INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA
ISTA
CURSO DE PSICOLOGIA
TESTE DE H.T.P (CASA, ARVORE E
PESSOA)
CAXITO-2021
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE
ANGOLA
TESTE DE H.T.P (CASA, ARVORE E
PESSOA)
Trabalho científico
apresentado ao professor António
Nambongo, como requisito necessário para a avaliação na cadeira de Teoria
Técnicas Projectista.
AUTORA: MARIA CRISTINA MORAIS
4º
ANO
SALA:
05
PERÍODO:
TARDE
CAXITO-2021
SUMÁRIO
2.1- Sobre a origem de
Teste HTP da Casa – Árvore – Pessoa
2.2- Protocolo de
interpretação
2.3- Como fazer o teste psicológico
HTP: casa-árvore-pessoa
2.4- Síntese
interpretativa do teste HTP: casa-árvore-pessoa
2.5- Significado da casa
no teste HTP
2.6- Interpretação da
árvore no teste HTP
2.7- Interpretação do
desenho da pessoa no teste HTP
2.6- Teste HTP
(casa-árvore-pessoa) em adultos
1-
INTRODUÇÃO
Os primeiros passos da avaliação psicológica foram
sistematizados com o advento dos testes psicológicos entre o fim do século XIX
e o início do século XX, caracterizando uma das funções do psicólogo.
Atualmente, a Psicologia conta com várias estratégias de avaliação com
objetivos bem definidos, sendo a testagem psicológica um passo importante.
Este trabalho tem como objectivo desenvolver o tema teste
da casa-árvore-pessoa. Assim, o teste HTP é um teste projectivo, como
mencionado acima. Os testes projetivos são utilizados em avaliações
psicológicas e são de utilização exclusiva de psicólogos.
O HTP é bastante
utilizado em processos seletivos, juntamente com outros instrumentos de
investigação e conhecimento do candidato como entrevistas, questionários e
análise de currículo. Também pode ser utilizado em psicodiagnóstico clínico,
sempre associado a outros instrumentos.
2-FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
O desenho é considerado uma das formas de comunicação mais
antigas entre os seres humanos (Hammer, 1991; Wechsler, 2003). Contudo, foi
apenas a partir do século XX que o desenho passou a ser utilizado como técnica
de avaliação psicológica, para investigar habilidades cognitivas e
características da personalidade humana (Bandeira, Costa & Arteche,
2008). A esses tipos de técnicas, que
possuem como principal estímulo o desenho, dá - se o nome de técnicas ou testes
gráficos.
Dentro dessa proposta, os desenhos passaram a ser
analisados a partir de diferentes perspectivas. A perspectiva cognitiva entende
o desenho como uma medida de avaliação cognitiva. Os testes gráficos cognitivos
mais conhecidos são o Desenho da Humana Figura - DFH (Wechsler, 2003; Sisto, 2005)
e o Teste Gestáltico Viso-Motor de Bender (Sisto, Santos & Noronha, 2004).
A avaliação projetiva, por sua vez, entende que o desenho é uma forma de
manifestação dos aspectos inconscientes da personalidade. Os testes gráficos
projetivos mais conhecidos são o House-Tree - Person Test ou Teste do Desenho
da Casa – Árvore – Pessoa (HTP - Buck, 2003) e o Desenho da Família (Corman,
1979).
2.1-
Sobre a origem de Teste HTP da Casa – Árvore – Pessoa
No mundo há milhares de milhões de pessoas, cada uma com uma
atitude única e irrepetível, com as suas vivências próprias e experiências. É
difícil vir a compreender com precisão cada ação ou pensamento das pessoas que
nos rodeiam. A psicologia da personalidade tenta investigar isso utilizando
técnicas e testes para descobrir tendências ou comportamentos.
No entanto, quando as pesquisas em psicologia começaram,
eram usadas outras técnicas para examinar a personalidade e a interpretação de
vivências pessoais. Estes instrumentos se denominam técnicas projetivas. Entre
estes instrumentos encontramos o teste de Rorschach ou o do desenho da figura
humana. Neste artigo de Psicologia-Online, apresentamos uma síntese
interpretativa do teste HTP. Entenda a interpretação do teste HTP:
casa-árvore-pessoa, uma das técnicas projetivas mais famosas e eficazes da
psicologia.
O HTP foi criado por John N. Buck, em 1948, e tem como
objetivo compreender aspectos da personalidade do indivíduo bem como a forma
deste indivíduo interagir com as pessoas e com o ambiente. O HTP estimula a projeção
de elementos da personalidade e de áreas de conflito dentro da situação
terapêutica e proporcio na uma compreensão dinâmica das características e do
funcionamento do indivíduo (Buck, 2003).
