COMPECTIVIDADE GLOBAL EM RECURSOS HUMANOS ESTRATÉGICOS

 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

POLO – CAXITO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

CURSO DE CONTABILIDADE 

 

 

 

 

 

 

 

COMPECTIVIDADE GLOBAL EM RECURSOS HUMANOS ESTRATÉGICOS

 

AUTOR: JÚLIO FELGUEIRA SEBASTIÃO

3º Ano

Sala nº 04

Período: Noite

                          

 

 

 

 

CAXITO - 2023/2024

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA

 

 

 

 

  

COMPECTIVIDADE GLOBAL EM RECURSOS HUMANOS ESTRATÉGICOS

 

Trabalho apresentado como requisito necessário para a avaliação no curso de Gestão de Recursos Humanos, orientado pelo prof Bartolomeu Mendes.

 

 

 

 

AUTOR: JÚLIO FELGUEIRA SEBASTIÃO

3º ANO

PERÍODO: TARDE

DISCIPLINA:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAXITO - 2023/2024






RESUMO

 

            Na aldeia global em que vivemos, hoje, mais que nunca a mudança ocorre a um ritmo alucinante que afeta o mais comum dos cidadãos e as empresas não são exceção. As inovações sucedem-se em catadupa a vários níveis e as organizações são apanhadas pela corrente e fazem parte dela, logo, cabe-lhes apetrecharem-se dos melhores recursos para se adaptarem e serem bem-sucedidas. Neste cenário de volatilidade do mercado importa perceber como se pode gerir a mudança o melhor possível minimizando os impactos negativos e maximizando os positivos. Assim, o intuito do presente trabalho prende-se com a compreensão da importância das práticas de Gestão de Recursos Humanos na Gestão da Mudança e como se podem apresentar como fatores facilitadores ou inibidores da mudança, atendendo à alavancagem da estratégia organizacional. Com este intuito focam-se os elementos que o processo deverá contemplar e a simbiose que se estabelece com as práticas de Gestão de Recursos Humanos integradas em dimensões como a Cultura, a Comunicação, a Gestão de Remunerações e Recompensas, a Formação, entre outras.

Palavras – Chave: Compectividade, Gestão de Recursos Humanos, Estratégia Organizacional

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SUMÁRIO

 

RESUMO.. I

1. INTRODUÇÃO.. 1

1.1. PROBLEMÁTICA.. 2

1.2. Hipóteses. 2

1.3. OBJETIVOS DO ESTUDO.. 2

1.3.1 Objetivo Geral 2

1.3.2 Objetivos Específicos. 2

1.4. Relevância do estudo. 3

2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO.. 4

2.1. Definições de termos. 4

2.1.1. Competitividade. 4

2.1.2. Gestão de Recursos humanos. 4

2.1.3. Compectividade Global em Recursos Humanos Estratégicos. 4

3. ESTRATÉGIA E VANTAGEM COMPECTITIVA.. 5

3.1. Principais Características da escola de Gestão Estratégica Competitiva. 6

4. ALGUMAS FERRAMENTAS DA GESTÃO ESTRATÉGICA.. 8

4.1 Análise Swot 8

4.2 Cadeia de Valor 9

4.3 Modelo VRIO.. 9

5. GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS. 10

5.1. Cultura Organizacional 10

5.2. Comunicação. 10

5.3. Gestão do Conhecimento. 11

5.4. Visão Sistêmica da Organização. 11

5.5. Indicadores de Desempenho dos Recursos Humanos. 12

6. CONSIDERAÇÕEE FINAIS. 13

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 14

 






1. INTRODUÇÃO

 

            No cenário globalizado do século XXI, a vantagem competitiva sustentável é um dos principais fatores para o sucesso das organizações, haja vista, a volatilidade, turbulência, e competitividade, do mercado com mudanças constantes o que gera um grande desafio aos gestores, em especial a área de gestão de pessoas, na busca de ferramentas estratégicas para o atendimento das necessidades do mercado corporativo o que exige a otimização do capital humano bem como a permanência deste na empresa.

            Nesse sentido a criação e implementação de estratégias são critérios indiscutíveis para o sucesso da organização. Portanto, considera-se imprescindível que os colaboradores sejam parceiros, treinando-os e validando a capacidade de inovação, mantém um processo de comunicação eficaz, gerência o conhecimento organizacional e viabiliza o crescimento pessoal e profissional destes colaboradores.

