TRABALHO DE CARÁCTER INVESTIGATIVO ELABORADO POR JOSÉ CARLOS SIMÕES
INTERAÇÃO SOCIAL,
COGNIÇÃO SOCIAL, ETNOCENTRISMO E CONFLITOS ÉTNICOS
Trabalho científico
apresentado ao professor Lino Gonzales
H. Capemba, como requisito necessário para a avaliação na cadeira de Psicologia
Social.
CAXITO-2021
LISTA
NOMINAL
1.
Adão
João Bernardo Pedro
2.
Alexandre
José Vunda
3.
Alberto
Chicomo
4.
Cecilia
Francisco B. Mateus
5.
Delfina
António Fonseca
6.
Ernesto
Pedro da Silva Meneses
7.
Luzia
Chinuque Manuel Bastos
GRUPO
Nº 04
3º ANO
SALA:
03
PERÍODO:
TARDE
SUMÁRIO
1.1.2-
Formulações do Problema
1.1.3-
Determinações dos Objectivos
1.1.6-
Formulações de Hipótese
CAPÍTULO
II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1-
Definições de Termos e Conceitos
1.1.3-
Sociedade e Estratificação Social
1.1.4-
A interação social e o Desenvolvimento das funções Psicológicas
2.2.1-
Componentes da Cognição Social
2.2.2-
Relação entre a cognição social e o córtex Cerebral
2.2.3-
Como a Cognição social se desenvolve
2.2.4-
Duas formas de ver a Cognição Social
3-
ETNOCENTRISMO E CONFLITOS ETCNICOS
3.3.1-
Etnocentrismo e Preconceito
3.3.2-
Etnocentrismo e relativismo Cultural
1- INTRODUÇÃO
O presente trabalho trata
sobre a interação social, cognição social, etnocentrismo e por fim o conflito
étnico. A interação social vem atraindo cada vez mais interesse no interior da
Psicologia. Considerando o uso crescente da expressão o objectivo deste
trabalho é fazer algumas reflexões que supomos deverem estar na base da
utilização. Entende-se por interação social o processo através do qual as
pessoas se relacionam umas com as outras, num determinado contexto social. A
interação apoia-se no princípio da reciprocidade da acção e é reconhecida como
condição necessária para a organização espaciotemporal.
Isto significa que os atos
dos indivíduos não são independentes, mas condicionados pela percepção do
comportamento do outro. Foi isto que, de certo modo, K. Lewin procurou ilustrar
ao elaborar o conceito de "campo psicológico" (campo das interações
entre o organismo e o ambiente). Para este autor, a interação é a base para a
compreensão dos processos psicológicos, condicionados pela relação do indivíduo
concreto com a situação. "O conceito de etnocentrismo parte do estudo do
grande choque e da grande estranheza que se dá no encontro de dois ou mais
grupos diferentes. Surge, então, o grupo do "eu" e o grupo do
"outro", tendo o primeiro como real, absoluta e principal referência
e a segunda como algo exótico, excêntrico, anormal, exuberante e primitivo É
importante ressaltar que o termo interação social está sendo usado, até aqui,
no sentido mais abrangente possível.
A cognição Social assenta na vasta tradição teórica e
de investigação da psicologia social, e revigorada pela integração de ideias e
metodologias da psicologia cognitiva, a abordagem da cognição social introduziu
valiosos contributos para a compreensão de muitas das questões e problemas clássicos
da psicologia social empenhando-se igualmente em áreas ainda não exploradas de
investigação.
Esta perspectiva tem sido palco de vários
desenvolvimentos teóricos que, inicialmente partilharam o pressuposto básico de
que, para compreender e explicar o comportamento social é preciso considerar as
estruturas e os processos cognitivos que medeiam à relação entre um estímulo
externo e as respostas comportamentais observáveis.
Assim, podemos entender que, com um pensamento e
reflecção sobre o mundo actual, sobre as pesquisas feitas e introdutoriamente
analisamos um pouco no que concerne a interação social, cognição social,
etnocentrismo e conflitos étnicos.
