O NASCIMENTO DO HOSPITAL

INTRODUÇÃO

              
               No presente trabalho falar-se-á sobre o nascimento do hospital, por tanto afirma que antes do século XVIII, o hospital e a medicina percorriam caminhos distintos, o hospital não era médico e nem a medicina uma prática hospitalar.

               Hospital é um local destinado ao atendimento de doentes, para proporcionar o diagnóstico e o tratamento necessário. Historicamente, os hospitais surgiram como lugares de acolhida de doentes e peregrinos, durante a Idade Media.































O NASCIMENTO DO HOSPITAL
 
               Hospital é um local destinado ao atendimento de doentes, para proporcionar o diagnóstico, que pode ser de vários tipos (laboratorial, clínico, cinesiológico-funcional) e o tratamento necessário. 
 
               Historicamente, os hospitais surgiram como lugares de acolhida de doentes e peregrinos, durante a Idade Média. A denominação "Hotel-Dieu", que foi empregada para um conjunto de instituições francesas do século VII, já traz em si a noção de hospedagem e o caráter religioso que caracterizou a origem dessa instituição na Europa.
 
O conceito de hospital tem as suas origens no vocábulo hospes (“hóspede” ou “visita”) do qual resulta hospitalitas (“hospitalidade”). Com o passar do tempo, a noção passou a dizer respeito à qualidade de acolher/hospedar alguém bem e com satisfação
 
               Na evolução das instituições hospitalares o hospital se torna um local de concentração de enfermos e não de cura. Um local de segregação, confinamento e higienização social onde doentes, pobre e loucos que deveriam ser retirados do convívio social.
 
                
HISTÓRIA
Para Foucault o hospital como instrumento terapêutico é uma invenção relativamente nova, que data o final do século XVIII. Foram realizadas visitas inquéritos e feitas comparações que determinam reformas e construções dos hospitais.
A tarefa de descrever a origem do hospital que conhecemos ou a reconstrução sociológica da história dos hospitais, requer uma análise das condições políticas, econômicas e culturais da estrutura social, dos sistemas de valores, da organização da cidade, em relação às condições e necessidades da população nos diversos períodos históricos.
Essencialmente nem tudo que foi chamado de hospital corresponde ao que conhecemos hoje. Explica que o termo hospital na frança do século XVIII possuía uma conotação mais vasta, designava uma série de instituições caritativas criadas para atender os necessitados fossem eles, doentes, inválidos ou dependentes. Uns se constituíam como algo próximo aos hospitais que conhecemos, outros, aos asilos.
PRIMEIROS HOSPITAIS
Um dos principais lugares onde um médico exerce sua profissão é o hospital. É lá, também, onde grande parte dos cuidados às pessoas doentes ou acidentadas é realizado. Muito comum nos dias atuais em praticamente todos os países. Mas, de onde será que surgiu a ideia de se construir hospitais, se na antiguidade não existia nada semelhante?
De uma forma geral o hospital moderno representa a solicitude natural humana para com o sofrimento das pessoas, enobrecido pela fraternidade e tornada eficiente devido aos inúmeros recursos da tecnologia médica e das especializações profissionais.
               Os primeiros de que se tem notícia foram construídos em 431 a.C., no Ceilão, no sul da Ásia. Dois séculos depois, o imperador Asoka criou, na Índia, instituições especiais para tratar doenças semelhantes aos hospitais de hoje. Já na Europa, sua introdução coube aos romanos, que, por volta de 100 a.C., ergueram locais, chamados valetudinaria, para cuidar dos soldados feridos em batalha. Mas foi só a partir do século IV, com o crescimento do cristianismo, que os hospitais se expandiram. Comandados por sacerdotes e religiosos, os monastérios passaram a servir de refúgio para viajantes e doentes pobres. Esses lugares possuíam um infirmitorium, onde os pacientes eram tratados, uma farmácia e um jardim com plantas medicinais. Foram eles que se tornaram modelo para os hospitais modernos. Na Idade Média, as ordens religiosas continuaram a liderar a criação de hospitais – calcula-se que só os beneditinos abriram mais de 2000.

               No Brasil, o primeiro foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, em São Paulo, erguida no ano de 1543. No começo, o improviso era total. “Como no século 16 não havia médicos dispostos a vir para o Brasil, os jesuítas se encarregavam de todo o atendimento, trabalhando como médicos, farmacêuticos e enfermeiros”, afirma o neurocirurgião Henrique Seiji Ivamoto. O hospital funciona até hoje, mas em outro local.

