbolos. A linguagem, uma vez adquirido, segundo Piaget, vai servir para o desenvolvimento cognitivo. Modelo que consideram a interacção entre o cognitivo e o linguístico.
Segundo Vygotski, a linguagem surge primeiro como médio de comunicação entre o menino e os demais, para depois se converter em linguagem interior que permite o desenvolvimento cognitivo através da transformação das diferentes funções mentais (Lei da dupla formação dos processos psicológicos superiores).
A evolução da linguagem segue um claro paralelismo com a evolução do cognitivo, sendo um dos argumentos mais sólidos para esta focagem teórica.
De início, as primeiras pesquisas sobre a comunicação foram realizadas por estudiosos de áreas como a psicologia, sociologia e antropologia. Em Psicologia, os sentimentos, os comportamentos, as acções, os pensamentos, os desejos, as atitudes, têm em comum a necessidade de expressão para se tornarem reais e com esse fim recorrem à comunicação. Na prática da psicologia é muito difícil encontrar uma tarefa que não tenha qualquer ligação com a comunicação. Assim, a actuação do psicólogo está intimamente ligada à comunicação, revela-se com grande importância prática, pois um melhor entendimento dos problemas trazidos pelos pacientes influenciadores é percebido através do processo de comunicação. A Comunicação e a Psicologia, embora pertençam à diferentes campos de actuação, convergem em considerar o Homem como um ser biopsico-social e cultural. Por um lado a Comunicação enfatiza a relação jornalista-leitor e, por outro lado, a Psicologia dá ênfase a relação terapeuta-paciente/cliente.
Uma das competências mais importante de um psicólogo é a comunicação. Pois, segundo Blikstein (1999), a Psicologia e a Comunicação Social são duas ciências que interligam-se caminhando juntas e convergem os universos de seus elementos e conteúdos, constituindo assim uma base formalizada, completa e concreta de relações, para o desenvolvimento de seus respectivos processos. Assim, buscando um pouco da experiência de Pavlov, os meios de comunicação de Massa (MCM) enviariam estímulos que seriam imediatamente respondidos pelos receptores.
O pensamento (acto de pensar) é a potencialidade humana que permite aos seres modelarem o mundo, através de um processo de racionalização, deliberação e, por fim, modificação do seu mundo exterior e interior. Relacionando-o com o cérebro, podemos referir que o pensamento é um processo mental que apenas reside no ser humano, representando uma das potencialidades mais distintas que o indivíduo processa. No entanto, a linguagem exerce a capacidade de organizar e generalizar o pensamento.
O Pensamento ou cognição é a actividade mental associada com o processamento, a compreensão e a comunicação de informação. Ao pensar sobre os incontáveis eventos, objectos e pessoas em nosso mundo, simplificamos as coisas. Agrupamos em conceitos agrupamentos mentais de objectos, eventos e pessoas similares. Imagine a vida sem conceitos. Precisaríamos de um nome diferente para cada objecto e ideia. No sentido restrito, “ Pode-se definir o pensamento como a faculdade de formular conceitos, para os quais a actividade psíquica elabora os fenómenos cognitivos, imaginativos e planificativos, cujo grau pode ser algo distinto tanto dos sentimentos como das vontades” .

Palavras que se referem a conceitos e processos similares incluem cognição, sequência, consciência, ideia, e imaginação. O pensamento é considerado a expressão mais "palpável" do espírito humano, pois através de imagens e ideias revela justamente a vontade deste. O pensamento é fundamental no processo de aprendizagem (vide Piaget). O pensamento é construto e construtivo do conhecimento.
O pensamento lógico se caracteriza por operar mediante conceitos e raciocínios. Existem padrões que possuem um começo no pensamento e criam um final, isso acontece em milésimos de segundos, por sua vez milhares de começos e finais fazem disso um pensamento lógico; este depende do ambiente externo e para estar em contacto com ele dependemos dos cinco sentidos.
·         O pensar sempre responde a uma motivação, que pode estar originada no ambiente natural, social, cultural ou no sujeito pensante.
·         O pensar é uma resolução de problemas. A necessidade exige satisfação.
·         O processo de pensamento lógico sempre segue uma determinada direcção.
·         Análise - Divisão mental, ou seja, o pensamento se divide em duas formas, esquerda e direita. O lado direito pode pensar todo o negativo e o lado esquerdo todo o positivo. Síntese - Se reúne todo o processo mental para logo ser analisado ou decorado.

