ERGONOMIA NO TRABALHO

 

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

 ISTA

CURSO DE PSICOLOGIA

 

 

 

 

ERGONOMIA NO TRABALHO

 

 

 

GRUPO Nº 04

 

 

 

 

 

 

CAXITO-2021


INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

 

 

 

 

 

 

A ERGONOMIA NO TRABALHO 

Tarefas e actividades

O trabalho prescrito e o trabalho real 

Modelos e métodos da análise do trabalho

Profissão do ergonomista 

 

 

Trabalho de caráter científico apresentado ao professor Lino Gonzales H. Capemba, como requisito necessário para a avaliação na cadeira de Ergonomia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAXITO-2021



I. INTRODUÇÃO

 

Com a evolução do trabalho, a mentalidade empresarial passa a compreender que o trabalho deverá ser não somente um meio de sobrevivência, mas também uma motivação, permitindo tanto a satisfação física como a mental.

Como sendo uma forma de compreender os objectivos do trabalho aqui apresentado somos obrigados a desenvolver esta pesquisa de caráter bibliográfico no sentido de realçar sobre a ergonomia no trabalho, com o foco em tarefa e actividade, Tarefas e actividades, o trabalho prescrito e o trabalho real, modelos e métodos da análise do trabalho e a Profissão do ergonomista 

Deste modo, a ergonomia no trabalho é uma área de estudo que visa estabelecer práticas e condições de trabalho que favoreçam a saúde do colaborador na execução de suas obrigações. Na prática, se trata de ajustar o trabalhador à sua obrigação de trabalho sem que ele sofra com ela, especialmente por conta das longas horas de expediente (PIRES, 2013, p. 13).

Assim, o papel da ergonomia é ser um estudo que possibilita gerar as soluções ideais para cada situação. Em empresas, a ergonomia deve ser um conceito praticado pelos profissionais responsáveis por esse setor, comumente conduzido pela Segurança do Trabalho. A ergonomia no trabalho é realmente importante e ajuda os dois lados envolvidos nessa relação: o empregador e o colaborador.

Portanto, há algum tempo, o homem era comparado como um complemento da complexa produção. O homem adaptava-se a máquina ou a função, sem levar em conta os fatores fisiológicos, características individuais, o meio ambiente e várias condições inadequadas de trabalho.  O trabalho é um processo instável que está sempre em mudança devido à variabilidade das atividades desenvolvidas durante sua execução e dos diferentes modos operatórios abordados pelo trabalhador. Por isso, é considerado um processo dinâmico, que varia de uma sociedade para outra e ao longo do tempo, só podendo ser compreendido mediante análise de uma actividade específica.

 

I.1. Justificativa da escolha do tema

O tema apresentado foi escolhido em razão do interesse de se estudar a importância da ergonomia no trabalho e o seu relacionamento do homem com o trabalho, buscando o bem-estar e o conforto do funcionário. O tema está relacionado com a motivação e as necessidades fisiológicas do funcionário, buscando possíveis conceitos e interpretação da relação ergo-trabalho.

É importante o estudo ergonômico na organização pelo fato de ser o homem, o elemento diferenciador e o grande responsável pelo sucesso de uma organização.

I.2. OBJETIVOS

I.2.1. Geral

·         O objectivo geral deste trabalho é analisar a importância da ergonomia no trabalho, visando identificar uma melhora no conforto e na saúde do trabalhador.

I.2.2. Objectivos específicos

a)      Descrever os conceitos de Ergonomia e a sua relação com o trabalho;

b)      Analisar as reações do corpo humano com as condições de trabalho;

c)      Descrever os modelos e métodos da análise do trabalho.

I.3. Metodologia

O principal objetivo desse trabalho de caráter bibliográfico é estudar a Ergonomia e sua importância na adaptação do corpo humano no trabalho, de modo a procurar entender a melhoria da qualidade de vida e o bem-estar que ela traz ao trabalhador. Dessa forma optou-se pela realização de uma pesquisa exploratória, que deduz o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema tratado.

