REPÚBLICA DE
ANGOLA
MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO
ESCOLA DO
ENSINO SECUNDÁRIO DO 1º CICLO Nº 3045
TEMA
O PAPAL DA ESCOLA
Grupo nº 1
Classe: 12ª
Turma: D
Sala: 15
Período: Tarde
O Docente
___________________
CAXITO/2017
ESCOLA DO
ENSINO SECUNDÁRIO DO 1º CICLO Nº 3045
TEMA
A
MORFOLOGIA
Lista dos Integrantes
1º-
António Bernardo Augusto
2º-
Artur S.L. Messeles
3º-
Catarina Paulo de Castro Lemos
4º-
Catarina João Nicolau
5º-
Dário Mateus Diógo
6º-
Madalena Miguel Mssungo
7º-
Maria Silvio Bento Simão
8º-
Maria Mudomba Luís
9º-
Maria Gaspar António
10º-
Paulo João Joaquim
11º-
Rosa António Muhongo
12º-
Inês António
13º-
Isabel Graça Major
14º-
Sebastião Manuel Mudomba
15º-
Santos Domingos Malembe
16º-
Fernardo Manuel
Índice
INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa desenvolver
o tema escola e o papel dos pais na construção da ordem social A temática da
relação família-escola tem sido pouco pesquisada no contexto várias disciplinas
social especialmente, pela psicologia escolar. Apesar de a família e a escola
serem os principais contextos de desenvolvimento humano, poucos estudos
científicos têm-se dedicado a compreender de forma sistemática a relacção
existente entre ambas.
Se, por um lado, a relevância da
família e da escola como contextos privilegiados de desenvolvimento humano está
bastante consolidada em virtude dos estudos da psicologia da família e da
psicologia do desenvolvimento, por outro, os aspectos que constituem e intervêm
na relacção entre estes dois contextos, sejam como barreiras à colaboração ou
contribuindo para a sua promoção, ainda não estão suficientemente
estabelecidos.
Ocorre, então, que um dos reflexos
do baixo desenvolvimento de pesquisas científicas voltadas à inter-secção que
se estabelece cotidianamente entre a família e a escola é a ausência de
publicações suficientemente actuais nesta temática.
CAPÍTULO I-O PAPAL DA
ESCOLA
Educação
e escola têm um relação estreita, apesar de esta não configurar uma relação de
dependência, pois há uma distinção entre a educação escolar e a educação que
ocorre fora da escola. De acordo com Guzzo (1990), o sentido etimológico da
palavra educar significa promover, assegurar o desenvolvimento de capacidades
físicas, intelectuais e morais, sendo que, de forma geral, tal tarefa tem sido
de responsabilidade dos pais.
De
acordo com Bock, Furtado e Teixeira (1999), o grupo familiar tem uma função
social determinada a partir das necessidades sociais, sendo que entre suas
funções está, principalmente, o dever de garantir o provimento das crianças
para que possam exercer futuramente atividades produtivas, bem como o dever de educá-las
para que "tenham uma moral e valores compatíveis com a cultura em que
vivem. Nesse mesmo sentido, Oliveira (2002) resume a função da família dizendo
que a educação moral, ou seja, a trasmissão de costumes e valores de
determinada época torna-se, nesta perspectiva, seu principal objetivo.
A
responsabilidade familiar junto às crianças em termos de modelo que a criança
terá e do desempenho de seus papéis sociais é tradicionalmente chamada de
educação primária, uma vez que tem como tarefa principal orientar o
desenvolvimento e aquisição de comportamentos considerados adequados, em termos
dos padrões sociais vigentes em determinada cultura.
A
escola é a instituição que tem como função a socialização do saber
sistematizado, ou seja, do conhecimento elaborado e da cultura erudita. De
acordo com Saviani (2005), a escola se relaciona com a ciência e não com o
senso comum, e existe para proporcionar a aquisição de instrumentos que
possibilitam o acesso ao saber elaborado (ciência) e aos rudimentos (bases) desse
saber.
A
contribuição da escola para o desenvolvimento do sujeito é específica à
aquisição do saber culturalmente organizado e às áreas distintas de
conhecimento. No que diz respeito à família, "um dos seus papéis
principais é a socialização da criança, isto é, sua inclusão no mundo cultural
mediante o ensino da língua materna, dos símbolos e regras de convivência em
grupo, englobando a educação geral e parte da formal, em colaboração com a
escola.