            Neste contexto, o estudo propõe fornecer resposta ao seguinte problema: Como a gestão de pessoas sob o enfoque estratégico influencia na obtenção de vantagens competitivas sustentáveis na empresa? Para responder ao problema a pesquisa tem como objectivo geral descrever os processos de gestão de pessoas sob o enfoque estratégico e analisar seus reflexos na obtenção de vantagens competitivas sustentáveis.

            E como objectivos específicos: conhecer os conceitos de gestão estratégica e os processos que a permeiam; descrever os programas e processos de planejamento da gestão de pessoas sob o enfoque estratégico; e identificar os indicadores da gestão estratégica de pessoas que contribuem para a obtenção de vantagens competitivas sustentáveis. 

 

 

 

 

 

 

1.1. PROBLEMÁTICA

            O tema de investigação surge da necessidade de perceber a Compectividade global em Recursos Humanos estratégicos, leia-se das práticas de Gestão de Recursos Humanos, na Gestão da Mudança, quando esta se apresenta como um processo cada vez mais premente na vida das organizações, a fim de alavancar a estratégia organizacional. O filósofo Heráclito em 500 a.C. afirmava que “Nada é permanente, exceto a mudança” e, efetivamente a mudança é uma constante. Hoje, ocorre a um ritmo muito mais vertiginoso do que outrora, impulsionado também pela crise e as novas realidades de mercado inerentes à mesma, o que exige uma grande plasticidade organizacional. Fruto desta explicação surge a seguinte pergunta: Como a gestão de pessoas sob o enfoque estratégico influencia na obtenção de vantagens competitivas sustentáveis na empresa?

1.2. Hipóteses

1.      A gestão competitiva refere-se ao nível de conduta da empresa em relação a sua estratégia e aos padrões de concorrência.

2.      As atividades ligadas à gestão incluem tarefas administrativas típicas das empresas, o planejamento estratégico e o suporte para a tomada de decisão, as finanças e o marketing.

1.3. OBJETIVOS DO ESTUDO

1.3.1 Objetivo Geral

·         Apresentar breve descrição da Compectividade global em Recursos Humanos estratégicos, por meio de investigação teórica.

1.3.2 Objetivos Específicos

·         Conhecer os conceitos de gestão estratégica e os processos que a permeiam; descrever os programas e processos de planejamento da gestão de pessoas sob o enfoque estratégico;

·         Identificar os indicadores da gestão estratégica de pessoas que contribuem para a obtenção de vantagens competitivas sustentáveis. 

·         Levantar, na teoria administrativa, as fases de desenvolvimento da Compectividade global em Recursos Humanos estratégicos;

·         Apresentar, em uma sequência histórica, o posicionamento da gestão de pessoas frente ao desenvolvimento da administração nas organizações.

 1.4. Relevância do estudo

             Este estudo é relevante para a academia, pois permitirá uma melhor compreensão desenvolvimento histórico da gestão de pessoas no país, especialmente ao aluno de graduação. Também é relevante para a área de Recursos Humanos, pois consolida informações sobre a formação e desenvolvimento da gestão de pessoas, bem como apresenta desafios para a área, nos tempos atuais e futuros. 

            A relevância da questão de investigação prende-se com o contexto actual recessivo, que a somar-se à rápida evolução científica e tecnológica tem conduzido a transformações profundas no mercado, que se refletem em novas formas de trabalhar, comunicar, socializar, vender, enfim, novas formas de viver. Assim, a empresa enquanto sistema aberto e vivo que influencia e é influenciado pela envolvente deve desenvolver mecanismos que lhe possibilitem “ler” o mercado, diagnosticar a sua situação atual e traçar uma estratégia que vá de encontro àquilo que são as expectativas do seu target, isto é, dos seus clientes, consumidores, utentes, como os queiramos designar, visto que o aumento da disponibilização de informação e da concorrência tem levado a que os consumidores sejam cada vez mais exigentes. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

 

            A Gestão Estratégica dos Recursos Humanos vislumbra-se nos anos 90 quando as empresas se veem confrontadas com o surgimento de diversos desafios de natureza tecnológica, económica, social e político-legal que as impele a mobilizar todos os seus recursos, nomeadamente RH, pelo que “A estrutura responsável pela função assume como missão a mobilização e desenvolvimento das pessoas, agora consideradas como um recurso no qual é necessário investir e, nesta perspectiva, os RH são considerados os primeiros recursos estratégicos da empresa e a própria função torna-se mais importante e adquire o estatuto de grande função estratégica”.

