O PAPAL DA ESCOLA - SÓ LÍNGUA PORTUGUESA



REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
ESCOLA DO ENSINO SECUNDÁRIO DO 1º CICLO  Nº 3045






TEMA
O PAPAL DA ESCOLA 
Grupo nº 1
Classe: 12ª
Turma: D
Sala: 15
Período: Tarde

        O Docente
___________________
       







CAXITO/2017














ESCOLA DO ENSINO SECUNDÁRIO DO 1º CICLO  Nº 3045


TEMA
A MORFOLOGIA

Lista dos Integrantes
1º- António Bernardo Augusto
2º- Artur S.L. Messeles
3º- Catarina Paulo de Castro Lemos
4º- Catarina João Nicolau
5º- Dário Mateus Diógo
6º- Madalena Miguel Mssungo
7º- Maria Silvio Bento Simão
8º- Maria Mudomba Luís
9º- Maria Gaspar António
10º- Paulo João Joaquim
11º- Rosa António Muhongo
12º- Inês António
13º- Isabel Graça Major
14º- Sebastião Manuel Mudomba
15º- Santos Domingos Malembe
16º- Fernardo Manuel







Índice














INTRODUÇÃO


            O presente trabalho visa desenvolver o tema escola e o papel dos pais na construção da ordem social A temática da relação família-escola tem sido pouco pesquisada no contexto várias disciplinas social especialmente, pela psicologia escolar. Apesar de a família e a escola serem os principais contextos de desenvolvimento humano, poucos estudos científicos têm-se dedicado a compreender de forma sistemática a relacção existente entre ambas.
            Se, por um lado, a relevância da família e da escola como contextos privilegiados de desenvolvimento humano está bastante consolidada em virtude dos estudos da psicologia da família e da psicologia do desenvolvimento, por outro, os aspectos que constituem e intervêm na relacção entre estes dois contextos, sejam como barreiras à colaboração ou contribuindo para a sua promoção, ainda não estão suficientemente estabelecidos.
            Ocorre, então, que um dos reflexos do baixo desenvolvimento de pesquisas científicas voltadas à inter-secção que se estabelece cotidianamente entre a família e a escola é a ausência de publicações suficientemente actuais nesta temática.














CAPÍTULO I-O PAPAL DA ESCOLA

            Educação e escola têm um relação estreita, apesar de esta não configurar uma relação de dependência, pois há uma distinção entre a educação escolar e a educação que ocorre fora da escola. De acordo com Guzzo (1990), o sentido etimológico da palavra educar significa promover, assegurar o desenvolvimento de capacidades físicas, intelectuais e morais, sendo que, de forma geral, tal tarefa tem sido de responsabilidade dos pais.
            De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (1999), o grupo familiar tem uma função social determinada a partir das necessidades sociais, sendo que entre suas funções está, principalmente, o dever de garantir o provimento das crianças para que possam exercer futuramente atividades produtivas, bem como o dever de educá-las para que "tenham uma moral e valores compatíveis com a cultura em que vivem. Nesse mesmo sentido, Oliveira (2002) resume a função da família dizendo que a educação moral, ou seja, a trasmissão de costumes e valores de determinada época torna-se, nesta perspectiva, seu principal objetivo.
            A responsabilidade familiar junto às crianças em termos de modelo que a criança terá e do desempenho de seus papéis sociais é tradicionalmente chamada de educação primária, uma vez que tem como tarefa principal orientar o desenvolvimento e aquisição de comportamentos considerados adequados, em termos dos padrões sociais vigentes em determinada cultura.
            A escola é a instituição que tem como função a socialização do saber sistematizado, ou seja, do conhecimento elaborado e da cultura erudita. De acordo com Saviani (2005), a escola se relaciona com a ciência e não com o senso comum, e existe para proporcionar a aquisição de instrumentos que possibilitam o acesso ao saber elaborado (ciência) e aos rudimentos (bases) desse saber.
            A contribuição da escola para o desenvolvimento do sujeito é específica à aquisição do saber culturalmente organizado e às áreas distintas de conhecimento. No que diz respeito à família, "um dos seus papéis principais é a socialização da criança, isto é, sua inclusão no mundo cultural mediante o ensino da língua materna, dos símbolos e regras de convivência em grupo, englobando a educação geral e parte da formal, em colaboração com a escola.
            Escola e família têm suas especificidades e suas complementariedades. Embora não se possa supô-las como instituições completamente independentes, não se pode perder de vista suas fronteiras institucionais, ou seja, o domínio do objeto que as sustenta como instituições.
            Esses dois sistemas têm objetivos distintos, mas que se interpenetram, uma vez que compartilham a tarefa de preparar as crianças e os jovens para a inserção crítica, participativa e produtiva na sociedade. A divergência entre escola e família está na tarefa de ensinar, sendo que a primeira tem a função de favorecer a aprendizagem dos conhecimentos construídos socialmente em determinado momento histórico, de ampliar as possibilidades de convivência social e, ainda, de legitimar uma ordem social, enquanto a segunda tem a tarefa de promover a socialização das crianças, incluindo o aprendizado de padrões comportamentais, atitudes e valores aceitos pela sociedade.