O instrumento é
destinado a indivíduos maiores de oito anos e propõe a realização de três
desenhos sequenciais - uma casa, uma árvore e uma pessoa, os quais devem ser
desenhados em folhas separadas, utilizando lápis e borracha. A aplicação
propõe, também, que se realize um inquérito acerca de características e descrições
de cada desenho realizado (Buck, 2003).
O HTP é uma das técnicas mais utilizadas por psicólogos
brasileiros (Lago & Bandeira, 2008; Noronha, 2002) e é um dos testes mais
ensinados nos cursos de formação em Psicologia (Freitas & Noronha, 2005; Noronha,
Oliveira & Beraldo, 2003). A popularidade do HTP pode estar relacionada ao
baixo custo e à facilidade de sua aplicação (Lago & Bandeira, 2008).
Ao mesmo tempo, trata-se de uma das técnicas mais
questionadas no que se refere à validade e fidedignidade (Anastasi &
Urbina, 2000; Cunha, 2000). Por se tratar de uma técnica projetiva gráfica, em
que aspectos pessoais são projetados sobre o estímulo do desenho, o HTP permite
que o avaliador realize interpretações frente ao conteúdo trazido. Em virtude
da ambiguidade dos estímulos, as respostas são determinadas pelo conteúdo
idiossincrático trazido pelo indivíduo (Hammer, 1991, Machover, 1967).
O HTP foi apresentado, ao longo dos anos, por diferentes
autores orientados, em sua maioria, pela teoria psicodinâmica da personalidade.
Diferentes contribuições trazem diversidades quanto às interpretações e
dificuldades de se estabelecer critérios para tal. Por esta razão, o HTP é
entendido, muitas vezes, como um instrumento baseado no senso comum e em
conclusões arbitrárias e subjetivas.
Na sua versão actual, o HTP oferece um manual contendo
padronização de aplicação e de registro das respostas oriundas do inquérito
posterior a cada desenho. Além disso, oferece um protocolo com uma lista de
conceitos interpretativos para cada desenho, associados a possíveis
características psicopatológicas da personalidade.
Em relação à aplicação, a mesma exige que sejam
considerados alguns critérios relevantes, como o adequado conhecimento técnico
e teórico do aplicador, sobretudo no que se refere às técnicas projetivas, um
ambiente facilitador para a aplicação, a adequada administração do rapport; e
aplicação individual, especificamente no contexto clínico.
Quanto à interpretação, o HTP propõe avaliar o desenho a
partir dos seguintes aspectos: proporção, perspectiva, detalhes, qualidade da
linha e uso adequado de cores, no caso dos desenhos cromáticos (Buck, 2003).
A proposta actual do HTP sugere uma avaliação menos
detalhada e mais global do desenho quando comparada, por exemplo, aos antigos
manuais (ver Retondo, 2000). Tal proposta tende a evitar interpretações pouco
consistentes, calcadas na análise simplista do item pelo item.
A análise global dos
elementos dos desenhos tem-se apresentado apropriada para compreensão dos
aspectos psicopatológicos e das características gerais da personalidade,
sobretudo quando comparada às análises de itens específicos dos desenhos (Engle
& Suppes, 1970; Yama, 1990).
2.2-
Protocolo de interpretação
No que se refere ao protocolo de interpretação, trata-se de
uma tentativa de sistematizar a aplicação e criar critérios para a
interpretação dos desenhos. Conforme propõe o manual, o protocolo configura-se
como um recurso útil para a apreensão das características relevantes, visando a
interpretação adequada dos desenhos (Buck, 2003).
O que se observa, contudo, é a característica patologizante
e reducionista do protocolo, na medida em que vincula as características dos
desenhos a indicadores psicopatológicos muito específicos, sem considerar
outras variáveis envolvidas e que não podem ser apreendidas através da
aplicação de um único instrumento.
Neste sentido, o próprio manual do HTP adverte que as
informações oriundas do protocolo não devem ser analisadas isoladamente e devem
ser combinadas com a história clínica do indivíduo e com dados oriundos de
outras fontes (instrumentos padronizados, entrevistas e informações obtidas por
diferentes informantes Buck, 2003). É importante salientar que o objetivo da
avaliação psicológica é compreender o indivíduo da melhor forma possível, sem
rótulos ou preconceitos (Cunha, 2000; Tavares, 2003).