AS ORDENS HOSPITALARES
O surgimento de confrarias e ordens religiosas com a finalidade de ajudar os doentes é uma das fases mais importantes na história do desenvolvimento dos hospitais. A primeira delas surgiu em Siena (Toscana, Itália) no final do século IX, com a fundação do hospital de Santa Maria della Scala e a elaboração de suas regras.
A gestão desses hospitais ficava em grande parte nas mãos dos cidadãos, embora sujeito ao controle do bispo. Instituições similares, na maioria das vezes regida pela Regra de Santo Agostinho, surgiram em todas as partes da Itália. Nos países do norte (Bélgica, França e Alemanha) algumas ordens religiosas fundadas no fim do século XII incluíam em seus objetivos a caridade e o cuidado dos doentes. Nessa época, Santa Isabel da Hungria fundou dois hospitais em Eisenach e um terceiro em Wartburg.
Além da ordem dos Antoninos, que seguiam o regimento da Ordem de Santo Antonio, a ordem mais importante surgida durante este período foi a Ordem do Espírito Santo. Por volta de meados do século XII (c. 1145) Guy de Montpellier abriu um hospital em honra do Espírito Santo e prescreveu as Regra de Santo Agostinho para os irmãos encarregados de mantê-lo. Aprovado em 23 de abril de 1198 pelo Papa Inocêncio III, esse instituto se espalhou rapidamente por toda a França. Em 1204 esse mesmo papa construiu um hospital chamado de Santa Maria, em Sassia. Por ordem do papa, Guy de Montpellier foi para Roma e assumiu o comando do hospital, que dali em diante passou a chamar-se Hospital do Espírito Santo.
O exemplo do Papa foi imitado por toda a Europa. Quase todas as cidades tinham um hospital do Espírito Santo, embora nem todas as instituições que levavam esse nome pertencessem à ordem que Guy de Montpellier havia fundado.
CARACTERÍSTICAS DOS HOSPITAIS MEDIEVAIS
Não é possível dar conta de detalhes que descrevem com precisão cada uma dessas instituições, pois elas diferem muito em tamanho, administração, e equipamentos. A característica em comum era o esforço para fazer o melhor possível para atender o doente em cada circunstância e naturalmente cada hospital melhorava de forma diferente, em um ou outro aspecto, com o passar do tempo.
Certas características fundamentais, no entanto, foram mantidas durante toda a Idade Média, ilustrando o desenvolvimento e a disseminação de boas práticas. Por exemplo, havia sempre a preocupação em garantir uma boa localização para essas instituições, de preferência às margens de um rio. O Hôtel-Dieu de Paris era próximo ao rio Sena; o Santo Spirito, em Roma, perto do rio Tibre; o São Francisco, em Praga, perto do rio Moldau; os hospitais de Mains e Constance, perto do rio Reno; o Ratisbona, perto do rio Danúbio.
Em alguns casos, como em Fossanova e Beaune, um curso de água passava por baixo do edifício. Muitos dos hospitais, particularmente os menores, eram localizados na porção central da cidade ou vila, com fácil acesso para as pessoas das classes mais pobres. Outros ainda, como Santa Maria Nuova, em Florença, e um bom número dos hospitais ingleses, foram construídos fora dos muros da cidade com o propósito expresso de proporcionar melhor ar para os enfermos e evitar a propagação de doenças infectocontagiosas de todos os tipos.
A respeito das construções em si, deve-se notar que muitos dos hospitais acomodavam apenas um pequeno número de pacientes (sete, quinze ou 25), o limite era geralmente determinada pelos recursos do fundador ou benfeitor. E m alguns casos, tratava-se de uma moradia particular ou no máximo um edifício de dimensões modestas. Mas quanto maior eram os recursos disponíveis maiores eram os investimentos feitos, e alguns hospitais eram planejados por hábeis arquitetos e construídos em uma escala maior.

