1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho
fala sobre a vida e obra dos estudiosos Platão e Maquiavel. Este é um tema
muito interessante para a disciplina de sociologia, pois estamos a falar de
dois grandes pensadores que revolucionaram a ciência política, sociológica e
histórica. Até onde sabemos, Platão foi discípulo de Sócrates e o primeiro
teórico idealista. Escreveu sobre diversos temas, como amor, amizade, política,
justiça, imortalidade da alma, entre outros. No período antropológico, iniciado
a partir das ideias socráticas, Platão destacou-se por ter lançado a sua teoria
idealista e por ter deixado escrita a maioria dos textos conhecidos hoje sobre
Sócrates.
O idealismo platónico
consiste, basicamente, em uma distinção entre conhecimento sensível, inferior e
enganoso, que seria obtido pelos sentidos do corpo, e conhecimento inteligível,
superior e ideal, que acessaria a verdade sobre as coisas. O conhecimento
inteligível seria aquele que permite o nosso acesso ao ser e à essência de
algo, que seria imutável, ao contrário da aparência, que pode enganar-nos. O
conhecimento inteligível estaria no Mundo das Ideias e das Formas, enquanto o
conhecimento sensível estaria em nossa realidade material.
Já o Nicolau
Maquiavel (em italiano Niccolò Di Bernardo dei Machiavelli, Florença, 3 de Maio
de 1469 – Florença, 21 de Junho de 1527) foi um historiador, poeta, diplomata e
músico de origem florentina do renascimento. É reconhecido como fundador do
pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de ter escrito sobre o
Estado e o governo como realmente são e não como deveriam ser. Os recentes
estudos do autor e da sua obra admitem que seu pensamento foi mal interpretado
historicamente.
Maquiavel escreve
história mais como um pensador político do que como historiador. Assim ele não
se preocupa tanto com a referência precisa de afirmações contidas nas suas
obras, ainda que tenha ido aos arquivos de Florença prática incomum na época –
e deixa transparecer nas suas obras históricas a defesa de algumas das suas
ideias através da narração dos fatos históricos. Ele também acredita que a
história se repete, tornando a sua escrita útil como exemplo para que os
homens, tentados a agir sempre da mesma maneira, evitassem cometer os mesmos
erros.
2. VIDA DE PLATÃO
Platão chamava-se
Arístocles. Nascido em Atenas, no ano de 428 a.C., e falecido em 348 a.C., o
apelido Platão foi conferido ao filósofo em sua juventude por causa de seus
atributos físicos, por ser um homem forte, de ombros largos (a palavra
correspondente em grego, Platon, significa “omoplatas largas”, “costas largas”,
“ombros grandes”).
Platão era filho de
uma família influente politicamente na Grécia (Platão era descendente de Sólon,
um dos legisladores e estadistas de maior destaque da política ateniense). Por
pertencer a uma família que possuía bens materiais, Platão pôde dedicar-se aos
estudos de Filosofia.
Entre 409 a.C. e
404 a.C., Platão lutou na Guerra do Peloponeso, período final das batalhas
entre Atenas e Esparta. Tendo sido derrotado (Esparta derrotou Atenas), Platão
vivenciou o período denominado Tirania dos 30, quando o regime democrático
ateniense deu lugar à tirania oligárquica dos modelos espartanos.
Platão conheceu o
filósofo Sócrates, pensador que foi o seu mestre iniciador na Filosofia, mentor
intelectual e amigo, em Atenas. A influência de Sócrates sobre Platão é tão
grande que a maioria dos textos deixados por Platão é feita de diálogos em que
Sócrates é o personagem principal.
Em 388 a.C., onze
anos após a morte de Sócrates, Platão fundou a sua escola filosófica: a
Academia. Por ser ateniense, o filósofo tinha direitos civis garantidos e podia
adquirir terrenos na cidade. Ele escolheu um terreno no interior do parque
Academia, dedicado ao herói grego Akademus. Um lugar onde os jovens reuniam-se
para discutir política e praticar exercícios físicos, a Academia era uma
espécie de retiro tranquilo e politicamente efervescente dentro da cidade,
tendo uma vasta área verde e dois templos.
