INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA
ISTA
POLO
- CAXITO
PSICOLOGIA GERAL
SENSAÇÃO
E PERCEPÇÃO
1º ANO
SALA: 01
TURMA: ÚNICA
PERÍODO: TARDE
CURSO: PSICOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES
CAXITO∕ MAIO 2019
INSTITUTO
SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA
ISTA
POLO
- CAXITO
SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO
CONCEITO DE SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO
CONDIÇÕES ORGÁNICAS, PSIQUICAS E
ELEMENTOS DA PERCEPÇÃO
Trabalho
de pesquisa Científica apresentado na cadeira de Psicologia Geral.
O DOCENTE
__________________________
INTEGRANTES DO GRUPO
1.
Adão João Bernardo Pedro
2.
Ana Rosa Satombela Miguel
3.
Alberto Chicamo
4.
Aureth Luís João
5.
Antonieta dos Santos Macumbi
6.
Ana Gomes José
7.
Arlindo Leite João
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho, primeiramente aos nossos familiares, que nos
acompanham durante este período, dando
força e aos colegas, amigos que de forma dierecta ou indirecta estão sempre
disponível para tirarem as nossas dúvidas, ao Professor, que consiste em grande
sacrifício para o melhoramento da nossa formação.
AGRADECIMENTOS
Agradecer à Deus pela oportunidade e privilégio que nos concede em partilhar
a experiência de frequentar o ensino superior e de modo em geral as pessoas
mais próximas de nós, pela paciência e tolerância das nossas ausências, e por
terem aceitado privarce-se-a da nossa companhia
RESUMO
Este artigo tem por objectivo analisar o
conceito de percepção a partir de diversas abordagens. O trabalho principia com
uma discussão sobre as relações da dupla sensação e percepção, seguida da discussão
de aspectos, psicológicos, de comportamento. A sensação e a percepção
são dois processos que se correlacionam para nos auxiliar a experienciar e
interpretar o mundo. Apesar de serem processos diferentes possuem muitas
semelhanças e compartilham objectivos em comum, ambas têm a finalidade de
garantir o bem-estar do sujeito a partir de sua adaptação ao meio. De forma
sintética o ser humano apreende o seu ambiente a partir da sua sensação – o que
não se limita aos cinco sentidos, como iremos falar posteriormente – e dota de
significado as suas sensações a partir de uma interpretação, o que é chamado de
percepção.
Palavras chave: Sensação, Factores, Percepção, elementos e sentidos.
1.INTRODUÇÃO
Com o tema proposto é muito comum, nos
referirmos aos conhecidos Sensações
Percepções. As sensações são processos do organismo vivo para
obtenção de informações sobre o ambiente. Elas se iniciam nos órgãos sensoriais
e chegam ao cérebro, onde são interpretadas por um processo chamada percepção.
Os dois processos são interdependentes e se influenciam mutuamente. Além disso,
a percepção é um dos elementos mais importantes no processo de ensino e
aprendizagem. A Gestalt apresenta-se como uma das correntes
teóricas da Psicologia que mais se dedica ao estudo das percepções, a qual
elaborou quatro leis que explicam esse processo. São elas: proximidade,
similaridade, boa forma e fechamento.
A percepção é influenciada por diversos
factores, tais como a selectividade perceptiva, a experiência prévia e a
disposição para responder, o condicionamento e os factores contemporâneos ao
fenómeno perceptivo. Vale ressaltar que a selectividade perceptiva pode ser
consciente e também, inconsciente. A experiência prévia é um factor importante
na percepção, ou seja, percebemos melhor algo que já conhecemos previamente. O
condicionamento é uma experiência prévia de forma mais sistemática. As pessoas
são condicionadas a se comportarem de certa maneira, de acordo com suas
experiências na família, no grupo familiar, no grupo religioso, no grupo
profissional ou de trabalho.