1.1- Importância de estado
A interação é determinada
pelas estruturas da mente* muitas vezes inacessíveis à introspeção, embora
presentes em todas as situações de interação; para o segundo, as regras não são
as que residem nas estruturas cognitivas, mas aquelas que são públicas,
acessíveis a todos os participantes e observadores da interação. Tendo em conta
que, a interação é o campo onde as relações sociais se atualizam e se reproduzem,
ela constitui também um espaço de jogo onde se podem introduzir a invenção e a
troca e onde. a cada instante, se funda uma nova (relação) social ".
1.1.2- Formulações do Problema
Segundo Marconi e Lakatos (2006) problema é definido
como uma dificuldade teórica ou prática no conhecimento de alguma coisa de real
importância, para qual deve se encontrar uma solução.
·
Quais
os factores que influenciam na interação social?
1.1.3- Determinações dos Objectivos
Objectivo geral está
ligado a uma visão global abrangente do tema relacionando com o conteúdo
intrínseco quer dos fenómenos e eventos quer das ideias estudadas.
1.1.4- Objectivo
Geral
·
Compreender
os factores com maior e menor influência sobre a interação social.
1.1.5- Objectivos Específicos
·
Identificar
as formas de interação social;
·
Descrever
a influência que o factor social tem na interação social;
·
Analisar
os conflitos étnicos e suas formas de resolução;
·
Entender
o que é o etnocentrismo.
1.1.6- Formulações de Hipótese
·
Para
o problema científico apresentado estabelecemos a seguinte hipótese:
·
Os
factores que influenciam na interação social são: atitude, valor, meio
ambiente, conhecimento, preconceito, crenças ocasião situacional.
CAPÍTULO II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1- Definições de Termos e
Conceitos
A
Interação social a reciprocidade, é a conduta-resposta, que dá às condutas em
relação ao outro o seu carácter de interação, interação social é um laço de
dependência, de convivência, de influência recíproca entre dois ou mais
indivíduos, como pais e filhos, irmãos, professores e alunos e outros membros
da sociedade. Interação social é uma ligação que une duas pessoas por uma
determinada causa. Interação social se fundamentou em diversas disciplinas,
tais como: Psicologia Social, Sociologia, antropologia Social, sociolinguística
e, posteriormente passou a dar mais atenção a uma perspectiva micros sociais
das interações entre os indivíduos ou grupos. As interações sociais acontecem
no encontro de duas pessoas distintas, pois, conforme refere Vygotsky (s/d),
citado por:
A relação social é o
sentido compartilhado da accão. Hm ciências sociais, interação social refere-se
a todas as acções recíprocas entre dois ou mais indivíduos durante as quais há compartilhamento
de informações. Por sua vez, Warneken e Tomasello (2007), citados por Arezes e
Colaço (2014), definem interação como sendo o comportamento de um indivíduo perante
a participação de outro, como numa conversa, ruma troca de gestos, num jogo ou num
conflito
Os processos sociais se
distinguem em associativos, quando os indivíduos estabelecem relações
positivas, de cooperação e de consenso; e dissociativos, quando as relações estabelecidas
são negativas, de oposição, de divergência. Os processos associativos são: cooperação,
acomodação e assimilação. A estrutura social refere-se à colocação e aposição
de indivíduos e de grupos dentro de um sistema, partindo-se da constatação de
que os membros e os grupos de uma sociedade são unidos por um sistema de
relações de obrigação, isto é, por uma série de direitos e deveres, aceito e
praticado entre si
1.1.2- Interação Social
A
interação resulta de vários e diferentes factores. De acordo com os autores,
alguns destes factores são a linguagem, a simbologia e significações a ela
associadas e o desenvolvimento destas e de outras potencialidades. A interação
social diz respeito às relações que estabelecemos com os outros mediante as
características individuais de cada um. Esta vertente influenciada pelos
valores, princípios e crenças com os quais nascemos. Alguns estudos sugerem
ainda que a interação social, pela sua natureza ligada à comunicação, resulta
da relação entre dois sujeitos pelo que um influencia o outro de forma mútua,
gerando desenvolvimento entre ambos
Portanto importa-nos
elucidar que a interação social entre os indivíduos é a alavanca que permite
que possamos resolver situações mais problemáticas, adversidades da vida e
lutar pelos nossos direitos de modo a que possamos superar as nossas
dificuldades, devido ao facto de ela se associar às relações que estabelecemos
1.1.3- Sociedade e Estratificação
Social
A
Sociedade é definida por um conjunto de pessoas chamadas de atores sociais que
compartilham interesses e valores num determinado espaço social. Em outras
palavras, a sociedade é uma totalidade formada por diversos grupos que
interagem entre si, sendo que todas as sociedades possuem uma estrutura social.