Portanto, quanto à interpretação dos desenhos, é importante
mencionar que esta precisa ir além do conteúdo gráfico puro e simples. Para
tanto, é necessário considerar: a) análise dos demais fenômenos oriundos da
avaliação, quais sejam, os conteúdos gestuais e verbais ocorridos ao longo da
aplicação; b) associação das informações obtidas pelo HTP a informações
oriundas de outras fontes, conforme propõe o autor no caput do protocolo de
aplicação; c) rigor no uso das informações advindas do manual; d)
interpretações fundamentadas na literatura científica sobre técnicas
projectivas gráficas (Buck, 2003).
No que se refere à
aplicação, recomenda-se o uso do HTP no âmbito clínico, já que é nesse contexto
que se encontra a possibilidade apreender as particularidades e idiossincrasias
do indivíduo avaliado, a partir de informações que dificilmente seriam
apreendidas em uma avaliação aplicada ao contexto da seleção de pessoal, por
exemplo.
Mais especificamente, parece evidente que a aplicação
individual é a mais indicada, uma vez que só assim é possível observar todos os
fenômenos ocorridos no campo da aplicação. Devido a esse conjunto de
características, salienta-se a necessidade de o psicólogo possuir uma formação
adequada para utilização do HTP, advinda de treinamentos, de atualizações e da
prática supervisionada sistemática.
2.3-
Como fazer o teste psicológico HTP: casa-árvore-pessoa
Dizem que quando desenhamos projetamos partes da nossa
personalidade que costumam ficar escondidas no inconsciente. Estas partes são
refletidas em como desenhamos os distintos elementos da composição artística. A
coisa mais importante neste teste é saber que não existem respostas corretas ou
incorretas e os resultados serão mais fiáveis quanto mais livres sejamos na
expressão.
Como na majoria de técnicas projetivas, o teste da
casa-árvore-pessoa (também conhecido como HTP, do inglês house, tree, person)
tem orientações bem simples: temos que desenhar uma casa, uma árvore e uma
pessoa em uma folha ou em qualquer superfície em que se possa observar bem o
desenho. Assim que tivermos o desenho pronto, um especialista pode
interpretá-lo ou podemos fazê-lo nós mesmos com o manual de interpretação do
teste HTP, que oferecemos a seguir.
2.4-
Síntese interpretativa do teste HTP: casa-árvore-pessoa
Em primeiro lugar, é importante salientar que as técnicas
projetivas não servem como ferramenta diagnostica. Se utilizam como reforço ou
indício para investigar mais sobre a personalidade de quem realizou a prova.
Para além, este teste costuma se realizar em crianças pequenas já que elas têm
mais facilidade em expressar coisas por meio de um desenho. A seguir,
ofereceremos umas instruções simples para saber como interpretar o teste da
casa-árvore-pessoa (HTP).
2.5-
Significado da casa no teste HTP
Este elemento está relacionado com os aspetos familiares da
nossa vida, associamos a casa às raízes pessoais, o lar e à estabilidade na
interpretação do teste HTP.
1. Tamanho
da casa: uma casa grande se associa com alegria,
abundância e bem-estar. No entanto, uma casa pequena pode ser sinal de
introversão, medo e dificuldade para se relacionar com os outros.
2. Porta:
a porta indica a forma em que nos relacionamos com o mundo exterior, uma porta
grande e aberta, por exemplo, pode ser sinal de extroversão e abertura para os
outros.
3. Janelas:
esta parte do desenho tem uma interpretação semelhante à porta: a forma em que
desenhamos as janelas indica a modo em que vemos o mundo. Uma casa sem janelas
pode ser um sintoma de mau relacionamento com o exterior.
4. Telhado:
o telhado se associa normalmente à parte mais moral, ética e consciente dos
indivíduos. Se projeta a parte mais "consciente" de nós mesmos. Um
telhado grande demais costuma se associar a gente mais idealista na
interpretação do teste HTP.
5. Paredes:
esta parte do lar está pouco estudada pela comunidade da psicanálise, mas se
diz que as paredes refletem a fortaleza interna do indivíduo. Uma parede
quebrada é sinal de doença psicológica.
6. Outros
elementos: além dos numerosos elementos mencionados,
também se devem ter em conta uma série de caraterísticas que também costumam se
desenhar: o jardim, um caminho, animais...este último elemento, por exemplo,
tende a representar um suporte afetivo.
2.6-
Interpretação da árvore no teste HTP
Este elemento costuma projetar a parte mais profunda da
nossa mente: o inconsciente. Desde a psicanálise se afirmar que podemos
descobrir muito de nós mesmos ou de quem realiza o teste mediante a
interpretação do teste da árvore.
1. As
raízes e o chão: desenhar umas raízes muito unidas ao chão
costuma ser sinal de segurança e de fidelidade com a família. A sua omissão
pode significar sensibilidade extrema e medo.
