INSTITUIÇÕES SOCIAIS

INTRODUÇÃO

                                                                                                                       

As instituições sociais são estruturas fundamentais na organização das sociedades humanas, proporcionando ordem e estabilidade. Diversos autores têm estudado e definido as instituições sociais ao longo do tempo. A seguir, apresento algumas definições e visões de autores renomados:

Desde cedo fazemos parte de grupos e instituições sociais, que estão sempre presentes em nossas vidas. O Ser humano sempre buscou a convivência com outras pessoas, constituindo assim diversos laços pessoais que podem ser de vínculo familiar, de amizade, de trabalho etc.

Com esta pesquisa queremos destacar os grupos e as instituições sociais, relatando os seus tipos e suas determinadas características.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ENQUADRAMENTO TEÓRICO

O que são Instituições

Instituição social é o conjunto de regras e procedimento padronizados, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade e que têm grande valor social. São os modos de pensar, de sentir e de agir que a pessoa encontra preestabilidade e cuja mudança se faz muito lentamente, com dificuldade.

As principais instituições sociais são: a instituição familiar, a instituição educativa, a instituição religiosa, a instituição jurídica, a instituição econômica e a instituição política.

Peter L. Berger e Brigitte Berger (1990) definem instituição como um padrão de controlo, ou mesmo uma programação da conduta individual imposta pela sociedade. Muito diferente daquela definição que usualmente empregamos, não é? Para a grande maioria de nós, quando falamos de instituição, pensamos logo numa prisão, numa biblioteca, numa multinacional, num hospital, numa universidade, enfim, em um prédio onde está representado um determinado serviço que, por sua vez, é executado por um conjunto de profissionais que fazem com que o trabalho flua. Há, ainda, aqueles que alargam o conceito e entendem a família, o Estado, a economia, o sistema educacional, o judiciário, o legislativo, dentre outros como uma instituição social.

Instituição da educação

A educação é por natureza social e tem a função de desenvolver as competências e capacidades necessárias para preservar a sociedade. Vê a sociedade como um todo e não da importância às acções dos membros individuais. Durkheim atribui à educação duas funções simultâneas, a de homogeneizar e a de diferenciar.

Afirma que a sociedade só se poderá perpetuar se renovar continuamente às condições da sua própria existência, e que essa renovação é feita através da educação, em que as gerações adultas atuam sobre as mais jovens. Homogeneíza transmitindo valores e normas básicas e comuns; diferencia especializando para as diversas tarefas no mundo do trabalho. Durkheim vê a educação essencialmente tendo como função à integração e a conservação.

A concepção da sociologia de Durkheim se baseia em uma teoria do facto social. Seu objectivo é demonstrar que pode e deve existir uma sociologia objectiva e científica, conforme o modelo das outras ciências, tendo por objecto o facto social. Ele desejava que a sociologia tivesse um objecto específico que a distinguisse das outras ciências, que pudesse ser observado e explicado assim como o objecto das outras ciências.

Histórico da educação

A história da educação é um campo de estudo que examina o desenvolvimento das práticas educacionais e das instituições ao longo do tempo. Diversos autores têm contribuído com suas análises e teorias sobre o desenvolvimento da educação. A seguir, apresento uma visão geral da história da educação segundo alguns autores renomados, acompanhada de suas definições e citações.

Dewey foi um dos principais defensores do pragmatismo e da educação progressista. Ele via a educação como um processo de reconstrução e reorganização da experiência. “A educação não é preparação para a vida; a educação é a própria vida.”

Freire é conhecido por sua pedagogia crítica, que enfatiza a educação como um ato de liberdade e um processo de conscientização. Ele criticava a educação bancária, onde o aluno é visto como um recipiente vazio a ser preenchido pelo professor. “Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão.”

Piaget foi um psicólogo que estudou o desenvolvimento cognitivo das crianças. Ele acreditava que a educação deve ser baseada na compreensão dos estágios de desenvolvimento da criança. “A principal meta da educação é criar pessoas que são capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações fizeram.”

Períodos Históricos da Educação

1. Educação Antiga

Nas civilizações antigas, como a Grécia e Roma, a educação era centrada na formação do cidadão. Em Atenas, a ênfase estava na educação liberal, enquanto em Esparta, o foco era militar.