1.1-A visão da escola

            Uma das possibilidades para se estudar o tema da relação família-escola é conhecer as concepções de professores a respeito das famílias de seus alunos. Nesse sentido, pesquisa realizada com professores da educação infantil em uma escola do interior paulista sugere um desconhecimento, por parte dos professores, das características das famílias atendidas, ou uma imagem estereotipada das mesmas, uma vez que as descrições feitas estão carregadas de conotações negativas e preconceituosas. Na visão de alguns professores o modelo de família que se configura é uma família idealizada, que oferece suporte, aconchego e que tem funções diferentes para cada fase da vida.
            A comunicação entre escola e família passa pela intermediação da criança, sendo esta comunicação aparentemente de mão única, por haver pouco espaço institucional para a manifestação das famílias. A ação das famílias é limitada e determinada de acordo com os interesses da escola. Assim,"num primeiro momento, defende-se uma participação ampla dos pais na escola, mas o que se verifica é uma participação que tem a ver com o fato de conhecer o trabalho da escola. Quanto ao tipo de interação estabelecido entre professores e famílias,"além de dar uma falsa aparência de intimidade, dá ao professor o controle do 'diálogo' mantido,  já que as famílias são recebidas nos portões da escola, ou na porta da sala de aula, a partir da reinvidicação das próprias famílias, e pouco tempo é dedicado a esta interação.

1.2-A visão dos alunos

            Comumente, as pesquisas realizadas sobre a temática da relação família-escola privilegiam as opiniões dos professores e dos pais. Todavia, duas pesquisas recentes focalizam a opinião dos alunos sobre a temática da relação família-escola. Para os alunos, a cobrança quanto ao rendimento escolar é uma questão bastante presente; a relação familiar baseada no diálogo mostra-se comprometida devido à falta de tempo dos pais e à não liberdade que os alunos têm para tratar de suas intimidades com os pais (Cardoso, 2003). A convocação dos pais ao colégio em situações que se referem apenas às notas ou ao comportamento deixa os alunos "revoltados" por não terem sido consultados e por não haver a mesma ação quando se trata de elogios.

1.3-A quem caberia a responsabilidade de construir essa relação

            No relato de muitos professores há a afirmação de que, apesar de abrirem as portas da escola à participação dos pais, esses são desinteressados em relação à educação dos filhos, na medida em que atribuem à escola toda a responsabilidade pela educação. Esta argumentação dos professores "visa, apenas, culpar a vítima e é uma visão pessimista das relações escola/pais, a partir da qual não se consegue dar passos positivos para ultrapassar os obstáculos à relação família-escola.
            Ao contrário dos professores que acreditam que os pais é que devem ir à escola mostrando-se interessados pelo desenvolvimento de seus filhos e pela relação entre família e escola, Tancredi e Reali (2001), Reali e Tancredi (2002), Caetano (2004) acreditam que a construção da parceria entre escola e família é função inicial dos professores, pois eles são elementos-chave no processo de aprendizagem. Dada a formação profissional específica que têm, as tentativas de aproximação e de melhoria das relações estabelecidas com as famílias devem partir, preferencialmente, da escola, pois "transferir essa função à família somente reforça sentimentos de ansiedade, vergonha e incapacidade aos pais, uma vez que não são eles os especialistas em educação.
Todavia, apesar desse discurso em que se fala que a escola é que deve ir às famílias, os modelos de envolvimento entre as famílias e a escola focalizam principalmente os pais e se referem pouco às ações dos professores e da escola na promoção da relação família-escola, como mostram os modelos propostos por Joyce Epstein, Don Davies e Owen Heleen (Marques, 1999).