De tal forma, cada sociedade possui uma estrutura social definida por valores e
comportamentos dos indivíduos constituintes, os quais desempenham diversos
papéis sociais
Os grupos sociais, por
sua vez, estabelecem relações por meio de padrões sociais e culturais, cuja
estrutura foi definida historicamente. A estratificação social está intimamente
relacionada com a estrutura Social. Isso porque a sociedade se divide em
estratos ou camadas sociais de acordo com uma série de factores, tais como
políticos, religiosos, étnicos, dentre outros
1.1.4- A interação social e o
Desenvolvimento das funções Psicológicas
Um importante atributo
que emerge a partir das interações sociais é o que Vygotsky chamou de funções
psicológicas superiores. Antes de adestrarmos ao seu significado, vamos discutir
as funções psicológicas inferiores. Estas funções não surgem das interações
sociais, mas estão escritas em nosso sistema biológico, como por exemplo, as
acções involuntárias, tais como o susto por escutar um trovão próximo, memória
involuntária, etc. Por outro lado, as funções psicológicas superiores se
originam a partir do desenvolvimento social, e não são herdados do biológico,
ou seja, a cultura em que o sujeito está imerso tem uma importante função para
o seu desenvolvimento segundo Vygotsky (1931, p. 34) citado por
2- COGNIÇÃO SOCIAL
Um dos aspectos mais
idiossincráticos desta abordagem é o facto do estudo dos fenómenos sociais ser
realizado através da investigação das estruturas e processos cognitivos pelos
quais operam. Com relação a cognição social, ela emergiu em meados dos anos 70
e representa uma abordagem conceptual e empírica genérica (e não apenas uma
sub-disciplina da ciência psicológica) que procura compreender e explicar como
é que as pessoas se percebem a si próprias e aos outros, e como é que essas percepções
permitem explicar, prever e orientar o comportamento social
Decorrente da estreita
relação que mantém com a chamada "revolução cognitiva", esta
abordagem ficou conhecida como cognição social respectiva cognitiva ou
paradigma do processamento de informação, sendo este, inicialmente, o modelo de
processamento que orientou a abordagem dos fundamentos cognitivos dos fenómenos
sociais
Historicamente, e no
âmbito da psicologia, a compreensão que as pessoas têm do mundo social foi
estudada, em primeiro lugar, sob uma perspectiva fenomenológica, preocupada em
descrever de forma sistemática o modo como a generalidade das pessoas afirmam
experienciar o seu mundo. Paralelamente, surgiu também a preocupação com as teorias
do senso comum, ou seja, com as teorias que as pessoas têm acerca umas das
outras
Cognição Social e a forma
como processam a m formação. Neste processamento está inclusa a forma como
codificamos, armazenamos e recuperamos informação de situações sociais. A
Neuropsicológica é dividida e organizada em duas áreas: Neurocognição ou Cognição
Básica, e Cognição Social
A cognição social alude à
forma como pensamos sobre os outros. Nesse sentido, seria uma poderosa
ferramenta para compreender as relações sociais. Por meio da cognição social entendemos
as emoções, os pensamentos, intenções e condutas sociais dos outros. Nas interações
sociais, compreender o que outras pessoas pensam e sentem pode supor uma vantagem
enorme para nos desenvolvermos nesse contexto
As pessoas não se
aproximam das situações como observadores neutros ainda que muitas vezes
tentemos aparentar que sim. Na verdade, elas carregam seus próprios desejos e expectativas.