2.1. Definições de termos

2.1.1. Competitividade

            Para Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1995), a competitividade é a capacidade da empresa em formular e implementar estratégias concorrenciais, que lhes permitam ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado.

2.1.2. Gestão de Recursos humanos

            A gestão de recursos humanos é tida como um conjunto de processos, políticas e práticas que constituem o gerenciamento e a administração do trabalho exercido pelas pessoas que compõem a empresa (DUTRA, 2001).

            A área de Recursos Humanos (RH) é caracterizada pelas organizações e pelas pessoas que delas participam. As organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para que possam atingir seus objetivos e cumprir sua missão. As organizações permitem que os indivíduos possam alcançar objetivos que jamais seriam alcançados apenas com o esforço pessoal isolado, portanto, as organizações aproveitam a sinergia de esforços de várias pessoas que atuam em conjunto (CHIAVENATO, 2009).

2.1.3. Compectividade Global em Recursos Humanos Estratégicos

            O atual ambiente de negócios vive transformações imprevisíveis provocadas por diversos fatores e, nos últimos anos, essas transformações se aceleraram e apresentam um cenário de nova ordem social, política e econômica mais competitiva que tende a absorver novas ideias.

            Uma boa estratégia de RH deve ter como objetivo macro manter a alta produtividade dos empregados, a satisfação com o trabalho e com o ambiente e a estabilidade do time, representada por uma baixa taxa de rotatividade. Se isso for conseguido pelo plano estratégico de RH, as chances de os resultados financeiros serem mais expressivos e consistentes são muito grandes.

            Tal cenário tem provocado uma crise de paradigmas no campo do pensamento estratégico a fim de responder aos desafios dos novos contextos exigidos da Gestão Empresarial. A natureza complexa e imprevisível dos novos cenários associada à falta de base de conhecimentos necessários para a formulação de estratégias impede o controlo deliberado e, dessa forma, a definição de estratégias precisa assumir a forma de aprendizado ao longo do tempo.

3. ESTRATÉGIA E VANTAGEM COMPECTITIVA

            A estratégia baseia-se em hipóteses sobre o mercado, podendo reduzir as incertezas e os erros. Através da formulação de uma estratégia sistemática e alinhada aos elementos que norteiam a organização, como a Missão, Visão e Objetivos é bem provável que sua implementação gere vantagem competitiva.

            Para KOTLER (2007, p.63), planejamento estratégico é definido como “o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado.". Contudo, a criação da missão e visão da organização tem que ser definida de forma que todos os envolvidos no processo (colaboradores, gestores, etc.) compreendam a sua importância. E é a partir deste momento que o foco nas pessoas que compõem a organização toma conta do processo de planejamento estratégico, adaptando-se a realidade de cada organização. 

            O processo estratégico tem como objetivo final a geração de vantagem competitiva para a organização que o está executando, portanto BARNEY (2007, p. 10) afirma que a empresa possui vantagem competitiva quando “é capaz de gerar maior valor econômico do que as empresas rivais.”. Ou seja, quando os clientes percebem maiores benefícios ao adquirirem um produto ou serviço de uma empresa em detrimento de outras, além do custo econômico total ser avaliado também como um ganho. 

3.1. Principais Características da escola de Gestão Estratégica Competitiva

1.      Atuação Global: É opinião corrente que a globalização não foi desejada, mas assim mesmo ela veio, fundindo equipamentos de multimídia, criando o ciberespaço, multiplicando a utilização da Internet e gerando ganhos de escala na produção.

            A actuação global das organizações é uma caraterística da Escola de Gestão Estratégica Competitiva para o novo ambiente de negócios. A globalização tornou-se uma espécie de inevitabilidade internacional, seu conceito se transformou numa panaceia de significados, explicando todos os acontecimentos contemporâneos.

            Ela é maior do que o poder somado das economias nacionais, estabelecendo uma nova equação em que a economia suplanta a política, produzindo um fértil campo para a queda das fronteiras comerciais e para a atuação global da globalização.