No fundo, cada uma dessas impressões
sensoriais, acaba sendo um mix de complexos sentidos e subsentidos específicos,
ficando difícil de identificar alguns desses sem sofrer interferência de
outros, por isso não os preferimos definir como sentidos primários, e
simplesmente Sensações e Percepções. Em
nossa linha argumentista, existem ainda ao nosso modo pessoal de ver, varias
outras sensações, também passíveis de receberem a nomenclatura de básicas ou
primarias sem necessariamente o serem quando efectuamos alguma análise
simplista deste assunto.
2- FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
2.1- Definições
de Temos e Conceitos
A sensação pode ser definida como um
fenómeno psicológico produzido pela acção de um objecto sobre um órgão
sensorial. A sensação é o resultado da transformação no cérebro de uma
impressão originada de uma excitação provocada pelos objectos do mundo
exterior. A sensação, no estado puro, nos permite apreender qualidades,
sensíveis e não coisas propriamente dita. E, como raramente se encontra
isolada, a sensação, quase sempre, representa antes o “resultado de uma
abstracção mental do que o fruto espontâneo de uma experiência psíquica".
Deve, por isso, ser considerada como elemento da percepção e como manifestação
intuitiva mais simples da consciência.
Percepção é a função cerebral que
atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências
passadas. O termo percepção tem origem etimológica no latim perceptìo, ónis,
que significa compreensão, faculdade de perceber; ver (HOUAISS, 2002). A
percepção é um dos campos mais antigos dos processos fisiológicos e cognitivos
envolvidos. Na filosofia, a percepção e seu efeito no conhecimento e aquisição
de informações do mundo é objecto de estudo da filosofia do conhecimento ou
epistemologia. Em geral a percepção visual foi base para diversas teorias
científicas ou filosóficas. Newton e Goethe estudaram a percepção de cores e
algumas escolas, como a Gestalt, surgida no Século XIX e escolas mais recentes,
como a fenomenologia e o existencialismo baseiam toda a sua teoria na percepção
do mundo. Em outros sentidos refere-se ao produto dos processos psicológicos
nos quais significado, relações, contexto, julgamento, experiência passada e
memória desempenham um papelimportante. Conjunto de processos pelos quais
reconhecemos, organizamos e entendemos as sensações recebidas dos estímulos
ambientais. A percepção abrange muitos fenómenos psicológicos. Sendo as mais
importantes a percepção visual e auditiva
Para a psicologia a percepção é o
processo ou resultado de se tornar consciente de objectos, relacionamentos e
eventos por meio dos sentidos, que inclui actividades como reconhecer, observar
e discriminar. Essas actividades permitem que os organismos se organizem e
interpretem os estímulos recebidos em conhecimento significativo. A percepção
de figura-fundo é a capacidade de distinguir adequadamente objecto e fundo em
uma apresentação do campo visual. Um enfraquecimento nessa capacidade pode
prejudiar seriamente a capacidade de aprender de uma criança. A percepção é um
dos campos mais antigos dos processos fisiológicos e cognitivos envolvidos.
2.1.2- Elementos
da Sensação
Toda sensação é integrada pelos seguintes elementos:
1.
Um conhecimento
— apreensão de uma qualidade sensível (som agudo, cor azul, sabor ácido, etc.);
2.
b) Um estado
afectivo — tonalidade agradável ou desagradável ligada a essa apreensão;
3.
c) Uma
actividade — movimentos realizados pelos órgãos sensoriais.
2.1.3-
Classificação das Sensações
A divisão clássica em cinco sentidos
corresponde a noções incompletas sobre a natureza e a função dos órgãos
sensoriais. Segundo Cuvillier, essa divisão é insuficiente, não só do ponto de
vista anatómico como do ponto de vista psicológico. Do ponto de vista
anatómico, está estabelecido que o tacto pode ser decomposto em 4 ou 5 sentidos
elementares, tendo, cada um, seus órgãos receptores distintos.
Do mesmo modo, o ouvido compreende dois
órgãos sensoriais: o da audição e o do equilíbrio. Do ponto de vista
psicológico, para a consciência, uma sensação de frio difere tanto de uma
sensação de Contacto, quanto uma sensação visual difere de uma sensação auditiva.