Escola
e família têm suas especificidades e suas complementariedades. Embora não se
possa supô-las como instituições completamente independentes, não se pode
perder de vista suas fronteiras institucionais, ou seja, o domínio do objeto
que as sustenta como instituições.
Esses
dois sistemas têm objetivos distintos, mas que se interpenetram, uma vez que compartilham
a tarefa de preparar as crianças e os jovens para a inserção crítica, participativa
e produtiva na sociedade. A divergência entre escola e família está na tarefa
de ensinar, sendo que a primeira tem a função de favorecer a aprendizagem dos
conhecimentos construídos socialmente em determinado momento histórico, de
ampliar as possibilidades de convivência social e, ainda, de legitimar uma
ordem social, enquanto a segunda tem a tarefa de promover a socialização das
crianças, incluindo o aprendizado de padrões comportamentais, atitudes e
valores aceitos pela sociedade.
1.1-A visão da escola
Uma
das possibilidades para se estudar o tema da relação família-escola é conhecer
as concepções de professores a respeito das famílias de seus alunos. Nesse
sentido, pesquisa realizada com professores da educação infantil em uma escola
do interior paulista sugere um desconhecimento, por parte dos professores, das
características das famílias atendidas, ou uma imagem estereotipada das mesmas,
uma vez que as descrições feitas estão carregadas de conotações negativas e
preconceituosas. Na visão de alguns professores o modelo de família que se
configura é uma família idealizada, que oferece suporte, aconchego e que tem funções
diferentes para cada fase da vida.
A
comunicação entre escola e família passa pela intermediação da criança, sendo
esta comunicação aparentemente de mão única, por haver pouco espaço
institucional para a manifestação das famílias. A ação das famílias é limitada
e determinada de acordo com os interesses da escola. Assim,"num primeiro
momento, defende-se uma participação ampla dos pais na escola, mas o que se
verifica é uma participação que tem a ver com o fato de conhecer o trabalho da
escola. Quanto ao tipo de interação estabelecido entre professores e
famílias,"além de dar uma falsa aparência de intimidade, dá ao professor o
controle do 'diálogo' mantido, já que as
famílias são recebidas nos portões da escola, ou na porta da sala de aula, a
partir da reinvidicação das próprias famílias, e pouco tempo é dedicado a esta
interação.
1.2-A visão dos alunos
Comumente,
as pesquisas realizadas sobre a temática da relação família-escola privilegiam
as opiniões dos professores e dos pais. Todavia, duas pesquisas recentes
focalizam a opinião dos alunos sobre a temática da relação família-escola. Para
os alunos, a cobrança quanto ao rendimento escolar é uma questão bastante
presente; a relação familiar baseada no diálogo mostra-se comprometida devido à
falta de tempo dos pais e à não liberdade que os alunos têm para tratar de suas
intimidades com os pais (Cardoso, 2003). A convocação dos pais ao colégio em
situações que se referem apenas às notas ou ao comportamento deixa os alunos
"revoltados" por não terem sido consultados e por não haver a mesma
ação quando se trata de elogios.
1.3-A quem caberia a responsabilidade de construir essa
relação
No
relato de muitos professores há a afirmação de que, apesar de abrirem as portas
da escola à participação dos pais, esses são desinteressados em relação à
educação dos filhos, na medida em que atribuem à escola toda a responsabilidade
pela educação. Esta argumentação dos professores "visa, apenas, culpar a
vítima e é uma visão pessimista das relações escola/pais, a partir da qual não
se consegue dar passos positivos para ultrapassar os obstáculos à relação
família-escola.
Ao
contrário dos professores que acreditam que os pais é que devem ir à escola
mostrando-se interessados pelo desenvolvimento de seus filhos e pela relação
entre família e escola, Tancredi e Reali (2001), Reali e Tancredi (2002),
Caetano (2004) acreditam que a construção da parceria entre escola e família é
função inicial dos professores, pois eles são elementos-chave no processo de
aprendizagem. Dada a formação profissional específica que têm, as tentativas de
aproximação e de melhoria das relações estabelecidas com as famílias devem
partir, preferencialmente, da escola, pois "transferir essa função à
família somente reforça sentimentos de ansiedade, vergonha e incapacidade aos
pais, uma vez que não são eles os especialistas em educação.