2.      Proatividade e Foco Participativo: O aprendizado dessa escola deve proceder através do autodesenvolvimento e do comportamento proactivo que estimule o pensamento estratégico, a fim de que se possa compreender a ação integrada da gestão. A conquista dos objectivos tem maior chance de acontecer se a organização incentiva a postura empreendedora de todos os seus colaboradores. Com foco na elaboração e implementação da gestão.

            Para conduzir a gestão estratégica competitiva, a empresa deve compreender os limites de suas forças e suas habilidades para estar bem informada sobre o meio ambiente, convertendo em sucesso as oportunidades e, para que isso ocorra, é fundamental que a empresa construa seu futuro por meio de um comportamento proactivo.

3.      Incentivo à Criatividade: Constata-se a necessidade de que as organizações se amoldem aos novos métodos produtivos e aos avanços tecnológicos.

            O desafio é desafiar a criatividade de cada colaborador para acompanhar a velocidade de transformação de capitais, de culturas organizacionais e de mecanismos de concepção de trabalho e emprego.

            Os estrategistas devem ser mais criativos, uma vez que têm de desenvolver suas estruturas de conhecimento e seus processos de pensamento, principalmente em ambientes com alto grau de descontinuidade. Para criar um ambiente que incentive a criactividade, a organização deve buscar um comprometimento emocional de todos, reconhecendo e recompensando o desenvolvimento de ideias dos seus colaboradores.

4.      Controle Pelo Balanced Scorecard (BSC): Na Gestão Estratégica Competitiva, o BSC é utilizado como um sistema de controlo estratégico que permitirá às organizações utilizar o desdobramento da estratégia para fazer seu planejamento.

Trata-se de um sistema de gestão baseado em indicadores que impulsionam o desempenho, proporcionando à empresa visão atual e futura do negócio de forma abrangente e com um controle proativo dos objetivos planejados.

5.      Organizada em Unidades Estratégicas de Negócios (UENs): Em resposta às exigências e às novas necessidades estratégicas, estão surgindo novas formas organizacionais. A proposição das unidades estratégicas de negócios foi feita por Igor Ansoff, o qual a definia como o resultado de subdivisões da realidade de negócios da empresa.

            O conceito de UEN foi aprimorado em várias organizações contemporâneas. A Gestão Estratégica Competitiva desenvolve UENs para corporações que se constituem em conglomerados de negócios ou para empresas diversificadas em termos de serviços e produtos oferecidos.

            As estratégias de negócios ou de UENs estão subordinadas a uma gestão estratégica competitiva que define estratégias proactivas da empresa como um todo e para cada unidade de negócios, buscando o resultado final no qual a eficácia do todo seja maior do que o somatório da eficiência das partes. Esse tipo de estrutura facilita a coordenação, já que cada unidade é projetada com menos hierarquia, com mais autonomia e com um equilíbrio de poder baseado num processo decisório participativo.

6.      Ênfase em Alianças: Uma aliança estratégica é uma relação criada com o propósito de buscar objetivos mútuos, onde as organizações individuais partilham a autoridade administrativa, formando elos sociais e aceitando a propriedade conjunta.

            Na Gestão Estratégica Competitiva, as empresas se transformam a fim de formarem alianças estratégicas e desenvolver novas tecnologias, compartilhar investimentos de pesquisa e reduzir custos operacionais. O pensamento estratégico enfatiza que as melhores alianças são verdadeiras parcerias, nas quais tanto a competência quanto a interdependência de objetivos são fundamentais.

            Além disso, sintonia estratégica e compatibilidade de cultura são essenciais para o sucesso da aliança estratégica.

7.      Sustentabilidade: Os avanços da tecnologia, a globalização da economia e o acirramento da competição têm gerado impactos negativos ao meio ambiente e ao desenvolvimento social.

            A Escola de Gestão Estratégica Competitiva defende que as empresas têm amplo espectro de responsabilidades que vai além da produção de bens e serviços para obter lucro e, como membros da sociedade, elas devem participar responsavelmente do desenvolvimento sustentável.  

·         Os executivos enfrentam um imperativo urgente: criar uma relação entre a atividade de negócios e o ambiente que equacione os danos ambientais e neutralize os efeitos de práticas passadas pouco louváveis.

·         A área do pensamento estratégico tradicional costumava encarar as questões ambientais como uma situação em que se perde sempre: ou se auxilia o ambiente, prejudicando os negócios ou se auxiliam os negócios a um custo para o ambiente. A Escola de Gestão Estratégica Competitiva visa a uma abordagem ganha-ganha, sustentável a longo prazo, e demanda uma visão mais equilibrada sobre a temática de sustentabilidade.