CLASSIFICAÇÃO DOS HOSPITAIS E CARACTERÍSTICAS DE SEUS SERVIÇOS

            Quanto à administração ou entidade mantenedora, pode ser identificado como:
Público: administrado por entidade governamental municipal, estadual ou federal; ou
Particular: pertencente à pessoa jurídica de direito privado. Quanto ao porte, a instituição pode ser denominada da seguinte forma: Pequeno: tem capacidade menor ou igual a 50 leitos; Médio: possui de 51 a 150 leitos; Grande: oferece de 151 até 500 leitos; e Porte especial ou extra: dispõe de quantidade superior a 500 leitos.
Hospital Geral - É o hospital destinado a atender pacientes portadores de doenças das várias especialidades médicas. Poderá ter a sua ação limitada a um grupo etário (hospital infantil), a determinada camada da população (hospital militar, hospital previdenciário) ou a finalidade específica (hospital de ensino).

Hospital Especializado - É o hospital destinado, predominantemente, a atender pacientes necessitados da assistência de uma determinada especialidade médica. Quanto ao objetivo financeiro, pode ser classificado como:
Não lucrativo: seus gestores não recebem remuneração ou benefícios, não visa ao lucro, mas se houver, reverte-o em projetos, manutenção e desenvolvimento; no caso de extinção, seu patrimônio é doado à outra instituição de mesmo objetivo social;
Filantrópico: entidade particular e não lucrativa, que destina uma percentagem de seus rendimentos para assistência gratuita a pacientes sem recursos ou cobertura de saúde;
Beneficente: associação particular e não lucrativa voltada à assistência de grupos específicos e se mantém de contribuições de associados e de usuários; ou Lucrativo: particular, objetiva lucro, compensa o emprego de seu capital com distribuição de dividendos.
            Quanto à disposição (estrutura física), pode ser: Monobloco: oferece serviços concentrados em uma única edificação; Multibloco: serviços distribuídos em edificações de médio ou grande porte, interligados ou não; Pavilhonar: dividem os serviços em prédios isolados de pequeno porte, interligados ou não; Horizontal: estrutura predominantemente disposta na horizontal; ou Vertical: apresenta estrutura principalmente na dimensão vertical.
            Hospital de internação integral: também conhecido como hospital de base, este é o modelo tradicional de internação mais conhecido; o individuo dá a entrada no hospital, onde fica internado, ou seja, realiza todos seus procedimentos e recuperação sem sair do interior da instituição até ser liberado (receber a alta) pelo médico responsável, após essa liberação o paciente está autorizada a realizar sua saída;
Hospital de internação parcial: denominado de hospital-dia, está sendo amplamente utilizado devido a sua facilidade de acesso e de saída; muitos, inclusive, oferecem a mesma qualidade e diversidade de operações como um hospital com internações ditas convencionais, somente difere pela sua assistência essencialmente diurna.
Hospital de longa permanência: entidade na qual a média de permanência excede 60 dias; particularmente se refere a hospitais psiquiátricos e de características semelhantes. Devido à diversidade de sua atuação têm sido classificados como muitos tipos.
CAPACIDADE OU LOTAÇÃO
Este podem ser:
Ø  Hospitais de grande porte com 150 à 500 leitos;
Ø  Hospitais de médio porte com 50 à 149 leitos;
Ø  Hospitais de pequeno porte de 24 à 49 leitos;
Ø  Hospitais especiais ou extra acima de 500 leitos.

CONCLUSÃO


Em suma conclui-se que hospital é o estabelecimento destinado ao diagnóstico e ao tratamento de doentes, onde se pratica também a investigação e o ensino. O termo também é usado, em sentido figurado, para fazer alusão a qualquer casa onde haja muitos doentes.

Hospital é o lugar no qual se atende os indivíduos que padecem de uma determinada doença e que vão com o objeto de receber um diagnóstico e um posterior tratamento para sua afecção.
































BIBLIOGRAFIA


ROSEN, George. Da Polícia médica a Medicina Social. RJ, Ed. Graal, 1979.

Foucault Michel. O nascimento do hospital. in: Machado, Roberto (trad. e org.) Michael Foucault. Microfísica do poder. RJ, Graal, 1979.

BEAU, Georges. A Medicina Chinesa. RJ, Ed. Interciencia 1982.

REIG, Mariano Peset. Historia de la Universidad de Valencia: El estudio general Google Books Jul. 2011.

SOUZA, Luis Rodrigues. O problema hospitalar no Brasil, Novos rumos, novas soluções. RJ, CEBRAE, 1970.


ROMÃO, Maria do Carmo. Santa Casa da Misericórdia de Lisboa: 500 anos a fazer o bem. Acta Medica Misericordiæ 1999.

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