Segundo Octavian et al. (2003), a pesquisa exploratória “é feita através do levantamento bibliográfico, entrevistas com profissionais que estudam, atuam na área, visitas a web sites e outras fontes de dados”. A metodologia da pesquisa é feita através de coletas de dados, baseada na utilização do levantamento bibliográfico constituído de matérias já elaboradas, como livros, artigos científicos e outras fontes de dados. (OCTAVIAN, 2003, p. 22).

2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

Antes, porém de falarmos sobre a ergonomia no trabalho, vamos entender o conceito da ergonomia e seu obejetivo de forma que possamos dar enfeze com aquilo que pretendemos aqui enfatizar.  Para tal, o termo ergonomia deriva do grego: ergon, que significa trabalho, e nomos, que significa leis ou normas. Portanto, ergonomia é a ciência que estuda as condições de trabalho. Cada vez mais percebe o Administrador a importância da adaptação do homem, às suas características e restrições, valores e limitações, buscando tornar as tarefas menos mecanicistas e ao mesmo tempo, mais produtivas.

Segundo Verdussen (1978, p.1), “o aceleramento do processo de industrialização, com suas implicações técnicas, econômicas e sociais, modificou, a partir do início deste século, a mentalidade empresarial, até em tão marcada por um completo alheamento ao problema homem”. Foi justamente na Revolução Industrial que houve a substituição do trabalho humano pelo trabalho das máquinas (VERDUSSEN, 1978, p. 1).

Com isso a mão-de-obra foi dividida e cada pessoa se especializava em alguma tarefa. Era preciso administradores para organizar o que era produzido, para liderar e coordenar os esforços humanos e para garantir que o trabalho estava sendo feito da forma correta (FIALHO N. d., 1997., p. 38).

A Ergonomia surge como uma disciplina que foca a actividade de trabalho das pessoas e busca melhorar as suas condições de execução no uso do manuseio dos produtos dentro de uma organização. A ergonomia pode ser definida como “o conjunto de conhecimentos científicos relactivos ao homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia” (Wisner, 1987).

2.1- Ergonomia no Trabalho

A ergonomia no trabalho é conhecida como o estudo da relação entre o homem e o seu ambiente de trabalho. Por meio da ergonomia, especialistas avaliam os riscos presentes na actividade laboral e determinam as condições ideais para a realização daquela actividade. Quando necessário, são efetuadas adequações no ambiente de trabalho para minimizar os riscos à saúde física, mental e emocional dos trabalhadores. Para isso, é preciso conhecer o perfil dos colaboradores e o tipo da actividade exercida (PIRES, 2013, p. 45).

Na prática, podemos dizer que a ergonomia estuda, desenvolve e aplica regras e normas a fim de organizar o trabalho e torná-lo compatível com as características físicas e psíquicas do ser humano. Para tal, os especialistas buscam conhecer o perfil dos colaboradores, o tipo de atividade exercida e a quais riscos ergonômicos à saúde física e mental a equipe está exposta (PIRES, 2013, p. 45).

1.      Os benefícios da ergonomia no trabalho - Além de ser reconhecida como um fator determinante para o aumento da produtividade laboral, a ergonomia gera outros benefícios para os colaboradores e para a empresa. Segundo o pesquisador francês (Henri Savall) citado por Pires (2013), quando uma empresa investe em ergonomia no trabalho, ela garante uma série de vantagens, como a redução de até 3% no absenteísmo e a diminuição do desperdício de matérias primas em até 25% (PIRES, 2013, p. 47).

Segundo Verdussen (1978, p. 49), “um ambiente de trabalho é o resultado de um complexo de fatores materiais ou subjetivos, todos importantes e que, tantas vezes, são tão fáceis de serem atendidas. Entretanto o custo de qualquer melhoria ambiental é um investimento altamente rentável, pagando-se com o consequente aumento de produtividade, redução dos acidentes, doenças ocupacionais e abstencionismo, além de proporcionar o melhor relacionamento empresa empregado”. O homem precisa encontrar no seu local de trabalho, condições capazes de proporcionar o máximo de proteção e, ao mesmo tempo, satisfação no trabalho. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executada (VERDUSSEN, 1978, p. 49).