·         Aprendizagem Contínua: Assim como na Escola de Aprendizagem, a escola da Escola de Gestão Estratégica Competitiva sugere uma resposta para esse complexo mundo e repleto de imprevisibilidade; ou seja, deve-se aprender continuamente.

4. ALGUMAS FERRAMENTAS DA GESTÃO ESTRATÉGICA

4.1 Análise Swot

            A expressão SWOT, vem do idioma inglês e deriva das palavras strengths (pontos fortes), weaknesses (pontos fracos), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças).

            Segundo Assen (2010, p.7), a Análise Swot “proporciona informações úteis para relacionar recursos com competências no ambiente competitivo em que a empresa atua”. 

4.2 Cadeia de Valor

            Analisar a capacidade interna da organização é fundamental, de acordo com Albuquerque (2002, p.45) “não apenas como subsídio para a formulação estratégica, mas também como fonte de obtenção de vantagens competitivas sustentáveis a longo prazo.”. Para a formulação da estratégia de gestão de pessoas deve-se aprofundar os aspectos das dimensões humanas, como, cultura, pessoas e como a interação das pessoas com a estrutura e com o sistema pode contribuir para a consecução dos objectivos estratégicos da organização.

            Para BARNEY (2000, p.70), a cadeia de valor é “um conjunto de atividades empresariais a que ela se dedica para desenvolver, produzir e comercializar seus produtos ou serviços.“. Fazendo-se uso da cadeia de valores, a empresa visualiza suas atividades baseadas em sua estratégia e os métodos de execução destas.

            Na perspectiva de PORTER (1989, p.39) afirma que a gerência de RH afeta a vantagem competitiva em qualquer empresa, “através de seu papel na determinação das qualificações e da motivação dos empregados e do custo da contratação e do treinamento. Em algumas indústrias ela é chave para a vantagem competitiva.”.

 4.3 Modelo VRIO

            O modelo VRIO, tem potencial para identificar se os recursos e capacidades pertencentes à empresa geram vantagem competitiva e se esta é temporária ou sustentável.

            Na questão do Valor, é importante observar se os recursos e capacidades permitem que a empresa explore oportunidades ou neutralize ameaças, sendo consideradas forças da empresa. Barney (2007, p.67) afirma que “são valiosos somente na medida em que permitem à empresa melhorar sua posição competitiva.”. Deve-se notar que estes recursos e capacidades estão atrelados ao mercado em que a organização atua, podendo ser considerados forças em um caso e fraquezas em outro.

            A Imitabilidade é um ponto importante da análise, pois dela dependerá se a empresa irá obter vantagem competitiva temporária ou sustentável. BARNEY (2007, p.73) cita que “recursos organizacionais valiosos e raros só podem ser fontes de vantagem competitiva sustentável se as empresas que não os possuem enfrentam uma desvantagem de custo para obtê-los ou desenvolve-los.”.

5. GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS

            Para MARRAS (2000, p.253) Gestão Estratégica de Pessoas é "a gestão que privilegia como objetivo fundamental, através de suas intervenções, a otimização dos resultados finais da empresa e da qualidade dos talentos que a compõem".

            Esta visão está relacionada a um assessoramento que a área de gestão de pessoas presta a alta direção da empresa em questões relacionadas à qualidade dos talentos que compõem a organização, ao desenvolvimento dos indivíduos e da empresa, a produtividade e a qualidade total; focando na ação das macros diretrizes organizacionais, de modo a alterar o perfil dos resultados e, portanto, dos lucros, agregando valor através do capital humano existente na organização e gerando diferencial competitivo sustentável, pois se trata de uma implementação de longo curso e com muitos processos únicos e pertinentes apenas àquela organização, sendo de difícil imitabilidade pelos seus concorrentes.

5.1. Cultura Organizacional

             Para TEIXEIRA et al (2005, p.56) é dito como: “Um conjunto de ideias, conhecimentos, formas de agir, pensar e sentir, expressas em termos materiais ou não, que são partilhados por um grupo ou uma organização, com uma certa regularidade no tempo e no espaço.”