Na realidade, podemos distinguir dez espécies de sentidos que deverão ser
classificados da seguinte maneira: Sensações internas, correspondendo às
impressões provenientes do interior do organismo; são as sensações
cinestésicas;
a)
Sensações
motoras, correspondendo às impressões provenientes da actividade do próprio
organismo; são as sensações:
1)
Estáticas ou de
equilíbrio;
2)
Quinésicas ou de
movimento;
b)
Sensações
externas, correspondendo aos receptores que captam as excitações vindas do
exterior e dos quais, uns, são impressionáveis por excitantes agindo por
contacto ou proximidade imediata:
1)
Sensações
táteis;
2)
Sensações
térmicas ou de calor e de frio;
3)
Sensações
álgicas ou de dor;
Sensações gustativas ou de paladar; e,
outros, são impressionáveis por excitantes agindo à distância:
1)
Sensações
olfactivas;
2)
Sensações
auditivas;
3)
Sensações
visuais ou ópticas.
A cada um desses sentidos corresponde um
órgão especial: para as sensações visuais, os olhos; para as sensações
auditivas, os ouvidos; para as sensações olfactivas, a mucosa nasal; para as
sensações gustativas, a língua; para as sensações tácteis, térmicas e álgicas,
terminações nervosas especiais; para as sensações estáticas ou de equilíbrio,
os canais semi-circulares do ouvido interno; para as sensações cinestésicas ou
de movimento, os nervos sensitivos dos músculos, das articulações dos membros e
das cápsulas membranosas que os revestem. As sensações quinésicas ou de
movimento nos informam sobre a posição dos membros e os movimentos que com eles
executamos.
2.1.4-
Caracteres da Sensação
·
Toda sensação
transmite um ensinamento do mundo exterior. Estes ensinamentos constituem um
fundo original, donde resultam, após uma elaboração todos os nossos
conhecimentos.
·
A sensação é
distinta da propriedade do objecto que a provoca. Segundo Taine, esta distinção
"se faz comodamente, pois a propriedade pertence ao objecto e não a nós,
ao passo que a sensação pertence a nós e não ao objecto".
·
A sensação é
distinta do processo fisiológico que a condiciona. Todo fenómeno fisiológico se
reduz, em última análise, a uma modificação física ou química, enquanto a
sensação, como fato da consciência, é um processo puramente psicológico.
·
A sensação é
essencialmente qualitativa. A sensação, sendo um fato da consciência, é um
fenómeno qualitativo, susceptível de maior ou menor intensidade, mas que só
pode ser observado, directamente, por aquele no qual se realiza, não podendo,
portanto, ser objecto de mensurações quantitativas.
·
Para que haja
sensação é necessário que a excitação possua uma intensidade mínima. A esta
intensidade mínima da excitação capaz de produzir a sensação dá-se o nome de
"limiar da intensidade da sensação".
·
A sensação, uma
vez produzida, não desaparece logo, persistindo ainda durante algum tempo. Por
essa razão, excitações seguidas, sucedendo-se com pequenos intervalos, são
sentidas ou percebidas como uma única excitação. É o que acontece com as
imagens cinematográficas.
2.1.5- Sensação
e Percepção
A sensação, no primeiro caso, nos dá
apenas a noção de uma qualidade ou de um estado perfume de uma rosa, som de um
violino). A percepção implica a "crença" na realidade exterior e um
sentimento de "objectividade". Acompanha-se ainda de um verdadeiro
"juízo de exterioridade". Essas reações mentais não resultam,
somente, da visão do objecto. Nelas tomam parte o cabedal de nossas
experiências passadas. A percepção é um fenómeno complexo (cor verde ou
amarela, perfume suave ou intenso, som fraco ou forte), ao passo que, no
segundo caso, como percepção, sugere a noção de um objecto determinado (cor de
uma laranja, em que se reúnem, numa síntese, várias operações psicológicas:
sensações, memória, associação, comparação, juízo, etc.