2. O
tronco: é a parte da árvore mais representativa da
percepção que temos sobre nós mesmos. Está relacionado com a ideia do
"EU" na corrente da psicanálise.
3. Os
ramos: este elemento está relacionado com as relações
que temos com o mundo exterior. Desenhar uma árvore com muitos ramos pode ser
sinal de uma grande rede social de apoio. Pelo contrário, se a copa da árvore
está mais para escassa, podemos falar de uma personalidade introvertida com
poucas interações sociais segundo a interpretação do teste HTP.
2.7-
Interpretação do desenho da pessoa no teste HTP
O último elemento que devemos interpretar é o da pessoa no
teste HTP. Este desenho está relacionado com o autoconceito, a ideia que temos
sobre nós mesmos e sobre como atuamos face as outras pessoas. O teste da figura
humana ajuda a nos conhecer um pouco melhor e a saber como nos vemos.
·
Como desenha a figura:
se começa por outra parte que não seja a cabeça pode ser um sinal de mau
desenvolvimento cognitivo.
·
A quem desenha:
a pessoa que realiza o teste pode se desenhar a si mesmo, a um personagem de
televisão, a um parente em todo caso, este aspeto reflete a pessoa mais
importante que tem o indivíduo em esse preciso momento da sua vida.
·
Cara:
a cara do desenho costuma projetar a comunicação e a sociabilidade.
·
Posição:
o lugar que ocupa a figura humana no desenho também é um elemento muito
importante a se analisar. Se está em no canto superior costuma ser um reflexo da
capacidade de enfrentamento (canto direito) ou necessidade de atenção (canto
esquerdo). Pelo contrário, uma figura centrada mostra uma personalidade
equilibrada e sensata na interpretação do teste HTP.
2.6-
Teste HTP (casa-árvore-pessoa) em adultos
Como mencionamos anteriormente, o teste HTP costuma ser
aplicado nas crianças, no entanto, também podemos tentar que um adulto realize
o teste da casa-árvore-pessoa e interpretar os seus resultados. Esta ferramenta
também costumava ser utilizada para analisar dinâmicas entre a família (se
muitos elementos coincidiam, se havia indicadores de problemas, se as crianças
mostravam desenhos controversos).
Hoje em dia, as técnicas projectivas foram passadas para
segundo plano e se utilizam outros instrumentos para investigar a personalidade
dos indivíduos. Estes instrumentos se baseiam em métodos estatísticos fiáveis e
de grande validade. Propomos-lhe dar uma olhada na nossa seção de tipos de
testes psicológicos para saber mais sobre testes ajudam a conhecer um pouco mais
sobre você e seu ambiente.
3-
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em forma de resumo, o teste HTP possui, assim como as
demais técnicas projetivas, um caráter idiossincrático (Buck, 2003). Em outras
palavras, o significado da informação obtida fundamenta-se, não no desempenho
do indivíduo relativo a grupos previamente estabelecidos, mas em seu próprio
desempenho, avaliado por métodos independentes (Tavares, 2003). A esse conjunto
de critérios, dá-se o nome de validade clínica, a qual enfatiza o significado
singular de um conjunto de indicadores para um sujeito e seu contexto
específico, que inclui o contexto de vida e contexto da avaliação (Tavares,
2003).
Em relação à atual versão brasileira do manual do HTP
(Buck, 2003), observa-se a considerável escassez de informações no que se
refere aos critérios para interpretação e à origem das associações propostas
entre os itens dos desenhos e as psicopatologias. O protocolo, por sua vez,
apresenta- se como um recurso reducionista e psicopatologizante e, devido a
esse fato, sugere-se seu uso, apenas, como um guia de orientação sobre os
critérios relevantes a serem considerados. Do mesmo modo, é necessário destacar
que o referido manual não possui dados de pesquisas realizadas no Brasil,
configurando-se, apenas, como uma mera tradução do material existente.
O HTP não deve ser considerado como um instrumento único em
um processo diagnóstico que vise avaliar aspectos da personalidade de um
indivíduo. Assim, recomenda-se que o uso do HTP para indicação de caminhos no
processo de investigação realizado a posteriori, discriminando características
bizarras salientes e servindo como um complemento para corroborar informações
advindas de fontes adicionais.
Por fim, observa-se na literatura, que os estudos sobre o
HTP são escassos. Grande parte da literatura é desatualizada e poucas pesquisas
atuais são encontradas nas bases de dados. Assim, registra-se a importância da
continuidade das pesquisas sobre o HTP, para que se possa dispor de dados
atualizados e pertinentes ao contexto brasileiro. Tais estudos contribuirão de
maneira significativa para a qualidade das propriedades do instrumento,
sobretudo no que se refere à validade à fidedignidade dos seus achados.
4-
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