            Esta definição salienta a importância para o gestor de pessoas em compreender a dimensão da cultura em que seus colaboradores estão inseridos, visualizando e compreendendo o ambiente organizacional de maneira ampla e global. A cultura de uma organização tem características de seus fundadores. Eles são o modelo da empresa, ou seja, o espelho do que a instituição deve ser, onde, na seleção dos indivíduos que irão fazer parte da organização seguirão o perfil dos fundadores.

5.2. Comunicação

            A comunicação deve ser desenvolvida na empresa através de processos claros, fidedignos e apropriados não apenas para o bom desenvolvimento da gestão estratégica de pessoas, mas também para o andamento global de todos os setores da empresa.

            Segundo este MINTZBERG citado em Casado (2002, p.271) relata que através de pesquisas acerca do assunto comunicação, os gestores ressaltam “que sua atividade principal e mais frequente é estar em interação, em comunicação contínua com subordinados, pares, clientes e fornecedores.”, ou seja, o processo comunicativo deve estar sempre focado na transmissão correta das mensagens, sem interferência de ruídos que produzam interpretações errôneas, que podem acarretar em finalizações negativas para negociações, fechamentos de contrato, pronunciamentos a respeito da empresa, e outras diversas situações as quais os gestores e demais colaboradores estão envolvidos em seu cotidiano. 

5.3. Gestão do Conhecimento

            Segundo ROBBINS (2006, p.242) é “... o processo de organização e distribuição do saber coletivo da empresa de maneira a fazer com que a informação certa chegue à pessoa certa, na hora certa.”. Caso esta gestão seja bem executada a empresa pode gerar vantagens competitivas haja vista o melhor prepara do capital humano, melhorando a produtividade e o desempenho da organização.

            Os gestores de pessoas devem atentar ao fato de que nenhum sistema de gestão do conhecimento será bem-sucedido se a cultura da empresa não apoiar o compartilhamento das informações, assim a gestão do conhecimento requer uma cultura organizacional que promova, valorize e recompense a transferência do conhecimento (ROBBINS, 2006).

            LACOMBE (2005) lista cinco habilidades que as empresas que aprendem obtêm com o gerenciamento do conhecimento: soluções sistemáticas de problemas; experimentação de novas abordagens; aprendizagem por meio de sua própria experiência e história; aprendizagem por meio da experiência e prática dos outros; e transferência de conhecimentos rápida e eficiente em toda organização.

5.4. Visão Sistêmica da Organização

            De acordo MAXIMIANO (2006, p.313) afirma que o enfoque sistêmico “oferece ao administrador uma visão integrada das organizações e do processo administrativo.”. Sendo assim, esta ferramenta produz resultados eficazes ao planejar e montar os sistemas de uma empresa.

            O alto nível de planejamento é que distingue as organizações dos demais sistemas sociais. Assim sendo, também se utiliza de alto nível de controlo, incluindo pressões ambientais, valores e expectativas compartilhados. Para atender com sucesso à perspectiva sistêmica das organizações, deve-se compreender e aplicar os papéis de cada individuo nessa empresa, além das normas e valores, principais componentes de um sistema social. (MOTTA; VASCONCELLOS, 2006)

            Portanto é importante realizar análise do ambiente organizacional como um todo, conhecendo profundamente a dinâmica da empresa e a interação entre todas as forças que nela atuam.

 5.5. Indicadores de Desempenho dos Recursos Humanos

            Segundo RODRIGUES (2006, p.71) estabelece que são “critérios explícitos de medidas que devem monitorar as ações gerenciais em um processo.”, ou seja, o seu uso quantifica os resultados, demonstrando assim o cumprimento dos objetivos e metas.

            Ainda segundo RODRIGUES (2006), são diversos indicadores que podem ser utilizados para medir os processos produtivos, tais como:

·         Produtividade: é a divisão entre a Saída (Output) e a Entrada (Input), resultando na relação do que é necessário para realizar o produto.

·         Flexibilidade: demonstra que a empresa está preparada para realizar mudanças em suas ações ou em seu fluxo de serviços de maneira ágil e eficaz.

·         Velocidade: relacionada às respostas rápidas que os colaboradores possam dar aos clientes internos e externos, melhorando o atendimento e gerando vantagem.

·         Confiabilidade: quando as respostas estão sempre de acordo com o solicitado e especificado, tanto para clientes internos quanto externos.

            Em Recursos Humanos, os indicadores mais utilizados segundo Assis (2005) são absenteísmo, índice de rotatividade (turnover), custo de rescisões por facturamento, investimento médio em treinamento, facturamento por funcionário, taxa de saída de recém-admitidos, etc.