Estas atitudes prévias vão influenciar o que vemos e lembramos. Deste modo,
nossos sentidos recebem informação que é interpretada e analisada.
Posteriormente, essas interpretações são contrastadas com a informação que
guardamos na memória
2.2.1- Componentes da Cognição
Social
Para (DURAN, 1993), os
componentes desse processo são variados: uma vez que a vida social comporta
diferentes tipos de situações de interação, uma série de mecanismos distintos
são constituintes da cognição social humana. Portanto os componentes da
cognição social como são: Percepção Emocional, Percepção Social, Teoria da
Mente e Estilo de Atribuição:
ü
A Percepção Emocional - É a capacidade de deduzir informação
emocional a partir das expressões emocionais, das inflexões vocais.
ü
Percepção Social - Trata-se da capacidade de extrair
certos detalhes do comportamento manifesto de um contexto social específico. As
capacidades de compreensão das regras e das convenções sociais podem ser
inclusas nestes aspectos
ü
A Teoria da Mente - Diz respeito à capacidade de
compreender que outras pessoas possuem estados mentais diferentes do que do
próprio sujeito, assim como de fazer deduções/interpretações sobre os conteúdos
identificados destes estados mentais
ü
Estilo de Atribuição - Pode ser descrito como a tendência
peculiar de explicar as causas dos acontecimentos remetendo à própria vida;
capacidade de significar os fenómenos vivenciados.
2.2.2- Relação entre a cognição
social e o córtex Cerebral
O córtex cerebral,
conhecido como massa cinzenta, reveste todo o cérebro do ser humano. Cada, giro
e/ou sulco, em determinado lobo, é responsável pela coordenação de funções
específicas que irão aliciar alguma reacção histológica ou comportamental no organismo.
Várias estruturas cerebrais têm um papel fundamental no controlo das condutas sociais:
o Córtex Pré-frontal Ventromedial, a Amígdala, o Córtex Somas sensorial Direito
e a ínsula
2.2.3- Como a Cognição social se
desenvolve
As interpretações que
podemos fazer de um evento social podem ser muita diferentes e erróneas. A
cognição social se desenvolve lentamente, segue um processo de tentativa e erro
baseado na observação. As experiências directas e a exploração guiam a
aprendizagem. Porém, o conhecimento social é muito subjectivo
Além disso, ainda que
contemos com estruturas mentais que facilitam o processamento e a organização
da informação, às vezes estas estruturas tão úteis também nos traem. As pessoas
que contam com habilidades intelectuais superiores para a resolução de problemas
não necessariamente têm habilidades superiores para a resolução dos problemas sociais.
Por outro lado, o conhecimento social é, em parte, independente de outros tipos
de conhecimento
2.2.4- Duas formas de ver a
Cognição Social
Dentro da psicologia,
existem várias formas de entender a cognição social. Uma das mais importantes
enfatiza a dimensão social do conhecimento. O conhecimento, segundo esta perspectiva,
teria uma origem sociocultural, já que é compartilhado pelos grupos sociais
O principal expoente
desta ideia é as representações sociais. Estas ideias são os pensamentos,
imagens e conhecimentos que os membros de uma colectividade compartilham. As
representações sociais têm uma dupla função: conhecer a realidade para planejar
a acção e facilitar a comunicação
Outra perspectiva com um
grande impacto que está na forma de se entender a cognição social, se centra-se
no indivíduo e em seus processos psicológicos. Segundo esta visão, o indivíduo
constrói suas próprias estruturas cognitivas a partir das interações com seu entorno
físico e social. Como foi visto, a cognição social é a forma como guarnecíamos
a grande quantidade de informação social que recebe todos os dias. Os estímulos
e dados que colectamos pelos sentidos são analisados e integrados em esquemas
mentais, os quais guiarão nossos pensamentos e condutas em ocasiões
posteriores.