Platão: Defendia a educação como um processo para alcançar a verdade e a justiça. “A educação é a arte de orientar o desenvolvimento dos corpos e das almas no sentido da perfeição.”

2. Idade Média

Durante a Idade Média, a educação estava principalmente nas mãos da Igreja. As escolas monásticas e catedrais eram os principais centros de aprendizagem. Tomás de Aquino: A educação era vista como um meio de compreender Deus e a criação. “A fé e a razão são como duas asas pelas quais o espírito humano se eleva à contemplação da verdade.”

3. Renascimento e Iluminismo

Com o Renascimento, houve um renascimento do interesse pelo conhecimento clássico e pela educação humanista. O Iluminismo trouxe a ênfase na razão e na ciência.

John Locke: Viu a mente humana como uma tábula rasa, enfatizando a importância das experiências educacionais. “A mente do homem é como uma tábua em branco, sem nenhuma ideia; como um pedaço de papel branco.”

4. Século XIX e XX

A revolução industrial trouxe a necessidade de uma educação formal e sistemática. Surgiram sistemas nacionais de educação e a pedagogia começou a ser vista como uma ciência.

Horace Mann: Defendeu a educação pública como um direito fundamental. “A educação, além de todas as divisões de raça, casta, credo e origem, é o grande equalizador das condições dos homens.”

A Educação como processo social

Segundo o sociólogo francês Émile Durkheim (2001), nos diferenciamos dos demais animais porque vivemos em sociedade. Tal sociedade nos reclama diversas aptidões que, muitas vezes, não são instintivas, ou seja, não são inatas ao homem. Durkheim denomina esse conjunto de aptidões como “ser social”. Cada grupo social possui um tipo de moral vigente a qual os indivíduos desse grupo devem se moldar para o equilíbrio da convivência. É necessário que esses indivíduos adquiram uma consciência coletiva.

A partir dos conceitos de Durkheim, podemos entender a educação como processo para socializar os indivíduos de acordo com o contexto em que vivem, ou seja, ela “cria” indivíduos socialmente aptos a cooperar, respeitar e construir uma sociedade cada vez melhor. A educação tem o papel de introduzir o conceito de sociedade, ratificando que se trata de um conjunto de pessoas que dividem os mesmos direitos e deveres (homogeneidade) e também introduzir o conceito de diversidade um grupo necessita de indivíduos com diversas competências para que haja melhor cooperação entre eles.

Sociedade do conhecimento

A sociedade do conhecimento é um conceito que descreve uma sociedade onde o conhecimento e a informação são os principais recursos econômicos, sociais e culturais. Este conceito enfatiza a importância do conhecimento como motor do desenvolvimento e inovação, influenciando todas as esferas da vida social e econômica. Diversos teóricos e estudiosos abordam a sociedade do conhecimento sob diferentes perspectivas. A seguir, apresento algumas definições e visões de autores renomados sobre a sociedade do conhecimento, acompanhadas de suas citações relevantes.

Drucker é um dos primeiros a popularizar o conceito de sociedade do conhecimento, destacando a transição de uma economia baseada na produção de bens para uma economia baseada no conhecimento. “O recurso econômico básico ‘o meio de produção’  não é mais o capital, nem os recursos naturais, nem o trabalho. É e será o conhecimento.”

Castells estudou a sociedade da informação e o impacto das tecnologias de informação e comunicação (TIC) na formação de redes globais. Ele vê a sociedade do conhecimento como uma extensão da sociedade da informação, onde o conhecimento é central para a produtividade e a competitividade. “A capacidade de gerar conhecimento e processá-lo de maneira eficiente, e de aplicar rapidamente este conhecimento para novos processos e produtos, torna-se o recurso mais importante para a economia.”

Bell introduziu o termo "sociedade pós-industrial", que é precursor do conceito de sociedade do conhecimento, caracterizando-a pela predominância de serviços e o aumento do papel do conhecimento teórico como base para a inovação tecnológica.

“O que caracteriza a sociedade pós-industrial é a centralidade do conhecimento teórico como fonte de inovação e formulação de políticas.”