A Ergonomia surge como uma disciplina que foca a atividade de trabalho das pessoas e busca melhorar as suas condições de execução no uso do manuseio dos produtos dentro de uma organização. A Ergonomia situa-se no ambiente interno das organizações e sua implantação é feita nos postos de trabalho da empresa. O estudo da Ergonomia busca oferecer aos trabalhadores, conforme Verdussen (1978), “uma vida harmônica em seu ambiente de trabalho, onde haja conforto, segurança e eficiência, de modo que possam gerar qualidade e produtividade. A Ergonomia adapta as condições de trabalho (mobiliário, equipamentos, condições ambientais) às características psicofisiológicas de cada indivíduo” (VERDUSSEN, 1978, p. 2).

A Ergonomia situa-se no ambiente interno das organizações e sua implantação é feita nos postos de trabalho da empresa. O estudo da Ergonomia busca oferecer aos trabalhadores, conforme Verdussen (1978, p. 2), “uma vida harmônica em seu ambiente de trabalho, onde haja conforto, segurança e eficiência, de modo que possam gerar qualidade e produtividade. A Ergonomia adapta as condições de trabalho (mobiliário, equipamentos, condições ambientais) às características psicofisiológicas de cada indivíduo” (VERDUSSEN, 1978, p. 2).

2.1.1- Análise da actividade

A análise da actividade distingue essencialmente os aspetos observáveis, por um lado, e por outro lado, os mecanismos que regem a organização destes últimos, ou seja, a regulação da atividade (aspetos percetivos, tratamento das informações, incluindo a análise dos erros e da sua criação).

De acordo com Fialho & Santos (1997), os métodos de análise de trabalho são divididos da seguinte forma:

1.                  Em termos de atividades gestuais: aplica-se este método quando é identificada a actividade motora na execução da tarefa e quando as actividades sensoriais, perceptivas e cognitivas podem ser negligenciadas. O método de análise contempla os seguintes aspectos fundamentais da atividade gestual do trabalho:

2.                  Os gestos: identifica-se e mede-se a duração dos mesmos, com isso, pode-se obter uma visão global das atividades desenvolvidas no trabalho a fim de aumentar a produtividade ou simplificar as sequências dos movimentos.

3.                  Conteúdo do trabalho: identificado através de entrevistas com os colaboradores ou pela observação da atividade dos mesmos.

4.                  O tempo de trabalho: trata-se de ordenar cronologicamente as operações elementares desenvolvidas por um indivíduo.

5.                  Os processos de trabalho: pode-se levantar as etapas não produtivas (transporte, deslocamentos), determinar sua importância e considerar meios de eliminá-las. Principais métodos: cronometragem, tempos elementares e observações instantâneas.

6.                  Em termos de informação: é imprescindível a observação do funcionamento das funções estereoceptivas e das funções de memorização durante a execução do trabalho. O método constitui-se de algumas técnicas que permitem identificar atividades ligadas à percepção visual (percepção dos sinais) com também a informações auditivas e táteis utilizadas durante o trabalho.

7.                  Em termos dos processos cognitivos: são destacados os raciocínios heurísticos do homem no trabalho; a planificação pessoal do trabalho, analisada a partir da avaliação da tarefa, definição da tarefa e definição de procedimentos; a representação mental da atividade de trabalho (FIALHO N. d., 1997., p. 250).

Esta distinção entre a análise de tarefas e a análise da actividade, Leplat (1980) citado por Karmas (2014), situa-a que  em relação a outra que coloca a actividade no centro de uma corrente que tem a montante as condições que a determinam (as condições de trabalho) e a jusante, as consequências que a actividade terá para o trabalhador e para o sistema. Do lado das condições, definimos classicamente as condições internas e as condições externas: ou seja, por um lado, as caraterísticas do trabalhador (antropométricas, estado orgânico, idade, sexo, qualificações, experiência, formação, personalidade, etc) (Karnas, 1987, p. 625).