2.1.6- Condições
Orgânicas, Psíquicas
Para que se realize o fenómeno da
sensação são necessárias três condições fundamentais:
a)
-Excitação —
acção de um excitante ou agente provocador sobre o órgão sensorial. Os
excitantes podem ser: mecânicos (choques, picadas, etc.), físicos (luz, som,
calor, electricidade) ou químicos (substâncias cáusticas, irritantes, etc).
b)
Impressão —
modificações orgânicas que se processam nos órgãos sensoriais e que se
transmitem por fibras nervosas aos centros cerebrais.
c)
Sensação —
estado de consciência resultante dos processos anteriores. A primeira condição
é de natureza físico-química. Só podemos explicá-la pela física e pela química.
A segunda é de natureza fisiológica. Sua explicação é privativa da biologia.
Somente a terceira condição é de natureza psicológica.
2.2- NATUREZA DA
PERCEPÇÃO
2.2.1- Estrutura
da Percepção
Na psicologia, o estudo da percepção é
de extrema importância porque o comportamento das pessoas é baseado na
interpretação que fazem da realidade e não na realidade em si. Por este motivo,
a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, cada pessoa percebe um
objecto ou uma situação de acordo com os aspectos que têm especial importância
para si própria. O mecanismo da percepção é objecto de divergência entre os
psicólogos. Segundo a psicologia associativista, a percepção é um conjunto de
sensações que a associação une num todo homogéneo e ao qual a atenção confere
clareza e nitidez. A sensação, a associação e a atenção representam, de acordo
com esse ponto de vista, os elementos fundamentais do processo perceptivo. A
Psicologia da Forma ("Gestalt-Psychologie") defende uma concepção diversa.
2.2.2-
Caracteres da Percepção
Segundo a Psicologia da Forma, a
percepção possui os seguintes caracteres fundamentais:
a)
A estrutura da
percepção possui uma organização própria. Ela unifica as partes e lhes dá uma
significação. Há, assim, uma solidariedade íntima entre as funções exercidas
por es elementos.
b)
A estrutura da
percepção possui um relevo próprio. Nela se revela um fundo sobre o qual se
destaca uma figura. A qualquer instante, o fundo pode converter-se em figura.
2.2.3- Erros da
Percepção
a)
Ilusões
— o hábito de perceber as sensações sempre sob certas condições faz com que,
todas as vezes que uma delas aparece fora de suas relações normais, a
interpretemos erroneamente. Estes erros de percepção constituem as ilusões. As
ilusões podem se originar de todos os sentidos, mas não provêm de sensações
falsas ou erradas, mas sim de juízos falsos, de interpretações erróneas de
sensações. As causas das ilusões são diversas:
1)
Certas
circunstâncias físicas — o meio que se interpõe, o movimento, a distância (uma
bengala mergulhada água parece quebrada, uma torre vista ao longe parece
quadrada, etc.).
2)
Certos estados
fisiológicos — o daltonismo impede a visão do vermelho, etc.
3)
Certos estados psicológicos — a desatenção, a
prevenção, o medo, etc.
4)
Certos, estados
patológicos — a febre tornam os alimentos sem sabor.
Quando imersos nesse estado, temos o
sentimento confuso do carácter alucinatório dessas imagens, sabemos que
sonhamos e que bastaria abrir os olhos para interromper essa sequência de
imagens múltiplas e fugazes. Se adormecermos completamente, essas imagens
dominam e anulam as percepções e caímos, então, em pleno sonho. As imagens assumem, daí por diante, um aspecto
francamente alucinatório e tendem a se dramatizar, isto é, a se ordenar sob a
forma de um "assunto", muitas vezes, absurdo, estranho, bizarro. Essa
dramatização das imagens é o resultado dessa tendência espontânea que possui o
espírito para as construções lógicas.