CAPÍTULO II-FUNÇÃO SOCIAL DA FAMÍLIA

            Educação e escola têm um relação estreita, apesar de esta não configurar uma relação de dependência, pois há uma distinção entre a educação escolar e a educação que ocorre fora da escola. De acordo com Guzzo (1990), o sentido etimológico da palavra educar significa promover, assegurar o desenvolvimento de capacidades físicas, intelectuais e morais, sendo que, de forma geral, tal tarefa tem sido de responsabilidade dos pais.
            De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (1999), o grupo familiar tem uma função social determinada a partir das necessidades sociais, sendo que entre suas funções está, principalmente, o dever de garantir o provimento das crianças para que possam exercer futuramente atividades produtivas, bem como o dever de educá-las para que "tenham uma moral e valores compatíveis com a cultura em que vivem" .
             Nesse mesmo sentido, Oliveira (2002) resume a função da família dizendo que "a educação moral, ou seja, a trasmissão de costumes e valores de determinada época torna-se, nesta perspectiva, seu principal objectivo. A responsabilidade familiar junto às crianças em termos de modelo que a criança terá e do desempenho de seus papéis sociais é tradicionalmente chamada de educação primária, uma vez que tem como tarefa principal orientar o desenvolvimento e aquisição de comportamentos considerados adequados, em termos dos padrões sociais vigentes em determinada cultura.
            A escola é a instituição que tem como função a socialização do saber sistematizado, ou seja, do conhecimento elaborado e da cultura erudita. De acordo com Saviani (2005), a escola se relaciona com a ciência e não com o senso comum, e existe para proporcionar a aquisição de instrumentos que possibilitam o acesso ao saber elaborado (ciência) e aos rudimentos (bases) desse saber. A contribuição da escola para o desenvolvimento do sujeito é específica à aquisição do saber culturalmente organizado e às áreas distintas de conhecimento. No que diz respeito à família, "um dos seus papéis principais é a socialização da criança, isto é, sua inclusão no mundo cultural mediante o ensino da língua materna, dos símbolos e regras de convivência em grupo, englobando a educação geral e parte da formal, em colaboração com a escola.
            Escola e família têm suas especificidades e suas complementariedades. Embora não se possa supô-las como instituições completamente independentes, não se pode perder de vista suas fronteiras institucionais, ou seja, o domínio do objeto que as sustenta como instituições.