2.1.2- Posto de trabalho

O posto de trabalho é composto por todos os instrumentos que o trabalho utiliza no seu dia a dia: mesas, cadeiras, computadores e máquinas. É o local onde o funcionário executa suas tarefas diárias, sendo necessário que seus instrumentos de trabalho estejam em perfeita harmonia e adequados à realização das tarefas, proporcionando ao funcionário o máximo de conforto durante a jornada de trabalho. A análise do posto de trabalho não se limita apenas a análise física do trabalho. Na Ergonomia existe uma preocupação com a saúde mental do trabalhador, com as tarefas, e a necessidade de se projectar tarefas amplas, interessantes, com desafios, que estimulem o empregado a pensar, a ser criativo (VIEIRA, 1996, p. 282).

Os objectos devem respeitar as capacidades e limitações anatômicas. A análise do posto de trabalho depende do tipo de atividade que está sendo executada.  Há uma análise diferente do trabalho executado em pé ou sentado. No posto de trabalho sentado analisam-se cadeiras, mesas e monitor, e como esses instrumentos de trabalho influenciam na saúde do trabalhador (BRANDIMILLER, 1999, p. 56).

2.1.3- O trabalho prescrito e o trabalho real 

Em ergonomia, o trabalho prescrito pode ser definido como um conjunto de objectivos em condições determinadas a um posto de trabalho, a um trabalhador ou a um grupo de trabalhadores; e um conjunto de prescrições definidas externamente para atingir tais objectivos.

O conceito de ‘trabalho prescrito’ (ou tarefa) refere-se ao que é esperado no âmbito de um processo de trabalho específico, com suas singularidades locais. O ‘trabalho prescrito’ é vinculado, de um lado, a regras e objectivos fixados pela organização do trabalho e, de outro, às condições dadas. Pode-se dizer, de forma sucinta, que indica aquilo que ‘se deve fazer’ em um determinado processo de trabalho. A organização é que determina tudo o que o trabalhador tem que fazer (condutas, métodos de trabalho, instruções etc.), bem como o conjunto de objectivos a serem atingidos, as especificações do resultado a obter (normas de qualidade, quantidade e manutenção etc.), os meios fornecidos para a execução da tarefa (condições de matéria-prima, máquinas e equipamentos, formação e experiência exigidas do trabalhador, composição da equipe de trabalho etc.) e as condições necessárias para a execução do trabalho (ambiente físico, tempo, ritmo da produção etc.) (GONTIJO, 1998. , p. 411).

Dentro da ergonomia considera-se o trabalho prescrito, tudo aquilo que o trabalhador deve realizar e as condições ambientais, técnicas e organizacionais desta realização (isto é chamado trabalho prescrito). E, já no trabalho real tem a ver com análise das actividades, dentro desta, o trabalhador efetivamente realiza para executar a tarefa. É a análise do comportamento do homem no trabalho (podendo ser denominado de trabalho real) (GONTIJO, 1998. , p. 411). Sendo necessária uma descrição precisa e observações e medidas sistemáticas de variáveis pertinentes (posturas, actividades visuais, deslocamentos, etc). As variáveis dependem em grande forma das hipóteses (GONTIJO, 1998. , p. 411).

Portanto o ‘trabalho prescrito’ se caracteriza pelos seguintes elementos:

·         Os objectivos a serem atingidos e os resultados a serem obtidos, em termos de produtividade, qualidade, prazo;

·         Os métodos e procedimentos previstos;

·         As ordens emitidas pela hierarquia (oralmente ou por escrito) e as instruções a serem seguidas; Os protocolos e as normas técnicas de segurança a serem seguidas;

·         Os meios técnicos colocados à disposição - componente da prescrição muitas vezes desprezado;

·         A forma de divisão do trabalho prevista;

·         As condições temporais previstas;

·         As condições socioeconômicas (qualificação, salário).