Stewart contribuiu para a compreensão do capital intelectual e sua gestão nas organizações, enfatizando a importância do conhecimento como um ativo estratégico. “O capital intelectual é a soma de tudo o que todos em uma empresa sabem que dá à empresa uma vantagem competitiva.”

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As instituições sociais são fundamentais para a coesão e funcionamento das sociedades. Elas moldam comportamentos, estabelecem normas e oferecem suporte para a convivência social. O estudo dessas instituições é crucial para entender as dinâmicas sociais e promover mudanças positivas nas estruturas sociais existentes.

A educação como processo social é essencial para o desenvolvimento de indivíduos capazes de viver e contribuir para uma sociedade democrática e justa. Compreender este conceito é crucial para a elaboração de práticas e políticas educacionais que promovam a inclusão, a equidade e a transformação social positiva. A educação, portanto, não é apenas uma preparação para a vida, mas um componente integral da própria vida social.

A história da educação é rica e multifacetada, refletindo as mudanças sociais, culturais e tecnológicas ao longo do tempo. Estudar essa evolução nos permite entender melhor as práticas educacionais contemporâneas e orientar o futuro da educação para atender às necessidades de uma sociedade em constante mudança.

É natural o homem criar vínculos com outros seres humanos constituindo assim os grupos e instituições sociais, e, esses vínculos constituem o que chamamos de grupos sociais primários e secundários, assim como as diversas instituições sociais existentes.

Com esta pesquisa apresentamos um pouco as características dos grupos e instituições sociais, dando enfoque aos tipos de grupos sociais e instituições existentes.           

A sociedade do conhecimento representa uma transformação significativa nas estruturas sociais e econômicas, onde o conhecimento se torna o principal recurso produtivo. Este conceito destaca a necessidade de adaptação contínua, inovação e equidade no acesso ao conhecimento. Compreender a sociedade do conhecimento é fundamental para enfrentar os desafios contemporâneos e aproveitar as oportunidades que surgem com a economia do conhecimento.

 

 

 

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

·         DURKHEIM, Émile. Lisboa: Edições 70, 2001, pp. 41-47

·         Drucker, Peter F. A Sociedade Pós-Capitalista. Pioneira, 1993.

·         Drucker, Peter F. A Era da Descontinuidade: Diretrizes para Nossa Sociedade em Mudança. Harper & Row, 1969.

·         Castells, Manuel. A Sociedade em Rede: A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, Volume I. Paz e Terra, 1999.

·         Castells, Manuel. A Galáxia da Internet: Reflexões sobre a Internet, Negócios e Sociedade. Zahar, 2003.

·         Bell, Daniel. O Advento da Sociedade Pós-Industrial: Uma Empreitada de Previsão Social. Cultrix, 1973.

·         Stewart, Thomas A. Capital Intelectual: A Nova Riqueza das Organizações. Campus, 1998.

·         Stewart, Thomas A. A Riqueza do Conhecimento: Capital Intelectual e a Organização do Século XXI. Campus, 2002.

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·         Dewey, John. Experiência e Educação. Kappa Delta Pi, 1938.

·         Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Paz e Terra, 1970.

·         Freire, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. Paz e Terra, 1974.

·         Durkheim, Émile. Educação e Sociologia. Vozes, 1978.

·         Durkheim, Émile. A Evolução Pedagógica na França. Pedagógica, 1977.

·         Piaget, Jean. A Origem da Inteligência na Criança. Martins Fontes, 1977.

·         Piaget, Jean. A Construção do Real na Criança. Zahar, 1971.

·         Montessori, Maria. Método Montessori: Pedagogia Científica Aplicada à Educação Infantil nas "Casas das Crianças". Blucher, 2017.

·         Montessori, Maria. A Mente Absorvente. Paidos Iberica, 1982.

·         Vygotsky, Lev. A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores. Martins Fontes, 1991.

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·         Bourdieu, Pierre. A Distinção: Crítica Social do Julgamento. Edusp, 2007.

·         Bourdieu, Pierre. A Reprodução: Elementos para uma Teoria do Sistema de Ensino. Vozes, 1992.

 

 

 

 

 

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