Todavia, apesar desse discurso em
que se fala que a escola é que deve ir às famílias, os modelos de envolvimento
entre as famílias e a escola focalizam principalmente os pais e se referem
pouco às ações dos professores e da escola na promoção da relação
família-escola, como mostram os modelos propostos por Joyce Epstein, Don Davies
e Owen Heleen (Marques, 1999).
CAPÍTULO II-FUNÇÃO
SOCIAL DA FAMÍLIA
Educação
e escola têm um relação estreita, apesar de esta não configurar uma relação de
dependência, pois há uma distinção entre a educação escolar e a educação que
ocorre fora da escola. De acordo com Guzzo (1990), o sentido etimológico da
palavra educar significa promover, assegurar o desenvolvimento de capacidades
físicas, intelectuais e morais, sendo que, de forma geral, tal tarefa tem sido
de responsabilidade dos pais.
De
acordo com Bock, Furtado e Teixeira (1999), o grupo familiar tem uma função
social determinada a partir das necessidades sociais, sendo que entre suas
funções está, principalmente, o dever de garantir o provimento das crianças
para que possam exercer futuramente atividades produtivas, bem como o dever de
educá-las para que "tenham uma moral e valores compatíveis com a cultura
em que vivem" .
Nesse mesmo sentido, Oliveira (2002) resume a
função da família dizendo que "a educação moral, ou seja, a trasmissão de
costumes e valores de determinada época torna-se, nesta perspectiva, seu
principal objectivo. A responsabilidade familiar junto às crianças em termos de
modelo que a criança terá e do desempenho de seus papéis sociais é
tradicionalmente chamada de educação primária, uma vez que tem como tarefa
principal orientar o desenvolvimento e aquisição de comportamentos considerados
adequados, em termos dos padrões sociais vigentes em determinada cultura.
A
escola é a instituição que tem como função a socialização do saber
sistematizado, ou seja, do conhecimento elaborado e da cultura erudita. De
acordo com Saviani (2005), a escola se relaciona com a ciência e não com o
senso comum, e existe para proporcionar a aquisição de instrumentos que
possibilitam o acesso ao saber elaborado (ciência) e aos rudimentos (bases)
desse saber. A contribuição da escola para o desenvolvimento do sujeito é
específica à aquisição do saber culturalmente organizado e às áreas distintas
de conhecimento. No que diz respeito à família, "um dos seus papéis
principais é a socialização da criança, isto é, sua inclusão no mundo cultural mediante
o ensino da língua materna, dos símbolos e regras de convivência em grupo,
englobando a educação geral e parte da formal, em colaboração com a escola.
Escola
e família têm suas especificidades e suas complementariedades. Embora não se
possa supô-las como instituições completamente independentes, não se pode
perder de vista suas fronteiras institucionais, ou seja, o domínio do objeto
que as sustenta como instituições.
2.1-Relação família-escola
A família é o
núcleo natural e importantíssimo para a sociedade e como tal deve ser
protegida; infelizmente ao decorrer dos anos podemos perceber que o conceito
família vem sofrendo varias transformações sociais, com variações consideráveis
em decorrência dos desenvolvimentos sociais, culturais, gêneros e econômicos de
cada civilização, em face do interesse e do novo redimensionamento da
sociedade, transformações essas que afetaram o sentido e a objetividade da
família na atual contemporaneidade, tendo como necessidade o aprofundamento de
reflexões que acerca o trabalho social realizado com famílias. O termo família é derivado do latim famulus, que significa “escravo doméstico”. Esse termo surgiu na Roma Antiga (século VIII a.C.), Segundo Ribeiro (1999),esse termo foi criado para designar um novo grupo social que surgiu entre as tribos latinas.
Segundo ZAMBERLAM , a família, enquanto forma específica de agregação tem uma dinâmica de vida própria, afetada pelo processo de desenvolvimento sócio econômico e pelo impacto da ação do Estado. A cada época histórica, Idade Medieval, Moderna e Contemporânea, a família agrega características próprias, onde a família irá existir de acordo com as normas e com a realidade de seu tempo.
A concepção do que é família se diversifica devido às necessidades sociais torna-se, então, uma construção social.