Esses estudos possibilitaram, inicialmente, que se evidenciassem duas faces do trabalho: a tarefa (‘trabalho prescrito’) e a atividade (trabalho real). Duas faces que não se opõem, mas, ao contrário, se articulam de uma forma que ainda precisa ser mais bem compreendida. Ao identificar essas duas faces do trabalho, esses estudos, desenvolvidos por uma certa linha da ergonomia (originada nos países de língua francesa, e que se denomina ergonomia da atividade), demonstraram com clareza que é pertinente falar em ‘compreender’ o trabalho (com suas diferentes faces), considerando que se trata de algo completo. (FIALHO N. d., 1997.)

2.1.4- Modelos e métodos da análise do trabalho

A análise do trabalho é, com efeito, simultaneamente, método e objecto. Assim, só pode ser concebida através da referência a um objectivo, em relação ao qual é "método". Neste quadro em que o homem procura e tem a possibilidade de modificar a sua actividade em relação ao prescrito, a análise do trabalho deve distinguir a análise da tarefa e a análise da atividade, ou ainda condutas operatórias. (Karnas, 1987, p. 609).

Primeiramente é importante definir o que é modelo. Segundo Montmollin (1990), modelo é: “um sistema de representação intencionalmente empobrecido da realidade”. Este sistema limita a representação a um número restrito de categorias, as quais comportam um número limitado de graus ou de variáveis.   Assim do ponto de vista da ergonomia (ciência que estuda o homem no trabalho), as atividades do homem no trabalho podem  ser analisadas segundo um modelo antropocêntrico (considera o homem como centro), dentro de um sistema homens-tarefas, compreendendo duas componentes principais, de um lado o homem (ou homens) e, do outro lado, as tarefas que ele deve efetuar.

A figura esquematiza este modelo de representação das atividades com as diversas categorias de informação e ação (Santos e Fialho, 1995).

 

 

 

 

Caixa de Texto: Figura 1- Modelo antropocêntrico do homem no trabalho.
(Santos e Fialho, 1995).

2.1.5- Profissão Ergonomista

A Ergonomia tende a promover uma abordagem holística do trabalho considerando os aspectos físicos, cognitivos e organizacionais dentro das empresas. Conforme Vidal (2002), “a Ergonomia se define como uma disciplina e através dela, os domínios de especialização representam profundas competências em atributos romanos específicos e características das interações humanas entre si e destes com os sistemas, quais sejam” (VIDAL, 2002, p. 43).

O ergonomista é o profissional que faz a adequação dos ambientes, equipamentos e das tarefas do trabalho, para prevenir doenças, acidentes ou até mesmo desconfortos e lesões provenientes do desempenho de uma função. Ele analisa tudo que envolve um determinado trabalho: o colaborador e o ambiente em que ele atua, as questões organizacionais, ambientais, equipamentos e mobiliários além dos fatores psicossociais e cognitivos. A partir daí ele prepara um estudo profundo de todas as informações coletadas e sua relação com os trabalhadores, para chegar ao diagnóstico ergonômico que pode indicar se alguns desses itens avaliados podem levar a um desconforto no trabalho, uma dor, uma queixa ou até mesmo uma doença (REGULAMENTADORA, 2002, p. 358).

O ergonomista é todo profissional que possui o curso de pós-graduação em ergonomia, de no mínimo 360 horas, em uma universidade credenciada pelo Ministério da Educação (GUÉRIN, 2012).

A expressão “Ergo” significa “trabalho” e “Nomos” significa “regras “, portanto a ergonomia estuda a relação do homem e o seu ambiente de trabalho. Consequentemente, o ergonomista atuará mais nos ambientes e nas actividades laborais. No entanto, é relevante que o profissional que pretende ser um ergonomista tenha em mente a importância de obter o conhecimento sobre as questões que envolvem a ergonomia. Ou seja, é preciso entender do conteúdo sobre fisiologia e biomecânica, para saber avaliar as influências das condições de trabalho no sistema musculoesquelético, sistema locomotor, sistema neurológico, etc. (GUÉRIN, 2012).

Portanto, é altamente recomendado que os ergonomistas sejam profissionais inseridos em campos que se relacionam com a ergonomia, ou seja, que possuam os conhecimentos necessários e através do curso de pós-graduação em ergonomia possam aprofundar mais os tais conhecimentos, como: fisioterapeutas, psicólogos, engenheiros de segurança, educadores físicos, médicos do trabalho, entre outros (GUÉRIN, 2012).