2.1. Idealismo
O idealismo platónico
é o que há de mais marcante em sua obra. Com base na noção de que o
conhecimento das Ideias ou Formas puras, imutáveis e perfeitas é o único
conhecimento verdadeiro (obtido pelo intelecto), o filósofo afirmou que o nosso
conhecimento sobre a matéria (obtido pelos sentidos) é enganoso.
Aquilo que
conhecemos por meio de nossos sentidos corpóreos são meras ilusões causadas por
nossos órgãos do sentido, portanto, são conhecimentos inferiores. O
conhecimento ideal estaria, segundo o filósofo grego, no Mundo das Ideais,
estância metafísica racional que só poderia ser alcançada por nosso intelecto.
Hoje, utilizamos a expressão “amor platónico”, que se refere a um tipo de amor
que nunca se concretiza, ou seja, é ideal. Para Platão, existem três tipos de carácter
que moldam as almas das pessoas. Cada tipo, em sua teoria política, deveria
ocupar o seu respectivo cargo na sociedade, a fim de formar uma organização
perfeita da pólis:
1. Caráter
concupiscível: mais ligado à liberdade e aos desejos, é o caráter de pessoas
mais afeitas ao trabalho manual e artesanal.
2. Caráter
irascível: por serem dominadas por impulsos de raiva, essas pessoas estariam
aptas ao serviço militar.
3. Caráter
racional: esse tipo de caráter estaria, para Platão, mais próximo da
racionalidade e, concomitantemente, da justiça, o que conferiria às pessoas que
o têm a capacidade de governar, ou seja, de atuar na política.
A maior parte dos
escritos de Platão é composta pelos diálogos socráticos, em que o seu mestre,
Sócrates, é a figura central. Em geral, os diálogos falam sobre um determinado
tema, mas sem grandes delimitações ou especificações, podendo falar sobre
outros assuntos.
Temos conhecimento,
hoje, de 35 diálogos deixados por Platão. Abaixo, estão listados os principais
textos e suas características gerais:
1. Apologia de
Sócrates: escrito após a morte de Sócrates, o texto narra os últimos momentos
do mestre de Platão, quando foi acusado de corrupção da juventude de Atenas,
julgado e condenado à morte.
2. Láques, ou Da
coragem: o livro traz uma nova concepção de coragem ao cidadão grego, antes
habituado à concepção heróica relacionada a Aquiles e Ulisses, por exemplo.
Agora, a concepção de heroísmo ganha uma conotação de acção moralmente
equilibrada e justa.
3. Hípias menor:
diálogo em que são tratadas as noções de verdade, mentira e justiça.
4. Hípias maior:
nesse texto, Platão expõe as suas concepções sobre o belo e as artes.
5. Górgias: livro
que fala sobre a Retórica, tomando como interlocutores principais Sócrates e o
sofista Górgias.
6. Fédon: diálogo
em que Platão expõe a sua concepção de alma, de reencarnação e assuntos em
relação à constituição metafísica do homem.
7. O Banquete:
nesse livro, Platão utiliza a figura de Sócrates para falar sobre o bem e o
amor ideal.
3. VIDA DE MAQUIAVEL
Nicolau de Bernardo
Maquiavel, historiador, diplomata, filósofo, artista, assumiu vários cargos
públicos e também é considerado um dos primeiros cientistas políticos modernos.
Nasceu em 3 de Maio de 1469 na cidade de Florença. Filho de Bernardo Maquiavel,
um legislador, desde cedo Nicolau tivera contacto com a vida pública e política
da República Florentina, a qual pelos anos seguintes seria governada por
Lourenço de Médicis, alcunhado, o magnifico.
Maquiavel entrou
para a vida política em 1948, sendo nomeado Segundo Secretario da Senhoria,
ainda no mesmo ano assumiu o cargo de Chefe da Segunda Chancelaria e
posteriormente se tornou Secretario dos Dez, importante cargo do Estado. Em
1499 escreveu discursos sobre negócios em Pisa, no mesmo ano realizou duas
missões diplomáticas.