Muitas são as maneiras de se conceituar a família: do ponto de vista histórico, das relações de produção, e de funcionamento, das relações interpessoais, como um grupo que tem determinadas características de relação e finalidade, etc. O conceito não só depende de diferentes pontos de vista teóricos e de diferentes epistemologias, como também apresenta mudanças que refletem a própria mudança sócio histórica da família.
Tendo como pano de fundo a divisão
de responsabilidades no que concerne à educação e socialização de crianças e
jovens e a relação que se estabelece entre as instituições familiares e
escolares, pesquisas e levantamentos acerca desta relação passam a ser objeto
de estudo de diversas áreas do conhecimento, como a psicologia, a sociologia, a
educação, entre outras. Considerando as várias perspectivas e abordagens
relativas ao tema, os trabalhos e pesquisas sobre a temática da relação
família-escola podem ser organizados em dois grandes grupos, denominados
enfoque sociológico e enfoque psicológico.
No
enfoque sociológico a relação família-escola é vista em função de determinantes
ambientais e culturais. A relação entre educação e classe social mostra um
certo conflito entre as finalidades socializadoras da escola (valores
coletivos) e a educação doméstica (valores individuais), ou seja, entre a
organização da família e os objetivos da escola. As famílias que não se
enquadram no suposto modelo desejado pela escola são consideradas as grandes
responsáveis pelas disparidades escolares.
Seguindo este enfoque, faz-se necessário, para
o bom funcionamento da escola, que as famílias adotem as mesmas estratégias de
socilização por elas utilizadas. Assim, a representação de modelo familiar
certo/correto ganha projeção e se naturaliza, tendo a própria escola como
disseminadora da ideia de que algumas famílias operam de modo diverso do seu
objetivo.
Em
função dessa divergência, as estratégias de socilização das famílias passam a
ser a preocupação da escola, de forma que esta amplia seus âmbitos de ação,
tentando assumir ou tentando substituir a família em sua ampla missão
socializadora. Para Oliveira (2002), há uma intenção que passa muitas vezes
despercebida nessa tentativa de aproximação e colaboração, que é a de promover
uma educação para as famílias tidas como "desestruturadas". O
ambiente escolar exerce um poder de orientação sobre os pais para que estes
possam educar melhor os filhos e estes, por sua vez, possam frequentar a
escola.
Enquanto
no enfoque sociológico a família é responsabilizada pela formação social e
moral do indivíduo, no enfoque psicológico ela é responsabilizada pela formação
psicológica. A ideia de que a família é a referência de vida da criança - o locus afetivo e condição sine qua non de seu
desenvolvimento posterior - será utilizada para manter certa ligação entre o
rendimento escolar do aluno e sua dinâmica familiar, colocando, mais uma vez, a
família no lugar de desqualificada.
Nesse
enfoque, as razões de ordem emocional e afectiva ganham um colorido permanente
quanto ao entendimento da relação família-escola e da ocorrência do fracasso
escolar. Ganha status natural a
crença de que uma "boa" dinâmica familiar é responsável pelo
"bom" desempenho do aluno.
As
descrições centradas no plano afetivo ganham a atenção dos professores que, com
algum conhecimento de psicologia, levam esse discurso para dentro da sala de
aula e passam, em um processo naturalizado por todos, a avaliar e analisar o
comportamento dos alunos.
2.2-A família e o Desempenho Escolar
e a Importância do Vinculo
A
família está presente em todas as sociedades é um dos primeiros ambientes de
socialização do individuo, atuando como mediadora principal dos padrões,
modelos e influências cultural.
A
família é vista como um sistema social responsável pela transmissão de valores,
crenças, ideias e significados que estão presentes nas sociedades, é também
considerado, a primeira instituição social que, em conjunto com outras, busca
assegurar a continuidade e o bem estar de seus membros e da
coletividade,incluindo a proteção e o bem estar da criança.
A
participação dos pais junto aos filhos é a primeira associação possível entre o
mundo da família e o da escola, para a criança que inicia sua escolarização, é
aquela entre socialização primária e socialização secundária.
Nas
palavras de a socialização primária é a primeira socialização que o indivíduo
experimenta na infância, e em virtude da qual torna-se membro da sociedade. A
socialização secundária é qualquer processo subsequente que introduz um
indivíduo já socializado em novos setores do mundo objetivo de sua sociedade”.