3- CONCLUSÃO

 

A presente trabalho teve como propósito principal estudar a Ergonomia no ambiente de trabalho, tanto as reações do corpo humano, como o ambiente físico da empresa. Há algum tempo, o homem era comparado como um complemento da complexa produção. O homem adaptava-se a máquina ou a função, sem levar em conta os fatores fisiológicos, características individuais, o meio ambiente e várias condições inadequadas de trabalho.

Entretanto, as interações do corpo humano com as condições do ambiente de trabalho foram estudadas chegando à conclusão de que as pessoas precisam estar bem consigo mesmas para poderem alcançar os objetivos propostos pela implantação correta dos equipamentos, móveis e utensílios da empresa.

A necessidade de estudar Ergonomia permite mostrar como funciona o corpo humano no posto de trabalho, seus limites, as condições que devem ser respeitadas na intenção de prevenir o desconforto e as alterações da saúde. Análise das actividades, é o que o trabalhador efetivamente realiza para executar a tarefa. É a análise do comportamento do homem no trabalho (trabalho real).

Como disse (VERDUSSEN, 1978), a Ergonomia surge como produto da colaboração de muitas ciências especialidades, visando humanizar o trabalho e, como consequência natural, tornar mais fecundos seus resultados (VERDUSSEN, 1978, p. 2).

A Ergonomia tem sido aplicada para que haja um engrandecimento no ambiente de trabalho, trazendo por consequência uma maior produtividade e maior satisfação do funcionário dentro da organização. Preocupa-se primeiramente, com os aspectos fisiológicos do trabalho, onde o local de trabalho é ajustado para as pessoas se adaptarem e suas influências nas condições do ambiente de trabalho. Esta mudança ajudou a enxergar o homem como peça fundamental do sistema produção, alterando conceitos e surgindo o cuidado de adequar o trabalho, o equipamento e o meio ao homem.

Concluindo, o trabalho é apresentado como uma necessidade que leva a uma fadiga e que resulta numa maldição, “ganharas o pão com o suor de teu rosto”, mostrando o trabalho como um sacrifício, para a obtenção de algum resultado.

BIBLIOGRAFIA

 

1.      BRANDIMILLER, P. A. (1999). O corpo no trabalho. São Paulo: Editora Senac-SP,.

2.      Faverge, a. &. (1966). L’ergonomie des processus industriels. Bruxelles: Editions de l'Institut de Sociologie, U.L.B.

3.      FIALHO, F. e. (1997). Manual de análise ergonômica no trabalho. Curitiba: Gênesis.

4.      FIALHO, N. d. (1997.). Manual de análise ergonômica no trabalho. Curitiba: Gênesis.

5.      GONTIJO, A. F. (1998. ). Projeto TP – Avaliação Ergonomica de Produto. Florianopolis: UFSC/EPS.

6.      GUÉRIN, F. (2012). Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia. São Paulo: Blucher.

7.      Karnas, P. S. (1987). A análise do trabalho trinta anos após Ombredane e Faverge. Paris: Laboreal, 10 -2. Acesso em 2021, disponível em http://dx.doi.org/10.15667/laborealx0214kspt

8.      OCTAVIAN, R. P. (2003). Monografia. (M. A. PAULESCU Doina, Compilador) Brasília: Uniceub.

9.      PIRES, R. (2013). Ergonomia no Trabalho: Importância e Benefícios para a Productividade. (R. Serique, Ed.) Brasilia: ROCKCONTENT.

10.  REGULAMENTADORA, M. D. (2002). Brasília: MTE, SIT.

11.  VERDUSSEN, R. (1978). Ergonomia: a racionalização humanizada do trabalho. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científico.

12.  VIDAL, M. C. (2002). Ergonomia na empresa (2 ed. ed.). Rio de Janeiro: Editora Virtual científica.

13.  VIEIRA, S. (1996). Medicina Básica do Trabalho. São Paulo: Thomsom Pioneira.

 

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