 

 

 

 

 

 

 

6. CONSIDERAÇÕEE FINAIS

            No atual contexto de mercado, é grande a dificuldade da manutenção de vantagens competitivas a longo prazo. Desta forma, para que uma empresa atinja um patamar de sustentabilidade em sua diferenciação perante a concorrência, deve possuir características que a mantenham flexível, confiável e ágil no atendimento aos clientes, possibilitando sobressair-se.

            Para tanto, a estratégia em gestão de pessoas demonstra influenciar nesta diferença sustentável, através da identificação de competências essenciais desde o recrutamento, passando pelo treinamento e desenvolvimento, gestão do conhecimento, comunicação eficiente, tecnologia de ponta, visão sistêmica da organização, clima e cultura organizacional, gestão da qualidade de vida no trabalho e principalmente na utilização de indicadores para controle e medição dos programas adotados em busca de atingir a estratégia macro.

            Neste contexto a pesquisa demostrou que é possível a geração de vantagem competitiva sustentável por intermédio das pessoas e as respostas ao problema e objectivos especificados inicialmente puderam ser obtidas através dos resultados apresentados explicando como proceder na criação de programas e politicas de RH que busquem esta meta, sempre alinhada a missão, visão, valores, cultura e estratégia da empresa.

          Conclui-se que os factores empresariais internos determinantes da competitividade das empresas no mercado, estão sendo observados e acompanhados por estas empresas. Alguns fatores estão sendo gerenciados de forma formal pelas empresas familiares deste estudo, enquanto outros ainda estão em fase de formalização, mas não deixam de ser observados pelas mesmas.

            Ressalta-se, no entanto, que o modelo de factores internos de competitividade é complexo e exaustivo e não permite que se faça uma comparação entre as diferentes empresas de um determinado setor, uma vez que as questões internas são particulares de cada uma (SILVA, 2002). Portanto, o que se pretendeu com este estudo, foi apresentar o modelo com seus fatores que implicam em competitividade de duas empresas familiares, contextualizando de uma forma mais focada, um grupo de fatores, sendo os empresariais internos.

 

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ALBUQUERQUE, Lindolfo Galvão. et al. As pessoas na organização. 10 ed. São Paulo: Gente, 2002.

ANGELONI, Maria Terezinha. Comunicação nas organizações da era do conhecimento. São Paulo: Atlas, 2010.

ASSEN, M.; BERG, G.; PIETERSMA, P. Modelos de Gestão: os 60 modelos que todo gestor deve conhecer. 2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

BARNEY, J.B.; HESTERLY, W.S. Administração Estratégica e Vantagem Competitiva. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

CASADO, Tania. O Indivíduo e o Grupo: A Chave do Desenvolvimento. In: FLEURY, Maria Tereza Leme. et al. As Pessoas na Organização.  São Paulo: Editora Gente, 2002.

DUTRA, J. S. Gestão por competências: um modelo avançado para o gerenciamento de pessoas. São Paulo: Gente, 2001.

KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. 12 ed. São Paulo: Pearson Education, 2007.

LACOMBE, Francisco. Recursos Humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2005. 

MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico. 11 ed. São Paulo: Futura, 2000.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: da revolução urbana a revolução digital. São Paulo: Atlas, 2006.

MINTZBERG, H.; LAMPUL, J.; AHSTRAND, B. Safari de Estratégia. Porto Alegre: Bookman, 2000.

MOTTA, F.C.P.; VASCONCELLOS, I.F.G. Teoria Geral da Administração. 3 ed. São Paulo: Thomson Learning, 2006.

PASCHINI, Selma. Estrhatégia: alinhando cultura organizacional e estratégia de RH à estratégia de negócios. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.

PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 12 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. 11 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

RODRIGUES, Marcus Vinicius. Ações para a Qualidade. 2 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.

TEIXEIRA, Elizabeth. As três Metodologias. A acadêmica, da ciência, da pesquisa. Belém: UNAMA, 2006.

TEIXEIRA, Gilnei Mourão. et al. Gestão Estratégica de Pessoas. Rio de Janeiro: FGV, 2005

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

SENGE, Peter. “A Quinta Disciplina: Arte, Teoria e Prática da Organização de Aprendizagem”. 5ª ed. São Paulo: Best Seller, 1990

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