3- ETNOCENTRISMO E CONFLITOS
ETCNICOS
E um preconceito que cada
sociedade ou cada cultura produza o mesmo tempo em que procura incutir em seus
membros normas e valores peculiares. É a visão demonstrada por alguém que
considera a seu grupo étnico ou cultura o centro de tudo, portanto, num plano
mais importante que as outras culturas e sociedades. O termo é formado pela
justaposição da palavra de origem grega "eternos" que significa
"nação, tribo ou pessoas que vivem juntas" e centrismo que indica o
centro.
Segundo Passador, (2015)
citado por (TUÍLHO, 2008), um indivíduo etnocêntrico considera as normas e
valores da sua própria cultura melhores do que as das outras culturas. Isso
pode representar um problema, porque frequentemente dá origem a preconceito e
ideias infundamentadas. Uma visão etnocêntrica demonstra, por vezes,
desconhecimento dos diferentes hábitos culturais, levando ao desrespeito,
depreciação e intolerância por quem é diferente, originando em seus casos mais
extremos, atitudes preconceituosas, radicais e xenófobas
Este fenómeno universal
pode atingir proporções drásticas, quando culturas tecnicamente mais frágeis
entram em contacto com culturas mais dominantes e avançadas. Alguns exemplos de
etnocentrismo estão relacionados ao vestuário. Um deles é o hábito indígena de
vestir pouca ou nenhuma roupa; outro caso é o uso do kilt (uma típica saia)
pelos escoceses. São duas situações que podem ser tratadas com alguma
hostilidade ou estranheza por quem não pertence àquelas culturas
Etnocentrismo- é um conceito antropológico que ocorre
quando um determinado indivíduo ou grupo de pessoas, que não têm os mesmos
hábitos e carácter social, discrimina outro, julgando-se melhor ou pior, seja
por causa de sua condição social, pelos diferentes hábitos ou manias, por sua
forma de se vestir, ou seja, peia sua cultura
3.3.1- Etnocentrismo e Preconceito
Estudos sobre
etnocentrismo revelam que, decorre de processos de normalização e naturalização
dos significados que cada cultura toma como correctos e justos para si,
transformando a realidade vivida por cada grupo cultural como uma realidade de
valor universal. O próprio termo revela seu sentido: ao sermos etnocêntricos,
estamos centrados em nossas próprias concepções étnico-culturais, tomando-as
como parâmetro universal para produzir juízos de valor sobre as diferenças
expressas por outros. Esse fenómeno, se constitui como uma espécie de resíduo
do processo de aprendizagem e formação de sujeitos que ocorre dentro de
qualquer cultura, torna-se um problema quando culturas diferentes entram em
contacto
O estranhamento que a
alteridade produz em qualquer um de nós quando nos deparamos com formas de vida
diversas daquelas que aprendemos a viver e valorizar resulta do etnocentrismo.
Estranhamos o que não nos é familiar e compreensível pelos códigos culturais
que adoptamos que nos leva muitas vezes a tomar diferenças como formas irracionais,
aberrantes, ameaçadoras e até não humanai de estar no mundo e pensá-lo
Temos dificuldade em
compreender as lógicas e os sentidos que são atribuídos às diferentes culturas
por seus praticantes, porque tendemos a usar nossos próprios referenciais
culturais para compreendê-las. Se nossos referenciais são válidos para
legitimar para nós mesmos as práticas e concepções de mundo que aprendemos
serem normais, correctas e desejáveis para a cultura em que fomos formados,
eles não podem ser tomados como universais e capazes de explicar quaisquer
outras formas de vida produzidas em outras culturas a partir de seus próprios referenciais
3.3.2- Etnocentrismo e relativismo
Cultural
O relativismo cultural é
uma corrente de pensamento ou doutrina que tem como objectivo entender as
diferenças culturais e estudar o porquê das diferenças entre culturas
distintas. Enquanto o etnocentrismo tem uma vertente de confronto, o
relativismo aborda as diferenças de uma forma apaziguadora. E importante
destacar que o relativismo cultural é uma ideologia que defende que os valores,
princípios morais, o certo e o errado, o bem e o mal, são convenções sociais
intrínsecas a cada cultura
2.2.3- Conflitos Étnicos
Nos Estados em que as
liberdades são garantidas, parece prevalecer a ideia de que a acção dos grupos
étnicos é legítima, pois visa à busca de seus direitos e de sua identidade.