Por
isso é importante trabalhar com família na escola, para orientar e fortalecer a
o vinculo familiar e mostrar a importância da educação que é um processo
importante para formação da pessoa humana, em todos os seus aspectos, por isso
merece toda a atenção, a começar dos primeiros anos, quando os pais são
chamados a serem os primeiros educadores. Pois nesta fase, a criança tem
necessidade do afeto, da acolhida e da segurança de um lar ancorado em
princípios e valores.
A
vida familiar é uma das primeiras experiências significativas de vida do
indivíduo”, é essencialmente necessária na formação cultural e social de
qualquer sujeito, pois dela todos os indivíduos fazem parte.
Não
há educação com bons resultados sem a participação da família no processo, daí
a importância dos pais, acompanhando os filhos em suas atividades,
conversando com eles, dando-lhes atenção e motivando-os ao estudo.
2.3-A visão dos pais
Outra
possibilidade para se estudar o tema da relação família-escola é conhecer a
concepção dos pais sobre a relação entre família e escola. Os estudos de
Bhering e Siraj-Blatchford (1999) e Bhering (2003) identificaram que, para os
pais, o envolvimento deve ser de responsabilidade e iniciativa da escola,
enquanto o papel deles seria complementar às metas educacionais da escola.
Para
os pais, o envolvimento refere-se a uma forma de participar intensamente de
atividades relacionadas ao ensino e à aprendizagem escolar, tanto em casa
quanto na escola; diz respeito a diversos procedimentos adotados pelos pais
para auxiliar na aprendizagem dos filhos (deveres de casa, leitura de livros,
jogos que estimulam o desenvolvimento cognitivo) e à participação ativa na
escola (na sala de aula, biblioteca, excursões).
A
ajuda ou colaboração refere-se à prestação de serviços como, por exemplo, em
eventos sociais, feiras, festivais, excursões e aquisição de materiais e
equipamentos para a escola. Na visão das famílias as interações estabelecidas
com a escola ocorrem nos horários de saída, nas reuniões de pais convocadas
pela escola ou em datas comemorativas, o que ilustra um relacionamento
superficial e limitado a situações "formais", como as reuniões
bimestrais e as comemorações, ambas organizadas pela escola (Reali &
Tancredi, 2002).
Quanto
à função de cada um (pais e professores), embora apresentem preocupações
comuns, como o bom desempenho escolar das crianças, pais e professores
acreditam ter tarefas diferentes e mostram-se relutantes em fazer aquilo que
consideram ser tarefa do outro. Para os pais, os professores deveriam manter a
educação escolar como sua responsabildiade, enquanto aos pais caberia assegurar
que as crianças estivessem prontas para a educação escolar (Bhering, 2003).
No
âmbito nacional, as reuniões de pais e professores são os eventos que mais
mobilizam os responsáveis, sendo que um chamado imprevisto para o
comparecimento à escola desperta fortes apreensões na família, pois surge, de
imediato, a ideia de que a convocação está relacionada a problemas
disciplinares de alguma gravidade, ou de baixo rendimento ou, ainda, de alguma
deficiência, tratando-se, sempre, de um fato já ocorrido e que será apenas
comunicado aos pais.
2.4-A educação e sua função social
Ao
discutirmos a função social da educação e da escola, estamos entendendo a
educação no seu sentido ampliado, ou seja, enquanto prática social que se dá
nas relações sociais que os homens estabelecem entre si, nas diversas
instituições e movimentos sociais, sendo, portanto, constituinte e constitutiva
dessas relações.
O homem, no processo de transformação da
natureza, instaura leis que regem a sua convivência com os demais grupos, cria
estruturas sociais básicas que se estabelecem e se solidificam à medida que se
vai constituindo em locus de formação humana.
Nesse
sentido, a escola, enquanto criação do homem, só se justifica e se legitima
diante da sociedade, ao cumprir a finalidade para a qual foi criada. Assim, a
escola, no desempenho de sua função social de formadora de sujeitos históricos,
precisa ser um espaço de sociabilidade que possibilite a construção e a
socialização do conhecimento produzido, tendo em vista que esse conhecimento
não é dado a priori.
Trata-se de conhecimento vivo e que se
caracteriza como processo em construção. A educação, como prática social que se
desenvolve nas relações estabelecidas entre os grupos, seja na escola ou em
outras esferas da vida social, se caracteriza como campo social de disputa
hegemônica, disputa essa que se dá "na perspectiva de articular as
concepções, a organização dos processos e dos conteúdos educativos na escola.