2.1-Relação família-escola

            A família é o núcleo natural e importantíssimo para a sociedade e como tal deve ser protegida; infelizmente ao decorrer dos anos podemos perceber que o conceito família vem sofrendo varias transformações sociais, com variações consideráveis em decorrência dos desenvolvimentos sociais, culturais, gêneros e econômicos de cada civilização, em face do interesse e do novo redimensionamento da sociedade, transformações essas que afetaram o sentido e a objetividade da família na atual contemporaneidade, tendo como necessidade o aprofundamento de reflexões que acerca o trabalho social realizado com famílias. 
            O termo família é derivado do latim famulus, que significa “escravo doméstico”. Esse termo surgiu na Roma Antiga (século VIII a.C.), Segundo Ribeiro (1999),esse termo foi criado para designar um novo grupo social que surgiu entre as tribos latinas.
Segundo ZAMBERLAM , a família, enquanto forma específica de agregação tem uma dinâmica de vida própria, afetada pelo processo de desenvolvimento sócio econômico e pelo impacto da ação do Estado. A cada época histórica, Idade Medieval, Moderna e Contemporânea, a família agrega características próprias, onde a família irá existir de acordo com as normas e com a realidade de seu tempo.
A concepção do que é família se diversifica devido às necessidades sociais torna-se, então, uma construção social.
Muitas são as maneiras de se conceituar a família: do ponto de vista histórico, das relações de produção, e de funcionamento, das relações interpessoais, como um grupo que tem determinadas características de relação e finalidade, etc. O conceito não só depende de diferentes pontos de vista teóricos e de diferentes epistemologias, como também apresenta mudanças que refletem a própria mudança sócio histórica da família.
Tendo como pano de fundo a divisão de responsabilidades no que concerne à educação e socialização de crianças e jovens e a relação que se estabelece entre as instituições familiares e escolares, pesquisas e levantamentos acerca desta relação passam a ser objeto de estudo de diversas áreas do conhecimento, como a psicologia, a sociologia, a educação, entre outras. Considerando as várias perspectivas e abordagens relativas ao tema, os trabalhos e pesquisas sobre a temática da relação família-escola podem ser organizados em dois grandes grupos, denominados enfoque sociológico e enfoque psicológico.
            No enfoque sociológico a relação família-escola é vista em função de determinantes ambientais e culturais. A relação entre educação e classe social mostra um certo conflito entre as finalidades socializadoras da escola (valores coletivos) e a educação doméstica (valores individuais), ou seja, entre a organização da família e os objetivos da escola. As famílias que não se enquadram no suposto modelo desejado pela escola são consideradas as grandes responsáveis pelas disparidades escolares.
             Seguindo este enfoque, faz-se necessário, para o bom funcionamento da escola, que as famílias adotem as mesmas estratégias de socilização por elas utilizadas. Assim, a representação de modelo familiar certo/correto ganha projeção e se naturaliza, tendo a própria escola como disseminadora da ideia de que algumas famílias operam de modo diverso do seu objetivo.
            Em função dessa divergência, as estratégias de socilização das famílias passam a ser a preocupação da escola, de forma que esta amplia seus âmbitos de ação, tentando assumir ou tentando substituir a família em sua ampla missão socializadora. Para Oliveira (2002), há uma intenção que passa muitas vezes despercebida nessa tentativa de aproximação e colaboração, que é a de promover uma educação para as famílias tidas como "desestruturadas". O ambiente escolar exerce um poder de orientação sobre os pais para que estes possam educar melhor os filhos e estes, por sua vez, possam frequentar a escola.
            Enquanto no enfoque sociológico a família é responsabilizada pela formação social e moral do indivíduo, no enfoque psicológico ela é responsabilizada pela formação psicológica. A ideia de que a família é a referência de vida da criança - o locus afetivo e condição sine qua non de seu desenvolvimento posterior - será utilizada para manter certa ligação entre o rendimento escolar do aluno e sua dinâmica familiar, colocando, mais uma vez, a família no lugar de desqualificada.
            Nesse enfoque, as razões de ordem emocional e afectiva ganham um colorido permanente quanto ao entendimento da relação família-escola e da ocorrência do fracasso escolar. Ganha status natural a crença de que uma "boa" dinâmica familiar é responsável pelo "bom" desempenho do aluno.
            As descrições centradas no plano afetivo ganham a atenção dos professores que, com algum conhecimento de psicologia, levam esse discurso para dentro da sala de aula e passam, em um processo naturalizado por todos, a avaliar e analisar o comportamento dos alunos.

2.2-A família e o Desempenho Escolar e a Importância do Vinculo

            A família está presente em todas as sociedades é um dos primeiros ambientes de socialização do individuo, atuando como mediadora principal dos padrões, modelos e influências cultural.
            A família é vista como um sistema social responsável pela transmissão de valores, crenças, ideias e significados que estão presentes nas sociedades, é também considerado, a primeira instituição social que, em conjunto com outras, busca assegurar a continuidade e o bem estar de seus membros e da coletividade,incluindo a proteção e o bem estar  da criança. 
            A participação dos pais junto aos filhos é a primeira associação possível entre o mundo da família e o da escola, para a criança que inicia sua escolarização, é aquela entre socialização primária e socialização secundária. 
            Nas palavras de a socialização primária é a primeira socialização que o indivíduo experimenta na infância, e em virtude da qual torna-se membro da sociedade. A socialização secundária é qualquer processo subsequente que introduz um indivíduo já socializado em novos setores do mundo objetivo de sua sociedade”.
            Por isso é importante trabalhar com família na escola, para orientar e fortalecer a o vinculo familiar e mostrar a importância da educação que é um processo importante para formação da pessoa humana, em todos os seus aspectos, por isso merece toda a atenção, a começar dos primeiros anos, quando os pais são chamados a serem os primeiros educadores. Pois nesta fase, a criança tem necessidade do afeto, da acolhida e da segurança de um lar ancorado em  princípios e valores. 
            A vida familiar é uma das primeiras experiências significativas de vida do indivíduo”, é essencialmente necessária na formação cultural e social de qualquer sujeito, pois dela todos os indivíduos fazem parte. 
            Não há educação com bons resultados sem a participação da família no processo, daí a importância dos pais, acompanhando os  filhos em suas atividades, conversando com eles, dando-lhes atenção e motivando-os ao estudo.