2.2.4- Patologia
da Percepção
As alterações patológicas da percepção
podem ser de carácter qualitativo ou quantitativo. Vejamos as principais:
a)
Hiperpercepção —
Aumento de intensidade das percepções, acompanhado, geralmente, de exaltação da
actividade psíquica. Em certas neuroses, caracteriza-se por uma capacidade
exagerada de ver, ouvir e sentir, provocando, por isso, um estado angustioso no
doente.
b)
Hiperpercepção —
Diminuição de intensidade das percepções, acompanhada de enfraquecimento da
actividade psíquica. Observa-se nos estados psicastênicos, nas síndromes
depressivas, nas esquizofrenias, etc.
c)
Micropsia — Os
objectos são percebidas com dimensões reduzidas.
d)
Macropsia — Os
objectos são percebidas com dimensões aumentadas.
e)
Multipsia — Os
objectos são percebidos multiplicados várias vezes.
f)
Alucinação — É a
percepção sem objecto. O alucinado acredita perceber o que realmente não
existe. As alucinações podem se originar de alterações dos órgãos dos sentidos
e do sistema nervoso ou de perturbações mentais.
2.2.5- Funções
da Percepção
A percepção constitui o principal
instrumento de aquisição da experiência humana. Por meio das sensações, recolhe
do mundo exterior os elementos, que, trabalhados pela inteligência, vão
constituir o vasto cabedal dos nossos conhecimentos, a nossa "fortuna
psicológica". Daí o velho aforismo: "Nihil est in intellectu quod non
antea in sensu fuerit", nada existe na inteligência que antes não haja
passado pelos sentidos. Além de factores da génese e enriquecimento da nossa
experiência, as percepções, por intermédio das sensações, desempenham ainda o
papel de instrumentos de adaptação do nosso psiquismo ao universo e à vida. É
assim que as sensações orgânicas mantêm o equilíbrio vital necessário ao
funcionamento normal dos nossos órgãos.
2.2.6- Percepção
Social
Um último aspecto a ser considerado é o
fato de que a percepção de certos aspectos relacionados a características
humanas, ou mesmo a "construção da percepção" de certas
características humanas, também pode ser constituída socialmente. Questões de
género, raça, nacionalidade, sexualidade e outras, também podem ser
interferidas por uma forma de percepção que é construída socialmente. Um dos
estudos recentes mais significativos sobre estes aspectos foi desenvolvido pelo
historiador brasileiro José D'Assunção Barros (1967) que examinou a construção
social da percepção relativamente a certos aspectos como as diferenças de
sexualidade ou as diferenças.
2.2.7- Tipos de
Percepção
O estudo da percepção distingue alguns
tipos principais de percepção. Nos seres humanos, as formas mais desenvolvidas
são a percepção visual e auditiva, pois durante muito tempo foram fundamentais
à sobrevivência da espécie (A visão e a audição eram os sentidos mais
utilizados na caça e na protecção contra predadores). Também é por essa razão
que as artes plásticas e a música foram as primeiras formas de arte a serem
desenvolvidas por todas as civilizações, antes mesmo da invenção da escrita. As
demais formas de percepção, como a olfactiva, gustativa e táctil, embora não
associadas às necessidades básicas, têm importante papel na afectividade e na
reprodução.
Além da percepção ligada aos cinco
sentidos, os humanos também possuem capacidade de percepção temporal e
espacial.
2.7.1- Percepção
Visual
O triângulo de Kaniza demonstra o
princípio do fechamento. Tendemos a ver um triângulo branco sobreposto à
figura, como uma figura completa e fechada, embora ele só seja sugerido por
falhas nas demais formas que compõem a figura. A visão é a percepção de raios
luminosos pelo sistema visual. Esta é a forma de percepção mais estudada pela
psicologia da percepção. A maioria dos princípios gerais da percepção fora
desenvolvida a partir de teorias especificamente elaboradas para a percepção
visual. Todos os princípios da percepção citados acima, embora possam ser
extrapolados a outras formas de percepção, fazem muito mais sentido em relação
à percepção visual.
Por exemplo, o princípio do fechamento é
melhor compreendido em relação a imagens do que a outras formas de percepção.
A percepção visual compreende, entre
outras coisas:
1.
Percepção de
formas;
2.