Assim, não se trata de debilitar o Estado, mas de identificar-se com ele. isso
vale para grupos étnicos de origem migrante ou escrava - Estados Unidos catre
outros servem como exemplos. Existindo liberdade, os grupos étnicos cuja origem
está relacionada à nacionalidade, ao mesmo tempo em que buscam preservar sua
identidade, são fiéis ao Estado no qual estão inseridos os zulus, na África do
Sul, Nigéria e Chade são exemplo
Assim, é de enfatizar a
avaliação levado em Conta por Tulho, onde dizia que em sociedades nas quais
existe tensão étnica e as possibilidades de desenvolvimento são muito limitadas,
os grupos étnicos tendem a concentrar recursos em sua própria colectividade, privando
assim outros grupos de usufruir deles. Conforme seu nível de gravidade, a concentração
de recursos pode desencadear guerras civis ou regionais.
Enfim, em Estados pobres,
ter emprego em um órgão público muitas vezes é a única maneira de alcançar uma
vida melhor. Na medida em que os melhores empregos e oportunidades são
reservados àqueles que têm melhore., níveis de educação, grupos étnicos rivais
podem procurar, no limite, monopolizar as instituições e os meios de ensino
4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao concluirmos com este
trabalho, entendemos que de acordo com todas estas características inerentes à
interação social, conseguimos compreender que eia é condição necessária para
que o indivíduo se possa construir enquanto pessoa, isto é, permitem também o
desenvolvimento da sua personalidade. A interação social é inerente à condição
humana, uma vez que vivemos em sociedade e estabelecemos racionamentos uns aos
outros. A evolução da humanidade resulta desta, devido ao facto de a mesma
acarretar as nossas individualidades tendo em conta os princípios, crenças,
valores, etc., com os quais crescemos e amadurecemos ao longo do nosso ciclo
vital.
A abordagem sócio-cognitiva está presente
em diferentes domínios da psicologia. Embora inicialmente a sua proximidade
seja mais evidente com a psicologia cognitiva, reflectindo o pressuposto de que
os mesmos princípios de processamento de informação se aplicam quer a domínios
sociais quer não sociais, a cognição social não é apenas a aplicação da
psicologia cognitiva a tópicos da psicologia social. De uma maneira geral, a
abordagem cognitiva dos fenómenos sociais não os reduz a uma racionalidade fria
e descontextualizada.
Entretanto, curiosamente
os desenvolvimentos actuais da cognição social parecem apontar caminhos
opostos: se, por um lado, a abordagem situada da cognição procura integrar a interação
do organismo com o ambiente e os actores sociais na emergência e na utilização do
conhecimento, por outro lado, a popularidade das neurociências e a receptividade
que determinadas abordagens localizacionistas obtiveram neste domínio parecem
apontar novamente para um elementaríssimo descontextualizado.
Enfim, etnocentrismo
assim como os processos de estigmatização e discriminação decorrentes deles,
são fenómenos ligados à diversidade cultural e que estão presentes em todas as
sociedades ao longo de suas histórias. Fundamentalmente, dizem respeito a mecanismos
de negação das diferenças em função da maneira como elas são encaradas em tempos
e contextos diversos. Segundo
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