2.5-A Escola enquanto Instituição Contemporânea e seu Papel
Social
As
escolas actuais angolanas tem sido alvo de diversas discussões, que perpassam
pelas mudanças e transformações sociais, políticas e culturais como as
realidades ligadas à educação no âmbito escolar, entre elas as questões
sociais, econômicas e históricas, que se apresentam cotidianamente, nas
relações entre alunos, profissionais, família e comunidade.
Nestes
tempos de mutações profundas e de incerteza acentuada, deve-se investir muito
na educação, facilitando assim o emprego, despertando as mentes e as
consciências diante dos novos desafios, facilitando o acesso à cultura e
reduzindo a exclusão. A educação é o melhor investimento social.
Diante dos temas que perfazem a realidade,
podemos observar que a escola é uma instituição com papel essencial na
sociedade, onde a educação ocupa um papel fundamental na construção da
cidadania colaborando na socialização.Segundo Rios “é tarefa da escola
desenvolver capacidades, habilidades e isso se realiza pela socialização dos
conhecimentos, dos múltiplos saberes.
2.6-O Assistente Social no Sistema Educacional
A
política educacional reflete as expressões da questão social, que impõem
desafios aos sujeitos que participam de seu planejamento, da sua execução e
apresenta demandas ao Serviço Social. O profissional Assistente Social dentro
do ambiente escolar utiliza-se de seu referencial teórico metodológico e
instrumental operacional, e ético-politico que consegue perceber:
A
política educacional é, assim, expressão da própria questão social na medida em
que representa o resultado das lutas sociais travadas pelo reconhecimento da
educação pública como direito social. E aqui deve ser ressaltada uma das
principais características da realidade brasileira: o fato de a educação não
ter se constituído até o momento em um direito social efetivo e universalmente
garantido, um patrimônio da sociedade civil, conforme ocorreu em vários países
como etapa fundamental do processo de consolidação do próprio modo de produção
capitalista, ou seja, como um valor social universal e como condição necessária
ao desenvolvimento das forças produtivas.
A
desigualdade social chamada muitas vezes de desigualdade econômica, é um
problema social presente, decorrente da má distribuição de renda e pela falta
de investimento na educação, o que implica no direito a educação de qualidade
prestada à população. Que através dessas expressões é necessário o profissional
de Serviço Social na escola para realizar o atendimento às demandas sociais
junto à equipe interdisciplinar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A
escola, como se observou, esteve ao longo do processo de formação e
desenvolvimento brasileiro servindo aos interesses do capital. No que diz
respeito às desigualdades sociais, na sociedade capitalista elas se acentuaram
ainda mais, pois, criou-se a ilusão de que todos poderiam “vencer” na vida,
especialmente através da escola, ou “resolvido o problema da educação do
povo, todos os demais se resolverão automática e espontaneamente”, o que na
realidade não se comprovou.
Mesmo a escola actual que se
apresenta como democrática, num país que desde a Constituição promulgada em
1988 passou a ser considerado democrático de direito, é excludente e continua
sendo elitista. Basta que se verifique a marginalização de uma grande parcela
da população, onde muitas crianças, jovens, adultos e idosos não têm condições
de acesso e permanência embora este discurso faça parte das lutas
Escola
e família são instituições diferentes e que apresentam objetivos distintos;
todavia, compartilham a importante tarefa de preparar crianças e adolescentes
para a inserção na sociedade, a qual deve ter uma característica crítica,
participativa e produtiva.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
Bhering, E. (2003). Percepções de
pais e professores sobre o envolvimento dos pais na educação infantil e ensino
fundamental. Contrapontos, 3 (3), 483-510.
Bhering,
E., & Siraj-Blatchford, I. (1999). A relação
escola-pais: um modelo de trocas e colaboração. Cadernos de Pesquisa, 106,
191-216.
Bock, A. M. B., Furtado, O., &
Teixeira, M. L. T. (1999). Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia.
São Paulo: Saraiva.
Brasil. Ministério da Educação.
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. (2005). Pesquisa
nacional qualidade da educação: a escola pública na opinião dos pais: resumo
técnico executivo. Brasília: Ministério da Educação.
Brasil. Senado Federal. (1988).
Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal.
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