2.3-A visão dos pais

            Outra possibilidade para se estudar o tema da relação família-escola é conhecer a concepção dos pais sobre a relação entre família e escola. Os estudos de Bhering e Siraj-Blatchford (1999) e Bhering (2003) identificaram que, para os pais, o envolvimento deve ser de responsabilidade e iniciativa da escola, enquanto o papel deles seria complementar às metas educacionais da escola.
            Para os pais, o envolvimento refere-se a uma forma de participar intensamente de atividades relacionadas ao ensino e à aprendizagem escolar, tanto em casa quanto na escola; diz respeito a diversos procedimentos adotados pelos pais para auxiliar na aprendizagem dos filhos (deveres de casa, leitura de livros, jogos que estimulam o desenvolvimento cognitivo) e à participação ativa na escola (na sala de aula, biblioteca, excursões).
            A ajuda ou colaboração refere-se à prestação de serviços como, por exemplo, em eventos sociais, feiras, festivais, excursões e aquisição de materiais e equipamentos para a escola. Na visão das famílias as interações estabelecidas com a escola ocorrem nos horários de saída, nas reuniões de pais convocadas pela escola ou em datas comemorativas, o que ilustra um relacionamento superficial e limitado a situações "formais", como as reuniões bimestrais e as comemorações, ambas organizadas pela escola (Reali & Tancredi, 2002).
            Quanto à função de cada um (pais e professores), embora apresentem preocupações comuns, como o bom desempenho escolar das crianças, pais e professores acreditam ter tarefas diferentes e mostram-se relutantes em fazer aquilo que consideram ser tarefa do outro. Para os pais, os professores deveriam manter a educação escolar como sua responsabildiade, enquanto aos pais caberia assegurar que as crianças estivessem prontas para a educação escolar (Bhering, 2003).
            No âmbito nacional, as reuniões de pais e professores são os eventos que mais mobilizam os responsáveis, sendo que um chamado imprevisto para o comparecimento à escola desperta fortes apreensões na família, pois surge, de imediato, a ideia de que a convocação está relacionada a problemas disciplinares de alguma gravidade, ou de baixo rendimento ou, ainda, de alguma deficiência, tratando-se, sempre, de um fato já ocorrido e que será apenas comunicado aos pais.

2.4-A educação e sua função social

            Ao discutirmos a função social da educação e da escola, estamos entendendo a educação no seu sentido ampliado, ou seja, enquanto prática social que se dá nas relações sociais que os homens estabelecem entre si, nas diversas instituições e movimentos sociais, sendo, portanto, constituinte e constitutiva dessas relações.
             O homem, no processo de transformação da natureza, instaura leis que regem a sua convivência com os demais grupos, cria estruturas sociais básicas que se estabelecem e se solidificam à medida que se vai constituindo em locus de formação humana.
            Nesse sentido, a escola, enquanto criação do homem, só se justifica e se legitima diante da sociedade, ao cumprir a finalidade para a qual foi criada. Assim, a escola, no desempenho de sua função social de formadora de sujeitos históricos, precisa ser um espaço de sociabilidade que possibilite a construção e a socialização do conhecimento produzido, tendo em vista que esse conhecimento não é dado a priori.
             Trata-se de conhecimento vivo e que se caracteriza como processo em construção. A educação, como prática social que se desenvolve nas relações estabelecidas entre os grupos, seja na escola ou em outras esferas da vida social, se caracteriza como campo social de disputa hegemônica, disputa essa que se dá "na perspectiva de articular as concepções, a organização dos processos e dos conteúdos educativos na escola.