Percepção de
relações espaciais, como profundidade. Relacionado à percepção espacial;
3.
Percepção de
cores;
4.
Percepção de
intensidade luminosa.
5.
Percepção de
movimentos
2.7.2- Percepção
Auditiva
A audição é a percepção de sons pelos
ouvidos. A psicologia, a acústica e a psicoacústica estudam a forma como
percebemos os fenómenos sonoros. Uma aplicação particularmente importante da
percepção auditiva é a música. Os princípios gerais da percepção estão
presentes na música. Em geral, ela possui estruturação, boa forma, figura e
fundo (representada pela melodia e acompanhamento) e os géneros e formas
musicais permitem estabelecer uma constância perceptiva.
Entre os factores considerados no estudo
da percepção auditiva estão:
1. Percepção de timbres;
2. Percepção de alturas ou frequências;
3. Percepção de intensidade sonora ou volume;
4. Percepção rítmica, que na verdade é uma forma de
percepção temporal;
5.
Localização
auditiva, um aspecto da percepção espacial, que permite distinguir o local de
origem de um som.
2.7.3- Percepção
Gustativa
O paladar é o sentido de sabores pela
língua. Importante para a alimentação. Embora seja um dos sentidos menos
desenvolvidos nos humanos, o paladar é geralmente associado ao prazer e a
sociedade contemporânea muitas vezes valoriza o paladar sobre os aspectos
nutritivos dos alimentos. A arte culinária e a enologia são aplicações
importantes da percepção gustativa. O principal factor desta modalidade de
percepção é a discriminação de sabores.
2.7.4- Percepção
Táctil
O tacto é sentido pela pele em todo o
corpo. Permite reconhecer a presença, forma e tamanho de objectos em contacto
com o corpo e também sua temperatura. Além disso o tacto é importante para o
posicionamento do corpo e a protecção física. O tacto não é distribuído uniformemente
pelo corpo. Os dedos da mão possuem uma discriminação muito maior que as demais
partes, enquanto algumas partes são mais sensíveis ao calor. O tacto tem papel
importante na afectividade e no sexo. Entre os factores presentes na percepção
táctil estão:
1. Discriminação táctil, ou a capacidade de distinguir
objectos de pequenos tamanhos. (Importante, por exemplo, para a leitura em
Braille);
2. Percepção de calor;
3. A percepção da dor.
2.7.5- Percepção
Temporal
Não existem órgãos específicos para a
percepção do tempo, no entanto é certo que as pessoas são capazes de sentir a
passagem do tempo. A percepção temporal esbarra no próprio conceito da natureza
do tempo, assunto controverso e tema de estudos filosóficos, cognitivos e
físicos, bem como o conhecimento do funcionamento do cérebro (neurociência). A
percepção temporal já foi objecto de diversos estudos desde o século XIX até os
dias de hoje, quando é estudado por técnicas de imagem como a ressonância
magnética. Os experimentos destinam-se a distinguir diferentes tipos de
fenómenos relevantes à percepção temporal:
1.
A percepção das durações;
2.
A percepção e a produção de ritmos;
3.
A percepção da ordem temporal e da simultaneidade.
Resta saber se estes diferentes domínios
da percepção temporal procedem dos mesmos mecanismos ou não e também algumas
novas considerações que decorrem da escala de tempo utilizada. Segundo o
psicólogo francês Paul Fraisse, é preciso distinguir a percepção temporal (para
durações relativamente curtas, até alguns segundos) e a estimativa temporal que
é designada como a apreensão de longas durações (desde alguns segundos até
algumas horas).