Linguagem
1-    A linguagem transmite os conceitos, juízos e raciocínios do pensamento.
2-    A linguagem ajuda o pensamento a se fazer cada vez mais concreto.
3-    A linguagem é simplesmente o manejo de símbolos (diga-se codificação), o pensamento é um acondicionador da linguagem.
Pensamento
1-    O pensamento não apenas se reflecte na linguagem, mas também a determina
2-    O pensamento preciso da linguagem.
            O pensamento não se processa isoladamente, sendo influenciado por todas as outras capacidades cognitivas que o ser humano tem à sua disponibilidade, nomeadamente a consciência, a memória, a aprendizagem, a percepção e a linguagem. Esta última capacidade, a linguagem, é claramente determinada pelo pensamento.
Para Vigotski, 1896:
“No desenvolvimento ontogético, o pensamento e a fala tem raízes diferentes, ou seja, no desenvolvimento da fala da criança, um estágio pré- intelectual; e no desenvolvimento de seu pensamento, um estágio pré-linguístico”.
Segundo Piaget, os psicanalistas distinguem duas maneiras fundamentais de pensar: o pensamento dirigido ou inteligente e o pensamento não dirigido ou autista. O pensamento dirigido é concedente, está adaptado à realidade, persegue objectivos que estão presentes no espírito daquele que pensa. O pensamento autista é subconsciente, isto é, os objectivos que visa não estão presentes na consciência, não é adaptado a realidade externa, criando-se uma realidade de imaginação ou de sonho e permanece estritamente individual, sem ser comunicável como tal pela linguagem.
 O pensamento dirigido, ao contrário, obedece às leis da experiência e da lógica propriamente dita. Estas duas formas de pensamento apresentam características comportamentais diferentes.
5. CONCLUSÃO

Depois desta abordagem sobre o tema, importa-nos referenciar a importância dos três elementos no processo da comunicação. Percebe-se deste modo que há uma inter-relação entre linguagem, comunicação e pensamento. A fala e a linguagem constituem unicamente uma parte da comunicação. A comunicação humana pode ser desenvolvida através de qualquer de nossos sentidos. Sendo o significado um componente essencial da palavra e ao mesmo tempo, um acto de pensamento, sendo que para Vygotsky (2001) a relação entre pensamento e linguagem ocupa lugar central no significado das palavras. Entretanto, o significado das palavras é a união do pensamento e da fala em pensamento verbal.
A linguagem é a expressão ou representação do pensamento, que a constituição de ambos está intrinsecamente ligada. Esta é considerada a perspectiva tradicional de linguística, segundo a qual a linguagem seria gerada no interior da mente do indivíduo.
Percebendo estes três elementos do processo de comunicação em Educação a ser usada no Processo de Ensino e Aprendizagem, torna-se um instrumento valioso para futuros profissionais da área de educação e principalmente na Educação de Adultos visto que permitir identificar e perceber a linguagem que os adultos usam para expressar os seus pensamentos tomando em conta as suas particularidades individuais.
Sugestões:
A pesquisa é verdadeira, baseada na hipótese nos objectivos presentes. Contudo, o estudo realizado sobre linguagem, comunicação e pensamento fez com que despertasse nossa curiosidade para eventuais estudos relacionados sobre o pensamento e a linguagem.
Com base nos estudos realizados ao longo deste artigo sugerimos como instrumentos de pesquisas temas relacionados ao desenvolvimento da linguagem, comunicação e pensamento, sua historicidade e que os mesmos possam sanar qualquer dúvida sobre o surgimento da linguagem, comunicação e pensamento.


VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1998. 2001
VIGOTSKY, L. S. O desenvolvimento da percepção e da atenção. 7ª ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2007, p. 21 a 31.
----------------, Psicologia pedagógica. 3ª Ed. – São Paulo : Editora WMF. Martins Fontes, 2010.
LAKOMY, Ana Maria. Teorias cognitivas da aprendizagem. Curitiba: IBPCX, 2003.
A Construção do Pensamento e da Linguagem, Lev Vygotsky, 520 págs., Ed. WMF Martins Fontes, tel. (11) 2167-9900, 71,76 reais
Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento, um Processo Sócio-Histórico, Marta Kohl de Oliveira, 112 págs., Ed. Scipione, tel. 0800-161-700, 30,90 reais
Vygotsky & a Educação, João Batista Martins, 112 págs., Ed. Autêntica, tel. (31) 3222-6819 (edição esgotada)
Blikstein, I. (1983). Semiose não-verbal e pensamento visual. In I. Blikstein (Ed.), Kaspar Hause ou a fabricação da realidade ( p. 65-75). São Paulo: Cultrix-EDUSP.
• BRUNER, J. (1984): Ação, pensamento e linguagem, Madri, Aliança Editorial.
• BRUNER, J. (1975): "Da comunicação à linguagem: Uma perspetiva psicológica"; em: Infância e aprendizagem, pp. 225-286; Cognição, 3. Monografia 1.


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