Entre Junho e Julho
de 1500, Maquiavel se encontrava em meio ao cerco francês a cidade de Pisa, lá
ele passou a defender os direitos de soldados contratados como mercenários pelo
Rei da França, Luís XII. Viajou para França para defender os direitos destes
soldados. Em 1501 participou de novas missões diplomáticas. Maquiavel entrou em
meio ao jogo político dos Bórgia, liderado especialmente por Cesare Bórgia, um
homem de grande ambição e filho do papa Alexandre VI.
Maquiavel tentou
ganhar a libertação das cidades italianas que se rebelaram contra a conquista
francesa, contudo em Outubro, fora enviado pelo governo florentino para prestar
seus serviços Cesare Bórgia até o começo do ano seguinte. Em 1503, escreveu
mais dois livros e continuou com suas missões diplomáticas. Em 22 de Fevereiro
fora enviado pela Republica de Florença para a França, retornando em Março.
Os florentinos se
tornaram aliados dos franceses. Em Outubro começou a escrever o Decenal,
narração da história florentina desde 1494 em tercetos. Em 1505, fora enviado
em missões diplomáticas a fim de conseguir aliados para a causa florentina, em
1506 cansado de não conseguir recrutar tropas mercenárias, decidiu formar uma
milícia florentina, escreveu posteriormente acerca disso. Entre Agosto e Outubro
de 1506, Maquiavel passou a trabalhar para o papa Júlio II o acompanhando em
suas viagens e missões.
No mesmo ano, ele
decretou a criação dos Nove da Ordem e da Milícia onde assumiu o cargo de
chefia. Em 1508, regressou para Florença, onde escreveu Relatos sobre os Fatos
na Alemanha e continuou com a campanha de recrutamento pelos dois anos
seguintes.
3.1. Principais
obras
ü Maquiavel teve uma ampla obra bibliográfica:
ü Relatos sobre os fatos na Alemanha (1508);
ü Retrato das coisas da França (1510);
ü Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio (1513 a 1521);
ü A arte da guerra (1517 a 1520);
ü A mandrágora (1518).
Entretanto, sua
principal obra, notoriamente, é O príncipe (1953).
4. CONCLUSÃO
Depois de
desenvolver o tema, compreendemos que, Platão era jovem ateniense de família
aristocrática, praticante notável de exportes e interessado por política, discípulo
de Sócrates, escreveu os diálogos socráticos, as principais fontes de conhecimento
sobre os pensamentos de seu professor e fundou a Academia, instituição de
ensino de Filosofia e Política para os jovens atenienses. Escreveu “A
República”, primeira grande utopia política ocidental. Fundou o Idealismo,
doutrina filosófica que atribui ao conhecimento meramente racional e às Ideias
a centralidade na busca pela verdade sem possibilidade de erro.
Na mesma senda, Maquiavel,
a partir de seu pensamento político, procurou fundamentar uma filosofia
política tendo em vista a dominação dos homens. O renascimento trouxe uma série
de inovações no campo cultural, o problema para Maquiavel, entretanto, é saber
a quem serve a ciência política e o que faz para se manter no poder. Para
compreender a teoria política de Maquiavel, é preciso compreender o próprio
individuo Maquiavel como sujeito histórico e fruto de um contexto específico, o
universo mental de Nicolau Maquiavel é completamente diverso.
Deliberadamente
distancia-se dos tratados sistemáticos da escolástica medieval e, à semelhança
dos renascentistas preocupados em fundar uma nova ciência física, rompe com o
pensamento anterior, através da defesa do método da investigação empírica.
Maquiavel vive o período renascimento, como tal é leitor contumaz dos autores
clássicos, a leitura desses lhe dá a chave para compreender o contexto em que
vive, além do que o instrumentaliza com a fundamentação teóricas necessária
para escrever, entre outros, “o príncipe” e por isso que nesta obra se encontra
uma intensa reflexão filosófica e, não como querem alguns, apenas um
receituário, um manual para políticos de plantão.
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