2.2.8- Factores que influenciam a Percepção
Os
olhos são os órgãos responsáveis pela visão, um dos sentidos que fazem parte da
percepção do mundo. O processo de percepção tem início com a atenção que não é
mais do que um processo de observação selectiva, ou seja, das observações por
nós efectuadas. Este processo faz com que nós percebamos alguns elementos em
desfavor de outros. Deste modo, são vários os factores que influenciam a
atenção e que se encontram agrupados em duas categorias: a dos factores
externos (próprios do meio ambiente) e a dos
·
Factores externos - Os factores externos mais importantes da atenção são a
intensidade (pois a nossa atenção é particularmente despertada por estímulos
que se apresentam com grande intensidade e, é por isso, que as sirenes das
ambulâncias possuem um som insistente e alto); o contraste (a atenção será
muito mais despertada quanto mais contraste existir entre os estímulos, tal
como acontece com os sinais de trânsito pintados em cores vivas e
contrastantes); o movimento que constitui um elemento principal no despertar da
atenção (por exemplo, as crianças e os gatos reagem mais facilmente a
brinquedos que se movem do que estando parados); e a incongruência, ou seja,
prestamos muito mais atenção às coisas absurdas e bizarras do que ao que é
normal (por exemplo, na praia num dia verão prestamos mais atenção a uma pessoa
que apanhe sol usando um cachecol do que a uma pessoa usando um traje de banho
normal).
·
Factores internos - Os factores internos que mais
influenciam a atenção são a motivação (prestamos muito mais atenção a tudo que
nos motiva e nos dá prazer do que às coisas que não nos interessam); a
experiência anterior ou, por outras palavras, a força do hábito faz com que
prestemos mais atenção ao que já conhecemos e entendemos; e o fenómeno social
que explica que a nossa natureza social faz com que pessoas de contextos
sociais diferentes não prestem igual atenção aos mesmos objectos (por exemplo,
os livros e os filmes a que se dá mais importância em Portugal não despertam a
mesma atenção no Japão).
Em
fim, para a psicologia a percepção é o processo ou resultado de se tornar
consciente de objectos, relacionamentos e eventos por meio dos sentidos, que
inclui actividades como reconhecer, observar e discriminar. Essas actividades
permitem que os organismos se organizem e interpretem os estímulos recebidos em
conhecimento significativo.
3- CONCLUSÃO
O
propósito essencial deste trabalho é actualizar as descobertas e os avanços
conceituais que têm surgido no campo da sensação e da percepção. O objectivo
básico deste trabalho é realizar um exame integrado dos tópicos sobre a
sensação e a percepção dentro de um contexto comportamental e biológico. Os
leitores notarão que todos os sistemas sensoriais estão bem cobertos.
Em
geral, o mesmo não ocorre em outros textos, onde o paladar, o olfacto e o tacto
frequentemente recebem um tratamento limitado, enquanto o senso de orientação e
o da percepção do tempo costumam simplesmente ser omissos por completo. Aqui se
dá a cada um deles uma exaustiva cobertura, com um capítulo exclusivo para cada
um.
Neste
contexto fica para nós clara a diferença entre a sensação e a percepção. E que
todos saibamos que a percepção é pessoal, é falhar e é influência…Mas somos
seres perceptivos e nossa mente racionalidade a comprova.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
·
BARON,
Robert. Psicologia. México: Prentice Hall, 1996. P. 131-133, 135-138.
·
DAY,
R. H.. Psicologia da percepção humana. D. México F.: Ed. Limusa Wiley, 1973.
227 p.
·
FELDMAN,
Robert. Psicologia. México D.F.: Mc Graw Hill, 1999. 646 p.
·
Giovetti,
Paola. fenômenos paranormais. Bogotá: Ediciones Paulinas, 1992. 192
·
Matlin,
Margaret W., e Foley, J. Hugh. Sensação e percepção. D. México F.: Prentice
Hall, 1996. 554 p.
·
Moix
Queralt, Jenny “, mensagens que não atingem a consciência” [no
·
Online].
18 de maio, 2000. Online (Ver: 18 maio de 2000)
·
Schiffman,
Richard Harvey. Percepção Sensorial. D. México F.: Limusa, 1983. 453 p.
·
Sensação
e percepção: É através destes dois processos que sentimos e interpretamos o
mundo.
·
Captamos
o mundo ao senti-lo (sensação) e interpretamos o mundo de acordo com a forma
que o percebemos (percepção).
Referência:
MYERS, David. Introdução à Psicologia Geral. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
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