2.5-A Escola enquanto Instituição Contemporânea e seu Papel Social

            As escolas actuais angolanas tem sido alvo de diversas discussões, que perpassam pelas mudanças e transformações sociais, políticas e culturais como as realidades ligadas à educação no âmbito escolar, entre elas as questões sociais, econômicas e históricas, que se apresentam cotidianamente, nas relações entre alunos, profissionais, família e comunidade.
            Nestes tempos de mutações profundas e de incerteza acentuada, deve-se investir muito na educação, facilitando assim o emprego, despertando as mentes e as consciências diante dos novos desafios, facilitando o acesso à cultura e reduzindo a exclusão. A educação é o melhor investimento social.
             Diante dos temas que perfazem a realidade, podemos observar que a escola é uma instituição com papel essencial na sociedade, onde a educação ocupa um papel fundamental na construção da cidadania colaborando na socialização.Segundo Rios “é tarefa da escola desenvolver capacidades, habilidades e isso se realiza pela socialização dos conhecimentos, dos múltiplos saberes.

2.6-O Assistente Social no Sistema Educacional

            A política educacional reflete as expressões da questão social, que impõem desafios aos sujeitos que participam de seu planejamento, da sua execução e apresenta demandas ao Serviço Social. O profissional Assistente Social dentro do ambiente escolar utiliza-se de seu referencial teórico metodológico e instrumental operacional, e ético-politico que consegue perceber:
            A política educacional é, assim, expressão da própria questão social na medida em que representa o resultado das lutas sociais travadas pelo reconhecimento da educação pública como direito social. E aqui deve ser ressaltada uma das principais características da realidade brasileira: o fato de a educação não ter se constituído até o momento em um direito social efetivo e universalmente garantido, um patrimônio da sociedade civil, conforme ocorreu em vários países como etapa fundamental do processo de consolidação do próprio modo de produção capitalista, ou seja, como um valor social universal e como condição necessária ao desenvolvimento das forças produtivas.
            A desigualdade social chamada muitas vezes de desigualdade econômica, é um problema social presente, decorrente da má distribuição de renda e pela falta de investimento na educação, o que implica no direito a educação de qualidade prestada à população. Que através dessas expressões é necessário o profissional de Serviço Social na escola para realizar o atendimento às demandas sociais junto à equipe interdisciplinar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 



CONSIDERAÇÕES FINAIS

           
            A escola, como se observou, esteve ao longo do processo de formação e desenvolvimento brasileiro servindo aos interesses do capital. No que diz respeito às desigualdades sociais, na sociedade capitalista elas se acentuaram ainda mais, pois, criou-se a ilusão de que todos poderiam “vencer” na vida, especialmente através da escola, ouresolvido o problema da educação do povo, todos os demais se resolverão automática e espontaneamente”, o que na realidade não se comprovou.
            Mesmo a escola actual que se apresenta como democrática, num país que desde a Constituição promulgada em 1988 passou a ser considerado democrático de direito, é excludente e continua sendo elitista. Basta que se verifique a marginalização de uma grande parcela da população, onde muitas crianças, jovens, adultos e idosos não têm condições de acesso e permanência embora este discurso faça parte das lutas
            Escola e família são instituições diferentes e que apresentam objetivos distintos; todavia, compartilham a importante tarefa de preparar crianças e adolescentes para a inserção na sociedade, a qual deve ter uma característica crítica, participativa e produtiva.















REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Bhering, E. (2003). Percepções de pais e professores sobre o envolvimento dos pais na educação infantil e ensino fundamental. Contrapontos, 3 (3), 483-510.        
Bhering, E., & Siraj-Blatchford, I. (1999). A relação escola-pais: um modelo de trocas e colaboração. Cadernos de Pesquisa, 106, 191-216.        
Bock, A. M. B., Furtado, O., & Teixeira, M. L. T. (1999). Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva.        
Brasil. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. (2005). Pesquisa nacional qualidade da educação: a escola pública na opinião dos pais: resumo técnico executivo. Brasília: Ministério da Educação.       
Brasil. Senado Federal. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal.





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